Nesta sexta-feira (22), a LOUD enfrenta a OpTic Gaming na final da chave superior do Valorant Masters 1 Reykjavík 2022, o primeiro grande campeonato internacional do FPS da Riot Games em 2022. O bom desempenho da equipe no torneio deixou a torcida brasileira não só animada, mas também orgulhosa, já que a LOUD já é, no mínimo, Top 3 no torneio. De acordo com Matheus "bzkA" Tarasconi, técnico da equipe, a boa campanha o surpreendeu, mas não deveria, pois é fruto do profissionalismo de seu time.
O início da jornada
Após ser campeã do VCT Challengers Brazil, em 27 de março a LOUD já estava classificada para o Masters. No dia da grande final, pANcada, Sacy, Saadhak, aspas e Less venceram os jogadores da Ninjas in Pyjamas por 3 a 0, garantindo com folga sua vaga na primeira edição do primeiro maior torneio do FPS no ano.
O time da LOUD recebeu grandes expectativas por parte do cenário nacional desde o início, o que pode gerar pressão negativa nos jogadores ou até mesmo uma motivação ainda maior. No entanto, bzkA garante que o time não foi afetado por essa possibilidade.
"Nós tentamos nos blindar muito com relação a isso, antes mesmo de sairmos do Brasil conversamos sobre essa pressão externa, e formas de como evitá-la. Nosso psicólogo, Arthur, fez um trabalho muito bom com relação a isso e em momento algum sentimos qualquer pressão. Com relação a motivação, nós estamos sempre motivados a ganhar, independente do adversário, não acho que o resultado no Brasil mudou alguma coisa com relação a nossa mentalidade".
Os diferentes metas pelo mundo
Após vencer Liquid e G2 em seus primeiros confrontos no Masters, agora a LOUD vai encarar a organização norte-americana OpTic e, se vencer, enfrentará ZETA Division ou Paper Rex, que são asiáticas. É comum haver metas diferentes em regiões distintas do mundo e de acordo com bzkA, a LOUD sabe como se preparar para isso.
"Desde o primeiro dia do time, nossa preparação foi baseada na construção de conhecimento e compreensão do jogo, justamente para conseguirmos nos adaptar a qualquer situação. O meta brasileiro é muito diferente do meta europeu e mesmo assim conseguimos vencer as partidas contra os dois adversários.
Então acho que o nosso trabalho foi bem feito. Nós estudamos muito a equipe da Optic, tivemos muitos dias de preparação para esta partida, e muito mais do que fazer um anti-tático nós tentamos entender como eles pensam e como gostam de jogar o mapa, assim conseguimos nos adaptar durante a partida e não ficaremos perdidos, independente do que aconteça", garantiu o treinador.
Dando a volta por cima da Covid-19
Pouco antes da estreia da LOUD no Masters, Aspas e Less testaram positivo para Covid-19. Mesmo estando assintomáticos, esse imprevisto fez com que o time precisasse jogar em isolamento. Ambos os jogadores disputaram a partida em uma sala isolada, enquanto o restante do time jogou o duelo contra a G2 em uma estrutura separada do palco principal do evento.
"[Isso] atrapalhou muito nossa preparação. Quando estamos no mesmo local fica muito mais fácil passar novas instruções e conversar sobre o jogo comparado a conversas pela internet. Inclusive, acho que se estivéssemos os sete juntos (cinco jogadores, o psicólogo e eu) na preparação e no palco, aquele segundo mapa contra a Liquid poderia ter sido um pouco diferente. Poderíamos até ter perdido, mas não daquela forma. Felizmente conseguimos resetar para o terceiro mapa e conquistamos a vitória. Já contra a G2 estávamos um pouco mais acostumados com o formato de preparação ser diferente e mudamos algumas coisas no dia a dia, o que melhorou nosso desempenho".
Os diferenciais da LOUD
Anunciada oficialmente em 3 de fevereiro, a line-up da LOUD foi um time escolhido a dedo, segundo bzkA, que já treinava Sacy e Saadhak na Team Vikings. pANcada jogou por equipes como Stars Horizon e FOGUETE, enquanto aspas representou FOGUETE e SLICK e Less jogou por Jaguares, Galaxy Carrots e Tropinha do TIKTOK.
Questionado sobre o que fez o time se encaixar tão bem e tão rápido, bzkA afirma:
"Acho que o conhecimento que a gente trouxe do Champions no ano passado foi o maior diferencial para o nosso sucesso em tão pouco tempo. Sinceramente, eu não esperava já alcançar o Top 3 no nosso primeiro evento internacional. Mas estamos conseguindo evoluir muito graças à dedicação de todos os jogadores, junto ao conhecimento que trazemos na bagagem. Aquele último evento em Berlim no ano passado junto com o bootcamp na Espanha mudou completamente nossa visão de como jogar o Valorant".
O treinador também fez questão de ressaltar o profissionalismo como uma das principais características de seu time, relacionando-a principalmente a rotina rotina fora de jogo da equipe, como a importância que dão aos treinos práticos do dia a dia. "Muitas equipes no Brasil não se esforçam por um treino de qualidade, ou simplesmente não sabem treinar da melhor forma possível. Temos jogadores muito bons que acabaram não evoluindo tanto, justamente pela forma como o trabalho acontece".
bzkA ainda ressaltou que tem "os melhores jogadores do mundo" e que é apenas uma "questão de tempo" para que eles subam ainda mais o nível de jogo do Brasil. "Penso que esse profissionalismo também afeta o meta brasileiro, pois as equipes preferem jogar muitos mapas, ao invés de realmente estudar e conversar sobre o jogo. É possível, sim, montar uma composição fora do meta e conseguir ter bons resultados com ela, mas se algo chegou a se tornar meta, tem um motivo [por trás disso], e você precisa realmente entender o motivo para conseguir mudar sem prejudicar os fundamentos do jogo".
Acompanhe a partida entre LOUD e OpTic no canal VALORANT - BR a partir das 14h.