Como de costume, cada novo patch de League of Legends traz novas skins ao MOBA da Riot Games. Em fevereiro, muitos países do hemisfério norte comemoram o Dia dos Namorados, mais conhecido por lá como Valentine's Day, ou, Dia de São Valentim, o que motivou a desenvolvedora do LoL a lançar os visuais Coração Apaixonado para Caitlyn e Vi. Ambas as campeãs aparecem em uma única splash art, que será censurada em alguns servidores do jogo ao redor do mundo por conta do preconceito contra a comunidade LGBTQIAP+. Esta não é uma situação inédita em relação aos conteúdos da Riot, mas certamente é surpreendente.
Riot Games censura ilustrações inofensivas em arte de Caitlyn e Vi
Na splash art Coração Apaixonado, Caitlyn e Vi aparecem olhando uma a outra e é possível perceber que há a expectativa de um flerte naquele momento. Esta é uma forma pela qual a Riot quer continuar explorando a relação entre as duas campeãs - que há anos possuem interações que sugerem que elas são mais que amigas, algo que foi ainda mais ressaltado em Arcane, série animada de LoL na Netflix, que mostra as personagens trabalhando juntas e desenvolvendo um relacionamento inicial, ainda que ele não seja explícito ou completamente oficializado pela empresa.
No entanto, os servidores de alguns países do mundo exibirão uma versão censurada da splash art, na qual os desenhos de um coração, uma flecha e um cupcake serão retirados da ilustração original.
Foi a comunidade do LoL que notou esta situação ao encontrar as skins no servidor de testes do jogo (PBE). As imagens promocionais das skins são mostradas em diferentes seções do jogo e também na tela de carregamento. Encontrando apenas uma versão censurada do desenho, que não correspondia à ilustração original anunciada pela Riot em suas redes sociais oficiais, os fãs do jogo fizeram reclamações sobre a situação e rapidamente um funcionário da empresa decidiu explicar o que estava acontecendo.
O Rioter TinyBun disse em um post do Reddit: "Obrigado por seu comentário. A versão original será destinada a maioria das regiões, isso não mudou. No entanto, como não existem versões regionais do PBE, como existem no servidor oficial, apresentamos somente a versão alterada por questão de segurança, mas isso não acontecerá no servidor Live quando o patch for lançado, a menos que você esteja jogando em um servidor que requer a versão censurada do jogo".
Uma polêmica tão antiga quanto o próprio LoL
Episódios de censura são relativamente constantes na história do League of Legends, no entanto, nos primeiros anos do jogo eles eram um pouco menos preocupantes. Por exemplo, antes o campeão Karthus tinha uma versão diferente na China porque imagens de caveiras poderiam causar problemas para o jogo naquele país. Isso é parecido com algo mais recente, quando o modelo de Thresh foi modificado no Wild Rift para evitar o aumento da idade mínima recomendada para o game. Além disso, quaisquer sinais de violência tendem a desaparecer de artes promocionais em certas partes da Ásia.
No entanto, atualmente os problemas principais não são exatamente estes. Não estamos mais falando da Riot tentando eliminar elementos de violência, mas sim em apagar qualquer sinal que se afaste minimamente das convenções heterossexuais, mostrando proibições e preconceitos contra a comunidade LGBTQIAP+. Atualmente a empresa parece entender essa situação como um mal necessário, defendendo que as versões originais das artes podem ser descobertas por aqueles que estiverem dispostos à isso. Além disso, alguns países possuem leis bastante enfáticas a realização do que definem como "promoção da homossexualidade".
As opiniões sobre o assunto são bastante divididas. Alguns jogadores criticam a Riot pela censura, enquanto outros acreditam que este é um bom pré-requisito para manter o jogo publicado em alguns países. Além disso, muitos afirmam que a censura é inútil, pois os jogadores sempre acabam descobrindo a verdade, como aconteceu com a história de K'Sante e de Leona e Diana.