O cenário feminino de esports é gigantesco em modalidades como Valorant e Counter-Strike: Global Offensive, ainda que passe por dificuldades geradas por conta da falácia de que videogames foram feitos apenas para homens. No entanto, há anos o cenário feminino de League of Legends parece simplesmente abandonado pela Riot Games - embora o Brasil venha conquistando um papel muito importante no que diz respeito ao número de mulheres competindo profissionalmente no cenário misto, especialmente com o CBLOL Academy, ainda que nenhuma mulher tenha disputado o CBLOL oficialmente até hoje.
No entanto, na última quinta-feira (1), a G2, um dos maiores times de esports do mundo, anunciou a contratação de uma line-up feminina de LoL, o que vem acendendo os rumores de que a Riot Games estaria preparando o anúncio de um circuito de torneios exclusivos para mulheres (que, ao se concretizar, deve incluir pessoas não-binárias também, assim como acontece em outros torneios "não mistos" da desenvolvedora).
G2 Hel, o time feminino de LoL da G2
A equipe feminina da G2 é composta pelas jogadoras Olivia “Lizia” Calistua (topo), Agnė “Karina” Ivaškevičiūtė (caçadora), Alena “TIFA” Maurer (meio), Maya “Caltys” Henckel (atiradora) e Ève “Colomblbl” Monvoisin (suporte).
Jogando pelo nome BurgerFlippers, elas venceram recentemente o GIRLGAMER Oradea Festival e estão classificadas para a etapa mundial do campeonato. Nas redes sociais, todas comemoraram a entrada para a G2.
"Este é um dos melhores times femininos do mundo e elas se unem ao nosso time da LEC para representar a organização. O nome da equipe foi inspirado pela mitologia nórdica, na qual Hel é uma deusa poderosa e a filha de Loki", revelou a G2 em um comunicado oficial.
Circuito feminino de LoL oficial vem aí?
De acordo com o Esports News UK, a Riot Games está considerando criar um circuito global de torneios femininos de LoL no mesmo estilo do Game Changers, que é o circuito feminino de Valorant - e que vem crescendo cada vez mais e chamando a atenção da comunidade de maneira positiva.
"Fomos informados de que um circuito feminino está para acontecer, mas o momento do lançamento da liga ainda não foi definido", informa o site do portal.
Recentemente no Brasil, a Riot se aliou com três projetos com o objetivo de apoiar o cenário feminino: Inhouse Jinx, com a presença de jogadoras e pessoas não-binárias de elos mais altos disputando torneios; ReveLAH Casters, idealizado pela caster Lahgolas, e que conta também com a participação da caster Fogueta, para gerar novos talentos como comentaristas, narradoras e analistas; e Goddess Cup da Gamers Club, torneio exclusivo para mulheres cis e trans, travestis e pessoas não-binárias.
Especialmente em 2021, o cenário brasileiro de LoL viu o surgimento de jogadoras profissionais que receberam oportunidades sérias no competitivo - ainda que este seja um movimento lento.
Ao longo do ano, seis mulheres foram inscritas no Campeonato Brasileiro de League of Legends Academy (CBLOL Academy): Larissa "Lawi" Santos (Cruzeiro/Netshoes Miners), Tainá "Yatsu" dos Santos (INTZ), Elizabeth "Liz" Sousa (LOUD), Letícia "Miss" Porto (LOUD), Ariel "Ari" Lino (Netshoes Miners) e Gabriela "Harumi" Gonçalves - sendo esta última a primeira mulher a disputar um torneio oficial organizado pela Riot, em 2020, durante o 2º split do Circuito Desafiante.
Todas elas disputaram ao menos duas partidas desde que foram contratadas por suas respectivas equipes. Lawi, Yatsu, Liz e Harumi, que estavam há mais tempo em seus times, disputaram ao menos 11 jogos.
Em 2022, infelizmente este número diminuiu. Atualmente, no 2º split do CBLOL Academy, há somente duas mulheres inscritas: Miss, que atualmente representa a paiN, e Jime, que jogou uma partida pela RED. No CBLOL não há nenhuma.
Além disso, o reality show de League of Legends ULT contou com a participação de três mulheres: Lunardeli, Jessie e Jime - sendo está última uma das vencedoras da competição.