Bicampeão mundial de CS:GO em 2016 ao conquistar a MLG Columbus Major pela Luminosity Gaming e a ESL One Cologne Major com a camisa da SK Gaming, Epitácio "TACO" de Melo voltou a atuar por um dia ao lado de Gabriel "Fallen" Toledo, Marcelo "Coldzera" David, Fernando "Fer" Alvarenga e Lincoln "Fnx" Lau no showmatch entre Time Brasil e Time Suécia no IEM Rio Major 2022, e não escondeu a felicidade de atuar ao lado da formação que recolocou o Brasil no topo do CS mundial.
Em entrevista ao MGG Brasil após a vitória dos brasileiros sobre os suecos por 16 a 8 no mapa Train, TACO classificou como "bizarro e inacreditável" o entrosamento que o quinteto que por duas vezes conquistou o mundo tem mesmo 6 anos depois da última vez que todos os jogadores defendiam uma mesma equipe, e se emocionou com o simbolismo da reunião do quinteto no palco central do primeiro Major da história realizado no Brasil.
"Sempre vale a pena jogar com esses caras. É até bizarro e chega a ser impressionante a facilidade que a gente tem de jogar um com o outro. O jogo fica muito mais fácil e flui. Apesar de ser um showmatch, um jogo que não valia muita coisa e o nivel da competição não ser tão alto, a gente jogou bem, fez um jogo de alto nível e bonito de jogar. É sempre um prazer para a gente jogar junto e estar aqui no nosso país, jogando o game que a gente ama", comentou.
"Foi um caminho muito longo para nós estarmos onde estamos hoje, em termos de comunidade, em termos de público, de chegar a termos no nosso país um Mundial de CS:GO, um dos games mais emblemáticos da história. É um momento muito especial, não só estar aqui, mas jogar também com eles, e tudo que nós passamos torna esse momento ainda mais especial e que eu jamais vou esquecer na minha vida."
Possibilidade de aposentadoria num futuro próximo
Ainda na entrevista após o showmatch, TACO falou sobre os planos que tem com a 00 Nation para a temporada de 2023 e falou sobre a possibilidade de se aposentar num futuro próximo, embora tenha evitado cravar uma data. O bicampeão mundial enfatizou que falar sobre aposentadoria ainda é um tema que mexe com ele, mas não descartou a chance de em breve pendurar o mouse e o teclado como jogador profissional de após escrever uma das trajetórias mais vencedoras da história do CS:GO brasileiro e mundial.
"É um pouquinho complicado quando eu falo em parar de jogar, porque é algo que ainda é uma incógnita para mim. Não tenho certeza sobre quantos anos eu ainda tenho no CS, ou quantos meses eu ainda tenho no CS, porque isso vai depender de diversos fatores, pessoais e profissionais também", pontuou o pro player.
"Eu vou tirar agora esse final de ano para pensar e colocar as coisas no lugar e decidir qual a direção certa a ser tomada, mas o foco no momento é 100% na 00 Nation e fazer esse projeto dar certo, gastar toda a energia e experiência que eu tenho para ajudar esse time a chegar longe no futuro. Eu acredito que é um time com um potencial gigantesco, então eu vou continuar dando o meu melhor para que a gente consiga alçar voos maiores e mandar bem melhor que a gente mandou aqui no Rio."
"Fizemos um showcase absurdo para o mundo todo"
TACO também falou sobre o impacto do IEM Rio Major no sentido de fazer a ESL e outras organizadoras de torneios ficarem mais atentas a trazer grandes eventos de CS:GO regularmente para o Brasil. Embora o país já tenha recebido uma edição de ESL Pro League em São Paulo, uma ESL One em Belo Horizonte e uma edição de BLAT Pro Series novamente na capital paulista, o capitão da 00 Nation acredita que será o Major do Rio o divisor de águas para o Brasil ser destino fixo no calendário das grandes empresas do meio.
"Nesse momento, isso deveria ser uma preocupação das organizadoras de torneio. Eles que deveriam estar se perguntando: "como assim a gente não vai ter Brasil no nosso calendário anual?". O que a gente fez aqui foi um showcase absurdo para o mundo todo. O nosso país é fera pra caramba em um monte de coisas, mas o esporte eletrônico é uma delas, o Counter-Strike é uma delas, e eu não só acho, como tenho certeza que o Brasil vai receber um monte de campeonatos nos próximos anos. O Major sem dúvidas é um divisor de águas nesse quesito", enfatizou.
TACO falou ainda sobre o impacto que os títulos e demais campanhas de destaque da geração Luminosity/SK Gaming tiveram para a profissionalização da cena competitiva de CS:GO no Brasil, com novas gerações de jogadores surgindo e recebendo suporte e salário de organizações, algo raríssimo no país nos primeiros anos de CS:GO.
"Eu estava falando sobre isso com o Fallen. A gente estava indo para um Media Day aqui na ESL, e eu comentei: "Pô, Fallenzão, 'cê' lembra? Sete anos atrás a gente pagava para jogar". A gente ia para um campeonato e tinha que ganhar para recuperar o que pagou (para viajar), e nem sempre a gente ia bem", brincou.
"Hoje a gente tá jogando um campeonato de US$ 1 milhão, para 16, 18 mil pessoas numa das arenas mais legais do Rio de Janeiro, que é uma cidade que quando você fala de Brasil lá fora, pensam no Rio, então é muito louco. Esses sete anos passaram rápido, voando, então passa um filme na cabeça sem um pingo de dúvida. A gente conversa sobre essas coisas, porque foi tudo muito rápido e teve muita gente envolvida para tudo isso acontecer: imprensa, o público, os fãs, nós jogadores, streamers, narradores. Todo mundo tem muita parcela no crescimento do jogo aqui no Brasil", concluiu TACO.
Foto de abertura: Stephanie Lindgren / Divulgação ESL*
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