O governo chinês notificou empresas como Tencent e NetEase - donas de empresas como a Riot Games, Epic Games e Supercell - sobre a remoção de uma série de conteúdos que, segundo o governo, possuem "conteúdos prejudiciais à saúde". A medida mais controversa tem cunho homofóbico e ordena a retirada ou alteração de personagens masculinos com "imagens afeminadas". Com decisão, personagens que "se encaixarem" nessa categoria se tornarão tão proibidos no país quanto conteúdos violentos e obscenos.
Embora ainda não haja uma lista oficial de quais personagens serão afetados pela decisão, a tendência é que o governo chinês irá analisar quais deles precisarão ser retirados ou ter sua aparência alterada pelos estúdios dos jogos.
Na prática, a medida diminuirá drasticamente a representatividade LGBTQIA+ nos games em todo o território chinês. Um levantamento da ONU feito em 2015 estima que cerca de 5% da população de quase 1,4 bilhão de habitantes da China é assumidamente LBTQIA+, o que daria um total de quase 70 milhões de habitantes.
Com um governo conservador e que não reconhece legalmente uniões homoafetivas no país, a China dá com a decisão de restringir personagens afeminados nos games mais um passo discriminatório contra essa comunidade. Antes dos games, programas de TV, incluindo filmes, novelas, séries e animações, também foram proibidos de exibir homens afeminados, seguindo critérios determinados pelo próprio governo.
Recentemente, o governo chinês também tomou outra medida restritiva relacionada ao mercado de games, limitando a 3 horas semanais o tempo que menores de idade poderiam jogar online. Nos fins de semana e feriados, o tempo é limitado a 1 hora por dia, o que afetou inclusive a LPL Academy, já que vários jogadores que atuavam na liga de desenvolvimento de talentos do LoL chinês eram menores de idade e, com a decisão, não podem mais se dedicar a uma rotina diária de treinos.