League of Legends recebeu em seus últimos patches alguns dos ajustes de balanceamento mais estranhos que vimos em toda a história do MOBA. A Riot Games não quis melhorar o poder de muitos dos personagens que receberam mudanças nas atualizações recentes. A intenção era apenas aumentar o desempenho deles com builds incomuns, permitir que eles surgissem em outras posições e torná-los mais divertidos. Isso é algo a ser elogiado, pois o jogo carece de momentos em que a competição fica em segundo plano. No entanto, o projeto desmoronou muito rapidamente.
Uma boa tentativa da Riot Games, mas com resultados ruins
Para exemplificar as mudanças, basta falar sobre o caso de Blitzcrank. Um funcionário da Riot Games com o nick "GreaterBelugaWhale" estava completamente certo ao dizer para um membro da comunidade que, ao ver as mudanças no Patch 12.19, constatou o seguinte: " Esses ajustes são para fazer um campeão totalmente troll com uma taxa de vitórias de 30% passe a ser um personagem ruim que ganha 45% dos jogos”. Se fosse assim, a verdade é que não teria sido ruim. Porém, desde que vieram as mudanças, Blitzcrank se tornou um dos melhores personagens de todo League of Legends.
Já se passaram mais de duas semanas desde que a atualização da Riot Games introduziu os buffs para Blitzcrank jungle e da rota solo. Alguns ajustes que fizeram com que o personagem aparecesse na selva em 2,7% das partidas ranqueadas, vencendo 47% delas. Em troca desse pequeno benefício, ele se tornou o quarto campeão mais banido do jogo, sendo temido até mesmo nos escalões mais altos depois de manter uma taxa de vitórias em torno de 54,9% nos últimos 14 dias (levando em conta jogos das versões 12.19 e 12.20).
Fazendo as contas, é impossível ver em que ponto isso é benéfico para o jogo. Não só não é uma boa ideia transformar o Blitzcrank em um pesadelo de balanceamento para que 3% dos jogadores possam usá-lo com pouco efeito, como também não é legal permitir que certos campeões vão para uma determinada posição e depois removê-los quando se tornarem um problema. É algo que ao longo da história de League of Legends vimos com Rumble ou Morgana. A Riot Games incentivou a presença na selva desses dois campeões para aumentar as possibilidades com eles, apenas para nerfá-los e fazer com que não funcionassem mais tão bem naquela posição.
Algo semelhante aconteceu com Akshan. O campeão estava bem equilibrado, com uma taxa de vitórias de 50% nos elos medianos do jogo, subindo à medida que o elo aumentava. No entanto, a Riot Games introduziu um buff para tornar a duração de seu E (Impulso Heroico) ilimitada. A situação deu origem a novos bugs e embora a princípio parecesse que só levaria a estratégias não muito efetivas, agora o campeão pode se solar o dragão e em apenas meio minuto.
Devemos aplaudir a intenção das mudanças da Riot Games, pois somos os primeiros a ir aos jogos normais para comprar um Ladrão de Almas de Mejai com Tahm Kench, que foi melhorado no Patch 12.19 sem que isso influenciasse nas partidas ranqueadas. No entanto, é importante que a desenvolvedora conheça os limites e fique claro que o balanceamento de League of Legends não deve ser comprometido para que os jogadores possam se divertir com Blitzcrank por duas partidas antes de passar para a próxima escolha troll.