Na última sexta-feira (22), a Rioter Lydia, que é Engenheira de Software da Riot Games, acusou o departamento de recursos humanos da desenvolvedora de obrigar outra funcionária a excluir uma foto dela de biquíni das próprias redes sociais. O caso chamou a atenção da comunidade em sites como Twitter e Reddit, nos quais grande parte da comunidade se mostrou contra a atitude do RH da empresa dona de jogos como Valorant, League of Legends, Wild Rift, entre outros.
Riot proíbe mulheres de postar fotos com biquínis?
"Se você é uma mulher na Riot e posta uma foto usando biquíni, pode ter problemas com o RH e ter que deletar a foto. Mas se você vai até o escritório e lá estão homens andando com camisetas estampadas com modelos de biquínis há uma política que te proíbe de reclamar especificamente sobre isso", publicou Riot Lydia em seu perfil pessoal no Twitter.
Em seguida, ela afirmou que a foto da funcionária em questão provavelmente foi denunciada ao RH. Segundo Lydia, as normas do código de conduta incluem interpretações vagas sobre o que é considerado obsceno ou inapropriado, no entanto, proibir pessoas de postarem fotos em biquínis é uma forma de limitar a liberdade delas.
O tuíte foi respondido e compartilhado uma série de vezes, acumulando até o momento mais de 4 mil retuítes e 41 mil likes. Posteriormente, Lydia afirmou que uma funcionária do RH a abordou e afirmou que ela poderia explicar o que aconteceu, para que ela pudesse tentar ajudar.
Ainda assim, nas respostas ao tuíte, muitas pessoas aconselharam Lydia a não contar exclusivamente com a ajuda da Riot, afirmando que o departamento de recursos humanos a Riot serve para manter a desenvolvedora fora de problemas, e não para auxiliar funcionários.
Riot se pronuncia sobre o caso
Ao Dot Esports, a Riot Games afirmou que "não há absolutamente nada que proíba qualquer Rioter de levantar preocupações se achar que certos trajes são ofensivos".
A desenvolvedora acrescentou ainda que: "é difícil criar uma regra geral sobre o que é ou não é permitido nas mídias sociais - há muito contexto e nuances que devemos considerar em qualquer caso individual - mas posso garantir que não há uma política explícita contra postar fotos de biquíni ou fotos de maiô em geral. Nós simplesmente esperamos que todos os Rioters usem o bom senso e considerem o contexto ao postar".
Ainda assim, a empresa não revelou se, de fato, obrigou alguma funcionária a excluir fotos de biquíni. Os tuítes de Lydia sobre o tema seguem disponíveis no Twitter.
Discriminação de gênero e sexualização de personagens femininas
Justamente na sexta-feira, um juiz da Califórnia aprovou o histórico acordo no qual a Riot Games pagará US$ 100 milhões para mais de 2 mil mulheres funcionárias e ex-funcionárias da desenvolvedora que processaram a empresa por discriminação de gênero, assédio sexual e má conduta no ambiente de trabalho.
Conforme reportou o The Washington Post, US$ 80 milhões serão destinados aos membros da ação judicial, enquanto os US$ 20 milhões restantes serão usados para pagar os advogados e despesas legais em decorrência de todo o processo, que corria na justiça desde 2018.
Em 2021, um dos CEOs da empresa foi acusado de discriminação de gênero e assédio sexual, mas a desenvolvedora diz que conduziu uma extensa investigação envolvendo agências externas e concluiu que não houve nada de errado envolvendo Nicolo Laurent.
Vale lembrar também que há anos a Riot é criticada pela comunidade de League of Legends de sexualizar as campeãs do MOBA em diversas artes. A empresa chegou até mesmo a admitir que houve sexualização no desenvolvimento da personagem Kai'Sa.