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Relembre as maiores zebras da história dos esports

Relembre as maiores zebras da história dos esports
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Azarões já surpreenderam grandes favoritos nos maiores campeonatos do mundo em diversas modalidades

Relembre as maiores zebras da história dos esports

Grandes surpresas fazem parte de qualquer esport, mas algumas zebras são tão inesperadas e marcantes que acabam ficando marcadas para sempre. Algumas vezes, os azarões simplesmente desbancam um grande favorito em uma partida específica, mas também há casos em que os "patinhos feios" dos torneios vão avançando na competição e acabam terminando nas primeiras posições ou até mesmo com o título, seja no LoL, CS:GO, Dota 2, Rainbow Six ou jogos de luta.

Com isso em mente, o MGG Brasil preparou uma lista com as maiores zebras da história dos esports, resgatando partidas ou campeonatos que são lembrados até hoje em suas respectivas cenas. Conheça a seguir algumas dessas histórias.

Windigo Gaming e AGO Esports (CS:GO) - WESG 2018

Windigo desbancou MIBR e G2 para conquistar (Foto: Divulgação/HLTV) - Millenium
Windigo desbancou MIBR e G2 para conquistar (Foto: Divulgação/HLTV)

Esse é um raros casos de zebra em dose dupla nos esports. Quando a WESG 2018, que apesar do nome só foi disputada em março de 2019, começou, três equipes eram apontadas como maiores candidatas ao título: MIBR, G2 e Fnatic. Como o torneio exige que todos os times sejam formados por jogadores do mesmo país, algumas organizações formadas por times do mesmo país, muitas orgs com jogadores de diferentes nacionalidades, como Mousesports, Faze Clan e NaVi ficaram de fora da disputa, o que tornava o favoritismo das equipes tradicionais que estavam no torneio ainda maior.

Contudo, a Windigo Gaming, da Bulgária, e AGO Esports, da Polônia, tinham planos diferentes para aquele torneio e acabaram fazendo a final do torneio contrariando todas as expectativas. Absolutas desconhecidas do cenário internacional, as equipes aprontaram diversas zebras no torneio. A Windigo, por exemplo, desbancou a MIBR de Fallen, Coldzera e companhia por 2 a 1 nas quartas de final, e na semi aplicou um 2 a 0 em cima da G2. Já a AGO eliminou a Fnatic na semifinal da outra chave por 2 a 0, aplicando inclusive um 16 a 0 sobre os suecos no mapa Inferno.

Na final de azarões, a Windigo acabou vencendo a AGO de virada por 2 a 1 e garantiu o prêmio de US$ 500 mil dólares, mesmo valor pago aos times campeões de Major na ocasião. Depois daquele torneio, no entanto, nenhuma das equipes se consolidou no tier 1 mundial, e até hoje vivem apenas de títulos em eventos menores.

Pain Gaming (Dota 2) - ESL One Birmingham 2018

Pain venceu duas vezes a campeã mundial Team Liquid (Foto: Divulgação/ESL) - Millenium
Pain venceu duas vezes a campeã mundial Team Liquid (Foto: Divulgação/ESL)

O cenário sul-americano de Dota 2 é bem mais respeitado internacionalmente hoje do que era no passado, e um dos torneios mais marcantes para a região foi a ESL One Birmingham 2018, um dos eventos Major daquela temporada no Dota Pro Circuit. Naquela ocasião, a brasileira Pain Gaming chegou foi sorteada no fortíssimo grupo B, ao lado de OG, que mais tarde ganharia o The International 2018, Team Liquid, campeã mundial em 2017, e Vici Gaming, uma das equipes mais renomadas do forte cenário asiático, mas surpreendeu a todos e terminou o torneio na terceira posição.

As vitórias mais marcantes aconteceram ainda na fase de grupos, quando a Pain desbancou duas vezes a Team Liquid, que ostentava o título do International 2017 e era apontada como franca favorita. A primeira vitória foi numa série MD1, e a segunda, numa MD3, provando que a PNG não havia desbancado Kuroky e companhia por acaso na primeira vez.

Nos playoffs, a Pain continuo jogando em alto nível, derrotando por 2 a 0 a Mineski, outra forte equipe do cenário asiático, nas quartas de final. Na semifinal, a equipe brasileira acabou derrotada por pela russa Virtus Pro, que liderava o Dota Pro Circuit àquela altura e na sequência se sagraria campeã do torneio com um contundente 3 a 0 sobre a Optic Gaming. Na disputa pelo terceiro lugar, a Pain contou com forte apoio da torcida inglesa para bater a Fnatic por 2 a 0 e garantir a melhor campanha da história de um time sul-americano em um Major do Dota Pro Circuit.

Saul "MenaRD" Mena II (Street Fighter V) - Capcom Cup 2017

MenaRD desbancou lendas do Street Fighter para ser campeão da Capcom Cup 2015 (Foto: Divulgação/Capcom Fighters) - Millenium
MenaRD desbancou lendas do Street Fighter para ser campeão da Capcom Cup 2015 (Foto: Divulgação/Capcom Fighters)

Quando a Capcom Cup 2017 começou, ninguém imaginava que Saul "MenaRD" Mena II, da República Dominicana, poderia desbancar vários dos melhores jogadores do mundo em sequência para ficar com o título, mas o atleta, que já havia mostrado um altíssimo em eventos como Combo Breaker, Community Effort Orlando, The Brooklyn Beatdown 2 e SoCal Regionals 2017, apresentou seu melhor nível de jogo no evento com maior premiação do cenário dos jogos de luta, faturando o prêmio de US$ 250 mil na ocasião.

Após chegar aos playoffs pela chave dos vencedores, MenaRD, desbancou o japonês Hiromiki "Itabashi Zangief" Kumada por 3 a 0, para encarar então Hajime "Tokido" Taniguchi, campeão da EVO daquele ano e considerado o melhor jogador de Street Fighter V do mundo, na final dos vencedores. O dominicano acabou derrotado por Tokido e enviado à final dos perdedores, onde superou outro japonês, Naoki "Nemo" Nemoto, por 3 a 0.

Na revanche contra Tokido, que vinha invicto nos playoffs, MenaRD precisava vencer duas MD5 consecutivas, e foi utilizando de forma impecável o personagem Birdie que ele aplicou um 3 a 2 e um 3 a 1 sobre o temido Akuma de Tokido. Com o título, MenaRD trouxe mais visibilidade e oportunidades para a cena de seu país, fazendo a República Dominicana receber etapas Premier da Capcom Pro Tout. O país também sediaria a Capcom Cup 2020, mas a pandemia de Covid-19 causou o cancelamento do evento.

Team Nora Rengo (Rainbow Six) - Six Invitational 2019

Team Nora-Rengo fez história com grande campanha no Six Invitational 2019 (Foto: Divulgação/Rainbow Six Esports) - Millenium
Team Nora-Rengo fez história com grande campanha no Six Invitational 2019 (Foto: Divulgação/Rainbow Six Esports)

A região APAC (Ásia-Pacífico) sempre foi considerada a mais fraca do cenário mundial de Rainbow Six, mas houve um time japonês que conquistou o público no Six Invitational 2019 com carisma, organização tática e muita bala para trocar com os melhores times do mundo: a Team Nora-Rengo.

Consolidada ao lado da Fnatic como melhor time da APAC naquela época, a Nora-Rengo fez a melhor campanha de um time da região ao chegar à semifinal do mundial de Rainbow Six, Na fase de grupos, os japoneses estrearam com vitória de 2 a 1 sobre a PENTA Sports, da Europa, em partida válida pelo grupo D. Na sequência, eles acabaram derrotados por 2 a 0 pela Evil Geniuses, e garantiram vaga nos playoffs após novo 2 a 1 sobre a PENTA.

Nos playoffs, a Nora-Rengo fez um clássico da APAC contra a Fnatic, que vinha embalada na competição após passar em primeiro lugar no grupo A, à frente de Team Reciprocity, Faze Clan e Ninjas in Pyjamas. Mesmo com os australianos sendo considerados o time mais forte da APAC, foram os japoneses que levaram a melhor por 2 a 0, com direito a um contundente 7 a 1 no mapa Villa. O último capítulo da Nora-Rengo no torneio foi a derrota por 2 a 1 para Team Empire, da Rússia, por 2 a 1. Mesmo com a derrota, a equipe japonesa saiu do torneio com uma campanha histórica, indo muito mais longe do que várias equipes que chegaram cotadas como candidatas a título.

Jeong "Rangchu" Hyeon-ho (Tekken 7) - Tekken World Tour Finals 2018

Rangchu foi campeão do Tekken World Tour Finals jogando de Panda, um dos piores personagens do jogo (Foto: Divulgação/Tekken World Tour) - Millenium
Rangchu foi campeão do Tekken World Tour Finals jogando de Panda, um dos piores personagens do jogo (Foto: Divulgação/Tekken World Tour)

Quando chegou para a disputa da Tekken World Tour Finals era conhecido por aparecer constantemente no top 8 de eventos da Tekken World Tour, mas também por nunca ter vencido nenhum deles. E um dos motivos que muitos acreditavam ser a razão de o sul-coreano sempre morrer na praia se devia ao fato de seu principal personagem sem um dos piores de Tekken 7: Panda. Aquele torneio, porém, guardava um desfecho especial para o pro player.

Na fase de grupos, Rangchu passou em primeiro lugar no grupo B, mesmo tendo como adversários alguns dos mehores jogadores do mundo, como Chanel, o campeão da EVO 2015 Saint, o americano Anakin, melhor jogador da América do Norte à época, e Fergus, um dos melhores jogadores europeus de Tekken.

Nos playoffs, os desafios para Rangchu seriam ainda maiores. Ele estreou na semifinal da chave dos vencedores contra Knee, considerado por muitos especialistas o maior jogador de Tekken de todos os tempos. No confronto contra o rival, Rangchu optou pela primeira vez por não utilizar Panda, mas acabou derrotado por 2 a 0 ao escolher Geese e Fang e foi enviado à chave dos perdedores.

Na lower bracket, Rangchu decidiu apostar somente em Panda e foi recompensado. Após vencer por 2 a 0 os compatriotas Jeondding e Chanel, ele teve sua chance de revanche contra Knee na final da chave dos perdedores, e desta vez foi com seu personagem de assinatura. Contrariando todas as expectativas, Rangchu desbancou Knee e seu Devil Jin por 3 a 1 e foi para grande final contra outra lenda vida do Tekken: Qudans.

Como vinha da chave dos perdedores e Qudans vinha invicto nos playoffs, Rangchu precisava vencer duas séries MD5 consecutivas, e novamente tendo que superar um jogador de Devil Jin, que representava uma das piores duelos para Panda em Tekken.

Com uma solidez que não havia apresentado em nenhum outro torneio na carreira, Rangchu venceu Qudand por 3 a 1 duas vezes consecutivas e conquistou o maior título da carreira, chocando a comunidade de Tekken 7 não apenas por finalmente ter conquistado um título da Tekken World Tour, mas por ter feito isso contra os melhores jogadores do mundo e utilizando um dos personagens mais rejeitados do jogo.

INTZ vs EDG (League of Legends) - Worlds 2016

INTZ chocou o mundo ao vencer a EDG no Worlds 2016 (Foto: Divulgação/Riot Games) - Millenium
INTZ chocou o mundo ao vencer a EDG no Worlds 2016 (Foto: Divulgação/Riot Games)

Esta é simplesmente a maior vitória de um time brasileiro na história do League of Legends. Campeã dos dois splits do CBLOL em 2016, a INTZ de Yang, Revolta, Tockers, MicaO e Jockster chegava ao Worlds 2016 com o status de melhor time do Brasil sem margem de discussão, mas isso não significava muito diante dos melhores do mundo.

Após passar com alguns sobressaltos pelo IWQC, uma etapa preliminar do mundial, a INTZ fez sua estreia no Worlds contra a Edward Gaming, então campeã da LPL, a liga chinesa de LoL, e uma das grandes favoritas ao título. Foi ali que os Intrépidos fizeram algo que parecia impossível: venceram a EDG com uma atuação de gala de Revolta e Yang encheram a torcida brasileira de esperança sobre uma inédita classificação brasileira aos playoffs do Worlds.

O resultado foi tão surpreendente que até mesmo os casters do mundo inteiro pareciam não acreditar naquele resultado, com uma equipe de uma região wild card superando os campeões de uma das ligas mais fortes do mundo.

A sequência da competição, no entanto, guardaria um desfecho amargo para os brasileiros. Com uma série de atuações apáticas, que nem de longe lembravam a estreia contra a EDG, a INTZ perdeu os outros cinco jogos seguintes da fase de grupos e deram adeus ao Worlds na última colocação. Ainda assim, a vitória contra a equipe chinesa ainda é lembrada com a maior vitória de um time brasileiro no evento mais importante do LoL.

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Gabriel SALES
Gabriel Sales

Jornalista apaixonado por games desde o jardim de infância e fã de quase todo tipo de RPG, especialmente os da série Chrono. Nos esports, shooters e jogos de luta são minhas maiores paixões, mas abraço qualquer jogo com uma cena competitiva pulsante.

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