Motivo de suspensões e até mesmo banimento de técnicos de Counter-Strike: Global Offensive ao longo de 2020, o bug do coach ainda não foi corrigido pela Valve. A permanência da falha de programação dentro do jogo foi compartilhada por Sergey "LBMT" Bezhanov, técnico ucraniano que conquistou diversos títulos pela Mousesports e que hoje comanda e Forze.
Durante as suspensões e banimentos aplicados pela Comissão de Integridade nos Esports Eletrônicos (ESIC, na sigla em inglês), o próprio LBMT chegou a ser um dos técnicos banidos, mas teve sua punição bastante atenuada ao provar que não fez uso do bug do coach de má fé e colaborar com as investigações.
"Como é que esta p***a ainda está aqui? Não atuava como técnico há algum tempo e agora eu vejo isso? Pensei que isso tivesse sido corrigido" indagou LBMT no Twitter. No vídeo compartilhado pelo treinador ucraniano, a câmera está posicionada no meio do mapa Mirage e ele consegue movimentá-la livremente, podendo assim obter informações de posicionamentos inimigos durante os rounds.
O bug do coach permite que treinadores ou qualquer outra pessoa que esteja assistindo à partida de dentro do servidor possa possam mover livremente a câmera ao redor do mapa, o que permite aos técnicos observar a movimentação da equipe adversária e passar essas informações aos seus jogadores de forma ilegal. A investigação da ESIC revelou que, ao longo dos últimos anos, diversos treinadores fizeram uso desse bug, o que resultou numa onda de suspensões e banimentos. De acordo com o jogador russo Denis "seized" Kostin, ex Natus Vincere e Gambit, o bug existe pelo menos desde 2016.
Nomes como Nicholas "guerri" Nogueira, técnico da FURIA, e Alessandro "Apoka" Marcucci, treinador da MIBR, tiveram suas punições atenuadas ao colaborarem com as investigações e provarem que não tiraram vantagem do bug do coach. Ainda assim, eles acabaram suspensos por alguns meses por não terem deixado o servidor das partidas assim que a falha de programação ocorreu. Ao todo, 37 técnicos do mundo inteiro acabaram sofrendo algum tipo de punição, que variaram de acordo com a gravidade da infração e o nível de dolo por parte dos treinadores.
Em 2021, quando muitos dos técnicos punidos pela ESIC já haviam cumprido suas suspensões ou estavam próximos de voltar aos torneios, a Valve decidiu aplicar suas próprias punições aos profissionais, desta vez em eventos nos quais a desenvolvedora tem algum nível de envolvimento, como os Majors e RMR. A companhia também decidiu que não permitiria mais a comunicação entre jogadores e técnicos em torneios online, o que gerou uma série de críticas por parte da comunidade. Como a falha no jogo ainda não foi solucionada pela Valve, é possível que no futuro novas punições sejam aplicadas contra treinadores que utilizarem o bug ou não reportá-lo imediatamente.