O evento Sentinelas da Luz em League of Legends definitivamente não agradou a uma grande parcela da comunidade, que reclamou tanto do desfecho quanto do desenvolvimento narrativo da trama envolvendo Viego, Gwen, Senna e Lucian, isso sem contar com as críticas à progressão das missões. A Riot Games divulgou nesta terça-feira (14) seus aprendizados, reconhecendo os problemas do evento e prometendo melhorias para o futuro.
Entre as principais lições levantadas pela desenvolvedora estão elementos de narrativa e tom de personagens, bem como noção das limitações de visual novels no cliente. Em resumo, a Riot destacou que incorporar personagens "sem rosto" - que no evento Sentinelas da Luz foi representado pelo Recruta - só deve ser feito quando fizer sentido para a proposta, que formas simultâneas de narrativas devem ser mais consistentes entre si e que a caracterização de campeões deve seguir o que se espera dentro do normal.
A história da Ruína teve diversas versões contadas em diferentes meios: animações, a visual novel do LoL, conteúdo em Wild Rift e uma série de quadrinhos. Cada uma dessas frentes teve alterações de narrativa para se adequar aos meios em que foram contadas, mas isso criou uma confusão sobre qual delas era real ou canônica. Para o futuro, a Riot diz que priorizará manter as formas simultâneas de storytelling consistentes, "em vez de otimizadas para produtos individuais".
Quanto à caracterização dos campeões, ponto bastante criticado principalmente pelos fãs de Pyke, Olaf e Rengar, a desenvolvedora diz que pretende se atentar mais a esse ponto, principalmente levando em consideração que futuras histórias terão momentos de alívio cômico e de tensão mais bem definidos e que não dependam unicamente dos personagens, afinal, esses três campeões acabaram cumprindo esse único papel na narrativa dos Sentinelas.
A publicação completa ainda entra em detalhes de mais pontos identificados pela Riot como problemáticos no evento Ascensão dos Sentinelas a partir do feedback da comunidade, mas conclui que ainda perante a esses problemas houve pontos que deram certo, o que não os desencoraja de produzir novos eventos narrativos para League of Legends, então os jogadores podem esperar por mais experiências semelhantes no futuro, contando com os aprendizados de 2021.
Veja abaixo os pontos cruciais de aprendizado da Riot com o evento Ascensão dos Sentinelas:
Os eventos também precisam ser acessíveis para o público mais casual, não apenas para o pessoal mais engajado
- Grandes eventos devem ser estruturados para dar aos jogadores casuais a ideia de que conseguirão concluir a porção principal do evento, além de apresentar desafios mais difíceis como opção para o pessoal mais empenhado
- O design deve ser simplificado para que as pessoas entendam como acessar tudo
- É preciso garantir que a história do evento (principalmente a que fará parte da narrativa cronológica oficial do LoL) será facilmente acessível, além de fornecer mais formas de acessar a história fora do metajogo
A narrativa e o tom dos personagens deve condizer com as expectativas do público.
- É preciso manter as formas simultâneas de narrativa consistentes
- Incorporar personagens "sem rosto" (que representam o jogador) apenas quando isso fizer sentido para a proposta do evento
- Não fugir da caracterização normal dos personagens
Deve haver respeito com a limitação de alcance que as visual novels têm dentro do cliente
- Devemos usá-las para adicionar cor e detalhes aos melhores momentos da história do jogo ou fornecer mais informações sobre pontos específicos dela (sem entregar histórias muito grandes inteiramente através dos eventos)
No Reddit alguns jogadores elogiaram a postura da Riot em ser mais transparente com o que aconteceu após o evento, mas não deixaram de pontuar elementos não citados pela desenvolvedora e que incomodaram principalmente àqueles mais investidos na história de Runeterra como um todo. Como exemplos foram levantados a caracterização de Thresh como um novo grande vilão, a ausência de ação ou sequer menção das forças de determinadas regiões como os Celestiais de Targon e a Petricita de Demacia.
Outra questão que incomoda os fãs é a introdução de Akshan com A Penitência, arma capaz de ressuscitar mortos, que segundo os entusiastas da lore pode invalidar uma série de questões já estabelecidas do universo de Runeterra e como a ferramenta é aparentemente apenas um dispositivo criado para a trama da Ruína se resolver, sem implicações extras em outros contextos.
Resta aguardar o que a Riot prepara no quesito eventos para 2022. Por enquanto o LoL passa pelo período de pré-temporada, no qual mudanças significativas estão sendo testadas e o caos reina entre bugs e interações não intencionais em Summoner's Rift.