Cumprindo a promessa que fez em janeiro, nesta quinta-feira (5), a Riot Games Brasil anunciou três parcerias para fomentar o cenário competitivo feminino de League of Legends, aliando-se aos projetos Inhouse Jinx, ReveLAH Casters e Goddess Cup da Gamers Club.
De acordo com a desenvolvedora, o objetivo é "apoiar e estimular o cenário feminino competitivo de League of Legends, com o objetivo de permitir que, cada vez mais, mulheres vejam nos Esports do LoL um espaço inclusivo e acolhedor, seja jogando competitivamente ou desenvolvendo-se como streamers ou casters".
Confira abaixo como funciona cada projeto e investimento:
Inhouse Jinx
O Inhouse Jinx é um projeto paralelo ao do Inhouse PRO, que também conta com apoio da Riot. Ele consiste em um servidor do Discord, exclusivo para mulheres cis, trans, travestis e não-bináries, no qual acontecerão torneios com duração de 15 dias e premiação de R$ 4,5 mil.
Ao vencer partidas, as jogadoras ganham pontos para compor um ranking e ao final de cada temporada, as 10 primeiras ganham parte do valor da premiação.
Durante a temporada também será realizado o evento Jinx Day, no qual Fogueta e Lahgolas, casters do CBLOL, em parceria com outras casters do projeto ReveLAH Casters narrarão partidas do Inhouse.
ReveLAH Casters
Idealizado por Lahgolas, o projeto ReveLAH Casters tem como objetivo gerar novos talentos para a comunidade feminina de narradoras, comentaristas e analistas - Tabata, uma das atuais casters do CBLOL Academy, fez parte do programa.
Atualmente, a iniciativa conta com mais de 30 mulheres divididas entre estas funções, que recebem mentoria e treinamento para se desenvolverem profissionalmente.
Segundo a Riot, a parceria aumentará o número de vagas para novas turmas, oferecendo ainda treinamentos cada vez mais completos nas diferentes áreas de conhecimento necessários para realizar estas funções dentro da transmissão de um torneio de esport.
Goddess Cup
A partir deste anúncio, a Goddess Cup, torneio de LoL organizado pela Gamers Club, exclusivo para mulheres cis e trans, travestis e pessoas não-bináries, passa a contar com apoio da Riot também.
A próxima edição do torneio acontecerá entre 24 e 29 de maio, com R$ 10 mil de premiação, e já está com as inscrições abertas. Vale lembrar que não há restrição de elo para participar do campeonato e é necessário fazer uma verificação de conta para validar a inscrição.
Importância do Valorant Game Changers no futuro do cenário feminino de LoL
De acordo com Carlos Antunes, Head de Esports da Riot Games no Brasil, o Valorant Game Changers, programa de incentivo do cenário competitivo feminino do FPS, teve grande importância na decisão da empresa de começar a investir no cenário feminino do LoL.
“Nossa experiência com o Game Changers, programa de incentivo ao cenário feminino de Esports de VALORANT, nos trouxe grandes aprendizados, e nos deu mais confiança de expandir nossa atuação para os demais Esports. Conversamos com várias jogadoras para avaliar a melhor forma de iniciar um programa para o League of Legends, e entendemos que havia a necessidade inicial de recriar os espaços para elas desenvolverem sua competitividade antes de entrarem em torneios, e a parceria com o Inhouse Jinx vai atender a esta oportunidade, e ainda nos permitirá reconhecer e recompensar as jogadoras mais competitivas e engajadas”.
Existe um cenário feminino de LoL?
A resposta para esta pergunta é: Sim! No entanto, somente agora as jogadoras passarão a contar com apoio oficial da Riot.
O cenário competitivo profissional de LoL organizado pela Riot Games existe desde, pelo menos, 2011, quando aconteceu o primeiro mundial do MOBA. Poucas vezes a comunidade viu mulheres disputado torneios diretamente organizados pela desenvolvedora, como as ligas regionais, o Mid-Season Invitational e o próprio Worlds.
Maria "Remilia" Creveling disputou a LCS em 2016 e a equipe Vaevicts, composta somente por mulheres, participou da League of Legends Continental League, liga regional da Rússia, em 2019 - embora a passagem do time pelo torneio tenha sido marcada por casos de toxicidade, machismo e sexismo.
Durante o MSI 2021, Diana "DSN" Nguyen, suporte substituta da Pentanet.GG, foi a primeira jogadora inscrita na história do campeonato.
Estas poucas aparições nos grandes torneios passam a impressão de que simplesmente não existem mulheres capazes de chegar longe no cenário profissional, o que não é verdade. O que poucos questionam é: elas recebem as mesmas oportunidades que os homens? Dentro e fora dos esports, a resposta é: não.
Especialmente em 2021, o cenário brasileiro de LoL viu o surgimento de jogadoras profissionais que receberam oportunidades sérias no competitivo - ainda que este seja um movimento lento.
Ao longo do ano, seis mulheres foram inscritas no Campeonato Brasileiro de League of Legends Academy (CBLOL Academy): Larissa "Lawi" Santos (Cruzeiro/Netshoes Miners), Tainá "Yatsu" dos Santos (INTZ), Elizabeth "Liz" Sousa (LOUD), Letícia "Miss" Porto (LOUD), Ariel "Ari" Lino (Netshoes Miners) e Gabriela "Harumi" Gonçalves - sendo esta última a primeira mulher a disputar um torneio oficial organizado pela Riot, em 2020, durante o 2º split do Circuito Desafiante.
Todas elas disputaram ao menos duas partidas desde que foram contratadas por suas respectivas equipes. Lawi, Yatsu, Liz e Harumi, que estavam há mais tempo em seus times, disputaram ao menos 11 jogos.
Além disso, o reality show de League of Legends ULT contou com a participação de três mulheres: Lunardeli, Jessie e Jime - sendo está última uma das vencedoras da competição.