K/DA, o grupo fictício de K-Pop composto pelas campeãs de League of Legends Akali, Evelynn, Kai'Sa e Ahri, tem o título de uma das linhas de skins mais compradas de toda a história do MOBA da Riot Games. Criado em 2018, o quarteto de personagens é interpretado por diferentes cantoras do mundo real como Miyeon e Soyeon do grupo (G)I-dle, Madison Beer, Jaira Burns, entre outras. Apesar de muito queridas, existe uma importância ainda maior relacionada a estas skins: assim como RISE, música tema do Worlds 2018, elas foram responsáveis pela famosa série animada Arcane ter nascido.
As skins mais importantes da história do LoL
O lançamento de Arcane é um dos maiores marcos na história do League of Legends, mas o que pouca gente sabe é que, na verdade, ele foi muito improvável por bastante tempo. Não se trata apenas de uma situação na qual um funcionário veterano da Riot encheu o saco de seus patrões para receber um sinal verde de que a série poderia ser produzida. Quando a autorização finalmente chegou, a primeira tentativa de criar a série foi um fracasso total. Responsáveis por Arcane já afirmaram que a desenvolvedora não gostou nada dos primeiros materiais e roteiros escritos.
A Riot Games é extremamente exigente quando o assunto é qualidade. O pulso da empresa não treme se ela tiver que cancelar projetos ou adiá-los por tempo indefinido se não atingirem suas expectativas. Não é difícil perceber que isso faz parte da cultura da desenvolvedora, já que recentemente o chefe do projeto de criação de um MMO do LoL afirmou não ter garantias de que o jogo realmente será lançado.
E foi exatamente isso que aconteceu com Arcane. Após a apresentação inicial da primeira temporada, os desenvolvedores queriam deixar o projeto "em espera", mas para o estúdio Fortiche, que criou a animação que tem Vi e Jinx como protagonistas, isso significaria dispensar todos os funcionários envolvidos no projeto até que a Riot decidisse continuar ou não com a proposta.
Perder a produção de Arcane desesperou o que era apenas um pequeno estúdio de animação que havia multiplicado seu tamanho várias vezes para conseguir trabalhar com a Riot Games. A situação era dramática do ponto de vista econômico e do enorme conjunto de habilidades que os funcionários da Fortiche continham.
Como afirmou o co-criador de Arcane e Rioter Christian 'Praeco' Linke no segundo espisódio de Arcane: Bridging the Rift, ao dispensar os empregados, o estúdio corria o risco de que eles se comprometessem com outros projetos, o que dificultaria recontratações caso a Riot surgisse com uma nova autorização. E é aqui que as skins K/DA entram.
"Sabíamos que não havia trabalho para a Fortiche nos próximos meses, então começamos a conversar com diferentes equipes da Riot para perguntar se havia algo que pudéssemos fazer. 'Ei, há algo para fazer? Algum videoclipe ou qualquer coisa que possa manter as luzes acesas do estúdio?'. Conversamos com a equipe de esports e eles queriam o videoclipe que se tornou RISE. Também conversamos com a equipe de música e surgiu essa ideia maluca sobre um grupo de K-Pop".
A ideia da Fortiche de trabalhar neste conteúdo permitiu que os animadores e a maior parte dos funcionários de Arcane tivessem algo para fazer enquanto a primeira temporada de Arcane era reformulada. Esse é um dos principais motivos pelos quais a série teve um desenvolvimento de aproximadamente seis anos. "É uma sorte termos sido péssimos em fazer nosso trabalho, porque senão RISE e Pop/Stars nunca teriam existido".
O tempo extra permitiu que os responsáveis da Riot envolvidos na série contratassem uma equipe experiente de produção para a série e reformulassem a primeira temporada. Assim, gostamos de pensar que K/DA e RISE são alguns dos grandes responsáveis pela melhor adaptação possível que League of Legends recebeu.