Após 10 anos do início do cenário competitivo de League of Legends no país, a Riot Games Brasil começará a realizar parcerias para fomentar campeonatos femininos do MOBA a partir do 2º trimestre de 2022. O apoio funcionará de forma semelhante ao Valorant Game Changers, projeto internacional da desenvolvedora para incentivar o cenário feminino de seu FPS.
O anúncio desta novidade foi feito por Carlos Antunes, head de esports da Riot no Brasil, na última quinta-feira (20), durante coletiva de imprensa sobre os cenários de LoL, Valorant e Wild Rift.
"O incentivo ao cenário feminino de LoL é uma dívida que temos há muito tempo e todas as experiências positivas que tivemos com o Game Changers no Valorant mostram para nós o quão importante e o quanto uma explosão no interesse desse meio pode causar uma mudança muito rápida e cada vez mais fortes no cenário", explicou Carlos.
O cenário competitivo profissional de League of Legends organizado pela Riot Games existe desde, pelo menos, 2011, quando aconteceu o primeiro mundial do MOBA. Poucas vezes a comunidade viu mulheres disputado torneios diretamente organizados pela desenvolvedora, como as ligas regionais, o Mid-Season Invitational e o próprio Worlds.
Maria "Remilia" Creveling disputou a LCS em 2016 e a equipe Vaevicts, composta somente por mulheres, participou da League of Legends Continental League, liga regional da Rússia, em 2019 - embora a passagem do time pelo torneio tenha sido marcada por casos de toxicidade, machismo e sexismo.
Durante o MSI 2021, Diana "DSN" Nguyen, suporte substituta da Pentanet.GG, foi a primeira jogadora inscrita na história do campeonato.
Estas poucas aparições nos grandes torneios passam a impressão de que simplesmente não existem mulheres capazes de chegar longe no cenário profissional, o que não é verdade. O que poucos questionam é: elas recebem as mesmas oportunidades que os homens? Dentro e fora dos esports, a resposta é: não.
Ao longo de 2021, o cenário brasileiro de LoL viu o surgimento de jogadoras profissionais que receberam oportunidades sérias no competitivo. Seis mulheres foram inscritas no Campeonato Brasileiro de League of Legends Academy (CBLOL Academy): Larissa "Lawi" Santos (Cruzeiro/Netshoes Miners), Tainá "Yatsu" dos Santos (INTZ), Elizabeth "Liz" Sousa (LOUD), Letícia "Miss" Porto (LOUD), Ariel "Ari" Lino (Netshoes Miners) e Gabriela "Harumi" Gonçalves - sendo esta última a primeira mulher a disputar um torneio oficial organizado pela Riot, em 202, durante o 2º split do Circuito Desafiante.
Todas elas disputaram ao menos duas partidas desde que foram contratadas por suas respectivas equipes. Lawi, Yatsu, Liz e Harumi, que estavam há mais tempo em seus times, disputaram ao menos 11 jogos.
Além disso, o reality show de League of Legends ULT contou com a participação de três mulheres: Lunardeli, Jessie e Jime - sendo está última uma das vencedoras da competição.