A FURIA confirmou o favoritismo no segundo dia de campeonato e conquistou o título da Gamers Club Masters feminina II de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO). No entanto, apesar de mais um título feminino na conta da equipe, Fernando "nandinnn" Serikawa afirmou que o time está mirando no cenário misto.
A fala do treinador sobre o tema aconteceu durante a coletiva após a conquista do troféu, no último domingo (13). De acordo com ele, "Desde o início o nosso objetivo não é só o cenário feminino".
"Estamos trabalhando para continuar num bom desempenho no cenário feminino e inclusive nos mundiais femininos", garantiu nandinnn. "Mas nós também queremos disputar contra grandes equipes do Brasil - sejam mistas ou masculinos - para trazer resultados históricos que nunca aconteceram antes", completou.
Os objetivos são ambiciosos e o caminho não é fácil. Como já relataram diversas jogadoras, além da dificuldade de se jogar no tier 1 por si só, as mulheres ainda sofrem outros impeditivos que vão desde comentários machistas e assédio até falta de oportunidades. No entanto, o projeto furioso chegou justamente para tentar ultrapassar algumas destas barreiras, em especial a das oportunidades já que o investimento na equipe é o mais alto do país, contando até mesmo com bootcamp em gaming house.
"A FURIA nos dá um suporte que nunca imaginamos ter, principalmente nós que estamos no cenário há muito tempo e lembramos de todas as dificuldades que já passamos", relatou nandinnn. "Eu particularmente sou bem realista e não esperava estar num projeto que nos abraça desta forma".
O investimento no elenco feminino não para na gaming house. O treinador da FURIA também revelou que o time está recebendo assistência de diversos profissionais que estão contribuindo muito para o crescimento do grupo.
"O bootcamp em si foi algo que nos agregou demais não só pela nossa proximidade, mas pelo trabalho em geral que conseguimos realizar por aqui com os profissionais que vêm nos visitar para fazer acontecer também... Nós temos ajuda de psicólogo e inclusive ele está aqui até agora [pós título], pois ontem ficamos até tarde da noite conversando e resolvendo os problemas que tiveram."
Nandinnn não descartou nem mesmo treinos internacionais: "Se tivermos um mundial pela frente e conseguirmos uma vaga, não tenho dúvidas que vão nos apoiar com alguma coisa do tipo [bootcamp internacional]".
Até o momento um cenário de fato misto ainda não é palpável. Especialmente se levarmos em consideração que a FURIA é apenas uma equipe feminina em ascensão, no meio de tantas line-ups masculinas já estabilizadas. Porém, Dentro de jogo as jogadoras da FURIA mostram que de fato podem ir além, assim como a organização dá condições para isso fora do game. Este finalmente pode ser o primeiro e importantíssimo passo que será dado na direção do cenário igualitário e quase utópico que almejamos.
(Foto de capa: Gui Caielli/FURIA)