Após confirmar que Gabriel "Mit" Souza, ex-técnico e caster de League of Legends acusado de assédio sexual, fazia parte de seu quadro de colaboradores, a organização de Wild Rift Omegha Esports dispensou Mit de seu papel de prestador de serviços nesta sexta-feira (24). O time disse que não tinha conhecimento prévio sobre a instauração do inquérito policial em relação aos três processos que envolvem Mit - o ex-caster se pronunciou sobre a repercussão desta notícia.
Omegha dispensa Mit de sua comissão técnica
"Viemos a público comunicar o desligamento de Gabriel "Mit" do quadro de prestadores de serviços de nossa empresa. Estivemos acompanhando as matérias e comentários esta semana. Com isso, reavaliamos a situação contratual do mesmo. Verificamos que durante este processo surgiram novas informações as quais a organização não tinha ciência e que serão devidamente apuradas pelos órgãos competentes", disse a Omegha em sua nota publicada no Twitter.
Mit se manifesta sobre o caso
Poucos minutos antes do anúncio de seu desligamento da Omegha, Mit utilizou seu perfil no Twitter para falar sobre o caso. "Me manifestando aqui de novo depois de séculos pra acabar de vez com essa matéria tendenciosa, vou dividir a nota em dois tweets", escreveu o ex-caster, publicando seis imagens ao longo de duas publicações.
O texto contido nas imagens, assinado pelo advogado Hugo Viol Faria, fala sobre repúdio ao texto publicado anteriormente pelo MGG Brasil e mostra uma explicação sobre ele do ponto de vista dos advogados da empresa Cimino & Faria Advogados Associados.
"Por fim independente de qualquer força contrária vou continuar lutando pela justiça.", finaliza Mit.
Acusações de assédio e abuso sexual no cenário de LoL
Em janeiro de 2020, Mit foi acusado pela tatuadora Daniela Li de abuso sexual em 2015, quando o treinador ainda atuava com o elenco da paiN Gaming. Segundo o relato, ele tentou forçá-la a fazer sexo oral.
A streamer e ex-participante do reality show ULT Kyure também acusou Mit na época. Em sua postagem, ela diz ter recebido um ‘’tapão na cara’’ e que o ex-treinador tentou apalpá-la enquanto dormia. A influenciadora também citou que logo pela manhã Mit teria revelado o desejo de retirar suas roupas enquanto dormia.
Na época, a cosplayer Debora Fuzeti e a influenciadora Gabriela Tiemi também acusaram Mit de assédio. A ex-namorada dele, Carolina Fernandes, também se pronunciou sobre o assunto e mostrou solidariedade às vítimas. "Foi porque entendi a pessoa ruim que ele tinha sido. O profundo mal que ele tinha causado a mim e a outras pessoas. Foi duro", disse ela sobre o término do relacionamento que durou quatro anos.
Logo após a publicação dos relatos, Mit escreveu uma nota em que não cita nenhuma das supostas vítimas, mas faz uma breve referência à acusação da tatuadora. O ex-técnico e analista de League of Legends disse, na ocasião, estar "devastado e envergonhado" e não compactuar com abuso.
Em 2021 o site The Enemy revelou que Mit moveu uma ação judicial contra as acusações de assédio e abuso sexual. Entretanto, o processo corre em segredo de Justiça, o que significa que informações quanto ao andamento são sigilosas e não há acesso público disponível ao processo. Contudo, as publicações originais que motivaram as ações foram removidas do Twitter após decisão judicial.