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Retrospectiva do CS:GO em 2020: FURIA em alta, nova MIBR e domínio da Boom no Brasil

Retrospectiva do CS:GO em 2020: FURIA em alta, nova MIBR e domínio da Boom no Brasil
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Temporada marcou crescimento das panteras na América do Norte, saídas de Fallen, fer e TACO de uma tag lendária e o aproveitamento de 100% de Felps em companhia em campeonatos nacionais

Retrospectiva do CS:GO em 2020: FURIA em alta, nova MIBR e domínio da Boom no Brasil

A temporada de 2020 de Counter-Strike: Global Offensive foi amplamente prejudicada pela pandemia de Covid-19, com o cancelamento dos dois Majors previstos para o ano e os eventos internacionais mais importantes do mundo sendo substitutos por versões regionais disputadas de forma online. Ainda assim, houve algumas boas notícias para os brasileiros, como a consolidação da FURIA como uma equipe de elite da América do Norte e a nova formação da MIBR – montada após as saídas de TACO e Fer e o pedido de Fallen para ser movido para o banco de reservas – apresentado um nível de jogo muito melhor do que se imaginava quando as chegadas de v$m, leo_drk e LUCAS1 foram anunciadas.

Outra notícia animadora para o cenário brasileiro foi o excelente nível de jogo apresentado pela Boom, que foi campeã de nove campeonatos que disputou nos cenários brasileiro e sul-americano e acendeu as esperanças de uma nova equipe do país fazer bonito em competições internacionais. Já a Astralis, campeã dos três últimos Majors de CS:GO, teve uma temporada com mais oscilações que o normal para a equipe dinamarquesa, mas fechou a temporada com quatro títulos Tier 1 e recuperou a liderança do ranking mundial da HLTV. Confira, a seguir, a retrospectiva da temporada 2020 de CS:GO.

FURIA no topo da América do Norte

FURIA terminou a temporada como melhor equipe da América do Norte (Foto: Divulgação/DreamHack) - Counter-Strike: Global Offensive
FURIA terminou a temporada como melhor equipe da América do Norte (Foto: Divulgação/DreamHack)

Se 2019 foi um ano de ascensão da FURIA no cenário internacional de CS:GO, com boas campanhas em eventos Tier 1, como o vice-campeonato na ECS Season 7, o terceiro lugar na StarSeries & i-League Season 8 e a semifinal na Dreamhack Masters Dallas, além de uma chegada ao top 5 do ranking mundial da HLTV, 2020 foi o ano da consolidação do quinteto brasileiro.

Embora só tenha disputado eventos internacionais já na reta final do ano, KSCERATO, HEN1, VINI, arT e Yuurih mostraram um excelente nível de jogo e colocaram a FURIA como melhor equipe da América do Norte, que conta com equipes do porte de Team Liquid, campeã de seis eventos Tier 1 em 2019 e líder do ranking da HLTV em boa parte da temporada passada, e Evil Geniuses, vencedora de eventos como a ESL One Nova York e StarSeries & i-League Season 8 no ano passado.

Ao todo, a FURIA faturou quatro títulos na temporada norte-americana: DreamHack Masters Spring 2020, DreamHack Open Summer 2020, ESL Pro League Season 12 e Intel Extreme Masters XV North America, além de um top 3 no ranking mundial da HLTV, em outubro. No caminho até esses títulos eram frequentes os confrontos com equipes como Team Liquid, Evil Geniuses e 100 Thieves, que contava com os jogadores semifinalistas da Starladder Berlin Major 2019 pela Renegades, o que reforça a ascensão dos brasileiros mesmo diante de rivais com ampla bagagem internacional.

Ainda que a temporada tenha sido marcada por poucos eventos internacionais, a FURIA ainda fez ótima campanha na edição europeia da Dreamhack Masters Winter, na qual caiu nas semifinais para a Astralis. A expectativa agora gira em torno da temporada de 2021, que ainda é cercada de incertezas em função da pandemia de Covid-19, mas a FURIA já mostrou este ano que pode sonhar com voos altos em grandes competições internacionais.

Nova MIBR surpreende e empolga

MIBR apresentou bom jogo após as chegadas de v$m, leo_drk e LUCAS1 (Foto: Divulgação/MIBR) - Counter-Strike: Global Offensive
MIBR apresentou bom jogo após as chegadas de v$m, leo_drk e LUCAS1 (Foto: Divulgação/MIBR)

Em mais uma temporada conturbada e sem títulos, a MIBR até chegou perto de conquistar troféus em duas ocasiões: na final da Flashpoint 1, quando acabou derrotada pela MAD Lions, e na decisão da BLAST Premier: Spring American Finals, quando foi batida pela Evil Geniuses. Os maus resultados em outros eventos, no entanto, somados a um 2019 que já havia sido decepcionante, acabaram resultando nas dispensas dos jogadores Fer e TACO e do manager da equipe, dead - que esteve envolvido com a polêmica do bug do coach. Em solidariedade aos companheiros de longa data, Fallen pediu para ser movido para o banco de reservas e não jogar mais pela equipe.

Quando tudo parecia perdido para uma tag que fez história nos tempos de CS 1.5 e 1.6, as chegadas de v$M, leo_drk e LUCAS1, além do técnico Cogu, trouxeram novo ânimo ao time, que ainda contava com kNg e trk do elenco anterior.

Embora não tenha conquistado títulos, a MIBR apresentou um nível de jogo surpreendente para uma equipe com pouquíssimo tempo de treino e estava disputando torneios contra times da elite europeia. Na BLAST Premier Fall 2020 Regular Season, primeira grande competição da nova formação, o quinteto brasileiro vendeu caro as derrotas para Astralis e G2, e ainda venceu uma FURIA que vinha em ótima fase.

Na Blast Premier Fall Shodown, torneio de eliminação simples, a MIBR estreou com vitória sobre a Faze Clan antes de ser eliminada pela Team Liquid.

Na Flashpoint 2, último torneio da equipe na temporada, a MIBR conseguiu chegar às semifinais com vitórias sobre equipes como Team Envy, Forze e OG, além de partidas equilibradas contra times como BIG, que chegou a liderar o ranking da HLTV em 2020, e Fnatic, campeã da ESL Pro League Season 11: Europe este ano.

A falta de títulos da nova MIBR não apaga o bom retrospecto do time se considerarmos o pouquíssimo tempo da nova line-up. Embora a continuidade da equipe ainda seja incerta, é fato que o quinteto brasileiro sob o comando de Cogu apresentou um desempenho extremamente animador mesmo diante de condições desfavoráveis.

Boom dominante no Brasil e na América do Sul

Boom não teve adversários à altura na América do Sul ao longo de 2020 (Foto: Divulgação/Boom) - Counter-Strike: Global Offensive
Boom não teve adversários à altura na América do Sul ao longo de 2020 (Foto: Divulgação/Boom)

Quando a Boom, organização de esports da Indonésia, anunciou a contratação de uma line-up brasileira formada por Felps, Boltz, Chelo, shz e Yel, a intenção da tag e dos jogadores era disputar campeonatos internacionais de CS:GO, mas a pandemia de Covid-19 forçou uma mudança de planos e fez a equipe focar em torneios nos cenários brasileiro e sul-americano. Embora já tenha desembarcado no país com status de favorita a todos os torneios que disputasse por aqui, especialmente pela ampla bagagem de Felps e Boltz em grandes competições, o domínio da Boom foi ainda maior que o esperado.

Com exceção do Americas Minor Championship: South America Closed Qualifier, torneio em que a Boom ficou em segundo lugar e garantiu vaga no qualificatório das Américas para o Major do Rio - que posteriormente seria cancelado -, a equipe brasileira ganhou todos os nove torneios que disputou na América do Sul, com destaque para a Gamersclub Masters V, CBCS: The Rising e CBCS: The Revenge, ESL Pro League Season 12: South America, ESL One: Road to Rio e Tribo to Major.

Além dos títulos, a Boom impressionou pelas performances dominantes contra várias das melhores equipes da região, como Pain, Red Canids, Imperial, Detona e Isurus, deixando a impressão de que poderia conquistar resultados expressivos em eventos internacionais se a pandemia não tivesse atrapalhado tanto os planos da equipe.

No fim do ano, porém, veio a surpreendente notícia de que Felps havia decidido deixar a Boom quando a equipe vivia seu auge e ele era o principal destaque individual da line-up. Rumores apontam que o jogador tomou essa decisão para entrar em um novo time de CS:GO no qual trabalharia com dead e TACO, dispensados da MIBR junto com Fer em agosto.

Já sem Felps, o último compromisso da Boom na temporada foi a FlowFire League, evento presencial disputado contra as melhores equipes da Argentina. Com Fer atuando como complete, a equipe brasileira venceu a Furious Gaming e a Isurus sem perder mapas e fechou a temporada com mais um troféu. A expectativa agora gira em torno de quem será o substituo de Felps para a temporada de 2021, e o próprio Fer é uma possibilidade.

Embora o cenário sul-americano atual não seja tão forte quanto o de regiões como Europa, América do Norte ou Comunidade dos Estados Independentes, vale destacar que a FURIA também teve um desempenho dominante no Brasil antes de migrar para a NA e se tornar a principal equipe brasileira no cenário internacional - e não será nenhuma surpresa se a Boom escrever uma história parecida.

Astralis oscila, mas volta ao topo do mundo

Mesmo com oscilações ao longo do ano, Astralis terminou a temporada como melhor time do mundo (Foto: Divulgação/Astralis) - Counter-Strike: Global Offensive
Mesmo com oscilações ao longo do ano, Astralis terminou a temporada como melhor time do mundo (Foto: Divulgação/Astralis)

Campeã dos três últimos Majors e dona de quatro títulos mundiais de CS:GO, a Astralis confirma, a cada temporada, porque é considerada a maior equipe da história da modalidade. Em 2020, porém, o time passou por mais oscilações do que o mundo se acostumou a ver nos últimos dois anos, com Gla1ve e Xyp9x, dois dos principais jogadores e líderes da equipe, se afastando temporariamente do competitivo em função de estresse. O caso de Gla1ve, especificamente, foi ainda mais preocupante, uma vez que o capitão dinamarquês foi diagnosticado com burnout.

O afastamento da dupla ocorreu poucos dias após a Astralis conquistar seu primeiro título na temporada, a edição europeia da ESL One: Road to Rio. Anteriormente, a equipe dinamarquesa havia caído nas semifinais da IEM Katowice, após derrota para a Na'Vi, que na sequência venceria o torneio, e ficado em terceiro lugar ESL Pro League Season 11: Europe, após ser batida pela Mousesports.

Se o começo da temporada foi animador, com a Astralis frequentando regularmente pelo menos o top 4 dos torneios, a sequência foi marcada por uma pequena seca de títulos. As contratações de Jugi, em maio, estag, no começo de julho, e Bubzkji, no fim do mesmo mês, não preencheram a lacuna deixada por Gla1ve e Xyp9x, e o time dinamarquês teve campanhas decepcionantes na BLAST Premier: Spring European Showdown, DreamHack Masters Spring Europe e ESL One Cologne Europe.

Com os retornos de Gla1ve, no começo de setembro, e de Xyp9x, no início de outubro, a Astralis voltou à melhor forma e, com seu quinteto titular novamente reunido, venceu três dos seis torneios que disputou na reta final da temporada: as edições europeias da ESL Pro League Season 12 e da DreamHack Masters Winter e a Intel Extreme Masters XV - Global Challenge. Os títulos garantiram à Astralis o retorno ao posto de time nº 1 do mundo no ranking da HLTV. Pelo terceiro ano consecutivo, os dinamarqueses terminaram a temporada no topo.

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Gabriel Sales

Jornalista apaixonado por games desde o jardim de infância e fã de quase todo tipo de RPG, especialmente os da série Chrono. Nos esports, shooters e jogos de luta são minhas maiores paixões, mas abraço qualquer jogo com uma cena competitiva pulsante.

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