League of Legends está se aproximando da marca de 160 campeões, cheios de características e personalidades únicas que os diferem uns dos outros. Renata Glasc é a adição mais recente a este elenco - no momento em que este artigo foi escrito - e representa uma mulher poderosa, que sabe o que quer e tem os meios para alcançar seus objetivos. Dentre tantos personagens que habitam o mundo de Runeterra e são jogáveis, ainda não temos sequer uma que seja uma mãe. Acreditamos que está mais do que na hora da Riot Games introduzir uma figura materna como campeã de LoL.
Neste Dia das Mães, tecemos o contexto da narrativa de League of Legends e elencamos alguns exemplos de campeãs que estão mais próximas de representar uma figura materna, mas já adiantamos que não há, canonicamente, uma campeã que seja mãe.
Uma campeã mãe em League of Legends
O mais próximo que o LoL tem atualmente de uma mãe é Rek'Sai, a criatura do vazio que é a rainha dos Xer'Sai, como são chamadas as suas crias. Há um argumento para Elise e Zyra - a primeira por conta de suas crias aracnídeas e a segunda pelas plantas que ela cria, que são, inclusive, chamadas de prole mortal na biografia da campeã -, mas ambas, assim como a Escavadora do Vazio, não são figuras maternas humanoides.
É possível dizer que eventualmente Ashe e Sejuani serão mães, uma vez que são descendentes das mães de guerra de Freljord, uma sociedade matriarcal. Mas no momento em que elas estão em suas narrativas esse passo ainda não faz muito sentido. Lissandra tecnicamente poderia se enquadrar, mas essa faceta de sua narrativa se encontra em um suspense - sua antiga lore estabelecia que ela criava sucessoras apenas para matá-las e assumir a identidade delas, mas esse ponto não foi revisitado após atualizações da trama que a envolve.
Mas por que LoL se beneficiaria de ter uma campeã mãe?
Uma figura materna em League of Legends é um campo narrativo inexplorado até então, e até dentro desse tipo de arquétipo há diferentes tipos de mãe que poderiam habitar o mundo de Runeterra e oferecer mais um tipo de personalidade com a qual jogadores podem se afeiçoar, além de poder apresentar padrões de gameplay interessantes. Poderíamos considerar até mesmo personagens que não são mães biológicas, mas atuaram como tal figura para o desenvolvimento de outros, por exemplo.
Um dos primeiros pontos que vêm à cabeça ao pensar em mãe é uma pessoa tenra, gentil e caridosa. É possível dizer que Soraka se encaixa, em partes, neste padrão, mas sua identificação e a maneira como ela é tratada se aproxima mais de uma "cuidadora" em geral. É provável que ter mais uma campeã com essas mesmas características seria um pouco repetitivo, mas ser mãe não se resume apenas a esses pontos, há muito mais que pode ser abordado e desenvolvido.
Poderíamos ter uma campeã que fosse uma guerreira veterana, até mesmo uma engenheira ou feiticeira extremamente sagaz que, por acaso, é mãe, mas cuja personalidade e pontos focais não giram em torno de serem cuidadoras e/ou necessariamente personalidades sempre gentis - até porque sabemos que as mães da vida real não são compreensivas e atenciosas o tempo todo. Interações divertidas que mostrassem mais do lado materno delas, seja nas falas, danças ou piadas, já poderiam preencher as caixas que dizem "esta personagem é mãe", como apenas mais uma características de um todo.
Um exemplo fácil de apontar é Ana, de Overwatch. Na narrativa do FPS da Blizzard ela é mãe de outra heroína, Pharah, mas seu gameplay e sua trama, felizmente, não giram somente em torno disso. Inclusive, Ana tem um perfil de cuidadora, sendo uma atiradora de elite responsável por cobrir a retaguarda de seus aliados para que eles consigam executar missões em segurança. E o reflexo materno dela se mostra principalmente em interações esporádicas com sua filha in-game e outras falas desbloqueáveis. Ela representa um design fresco e interessante ainda mais no contexto de um game de tiro em primeira pessoa futurista, mas baseado no mundo real, quem dirá então em um mundo de fantasia espalhafatosa como é de LoL?
E se o argumento para não ter uma campeã mãe é o de que a base de jogadores não se identificaria ou não gostaria de jogar como tal, podemos simplesmente dizer que Ana é uma das suportes mais usadas em Overwatch, seja nas partidas casuais, ranqueadas e no cenário competitivo, tendo um kit de habilidades poderoso capaz de mudar o rumo de jogos. No fim das contas sabemos que o que faz um campeão ou herói ser popular é seu gameplay, enquanto a parte visual e narrativa ficam em segundo plano.
Mama Braum, um conceito promissor
Membros da comunidade do LoL já imaginaram como seria uma campeã mãe no jogo, mas um conceito que mais nos chamou a atenção é o de Mama Braum, que como o próprio nome diz, seria a mãe de Braum. A ilustradora sérvia Ivana Lazić imaginou a personagem, que teria 170 anos de idade, atira icebergs por aí e que seria uma das únicas pessoas vivas em Runeterra que ainda possui o poder do Gelo Verdadeiro, "uma matéria mágica tão fria que nunca pode derreter", e que pode ser utilizada na criação de armas e armaduras.
A justificativa para imaginar uma mãe de Braum está na própria biografia do campeão, uma vez que a mãe dele é citada em diversos pontos como a pessoa que o ensinou a ter um espírito protetor para ajudar os mais próximos. No caso deste conceito ele preencheria também uma lacuna ausente no elenco de campeões de LoL: uma pessoa idosa. Quanto maior a variedade de tipos de personagens, personalidades e características, mais nós como jogadores saímos ganhando, ainda mais considerando como o mundo de Runeterra está se expandindo para muito além do game.
Podemos dizer o mesmo para a ausência de um campeão que seja pai no LoL. Os mais próximos que temos atualmente são Darius, Kassadin e Udyr. O primeiro canonicamente teve um filho bastardo, que ele abandonou, conforme o conto "Os Princípios da Força". A situação do segundo não foi confirmada ainda oficialmente, mas teoricamente ele é pai de Kai"Sa, embora não tenha participado muito da criação dela, uma vez que ela caiu em uma fenda do Vazio quando criança. Não seria impossível de imaginar uma reformulada na lore do Andarilho do Vazio em breve para aproximá-lo mais de seu lado familiar em questão de falas e características. Já o terceiro é provavelmente pai de Sejuani, mas ambos não sabem disso, conforme estipulado no conto "Silêncio para os Amaldiçoados".