Os desenvolvedores de League of Legends já disseram várias vezes que se recusam a criar diferentes versões do MOBA, como uma para jogadores comuns e outra para pro players. A intenção da Riot Games é que o jogo no nível profissional seja o menos diferente possível para a maior parte da comunidade, para que assim os jogadores de filas ranqueadas também sintam um gostinho de cenário competitivo.
No entanto, isso nunca impediu que a empresa fizesse algumas concessões a si mesma, como a criação da EMEA Champions Queue, servidor específico para pro players da LEC e de ligas menores da Europa, e de regulamentos específicos que proíbam a utilização de determinados recursos do jogo, sendo esta última condição a causa de uma polêmica recente no cenário competitivo. A Riot proibiu pro players de usarem Ryze com a runa Caminhar sobre as Águas.
A situação de Ryze no cenário profissional de LoL
A combinação de Ryze com a runa Caminhar sobre as Águas é uma questão complicada no LoL já há algum tempo, mas aparentemente os desenvolvedores seguem hesitantes em como lidar com ela. A runa concede maior velocidade de movimento e força adaptativa ao entrar no Rio. A esta situação precisamos nos lembrar de levar em conta a passiva de Ryze, que converte parte de seu poder de habilidade em mana.
Desta forma, estar no Rio como Ryze aumenta seu AP, que aumenta sua mana máxima, que regenera a mana atual em uma quantidade igual ao aumento máximo de mana. Os dois primeiros buffs são desativados quando o jogador sair do Rio, mas o terceiro permanece.
O primeiro caso desta combinação, proibida pela Riot Games, no cenário competitivo, foi com Perkz, que por engano ou de forma intencional usou Ryze e a runa na LEC. A questão é que, ainda que o uso seja proibido, o diretor de esports da EMEA, Maximilian Peter Schmidt, mal o repreendeu. "Você deve ter notado que Perkz usou Caminha sobre as Águas em Ryze ontem, o que atualmente é proibido no jogo profissional. Nossa equipe de operações competitivas determinou que ele não obteve uma vantagem significativa com esta runa. A Team Vitality será multada de acordo com os precedentes anteriores".
O valor da multa aplicada à Vitality foi de menos de €$ 1 mil. O valor é irrisório se levarmos em conta que não significa nada para o clube, que não será impactado pela punição.
As coisas ficam mais sérias
A violação de Perkz aconteceu há mais de uma semana e, sem surpresas, outros pro players seguiram o exemplo dele, seja por não temerem repercussões maiores do que uma pequena multa ou por puro descuido. O caso mais recente aconteceu em uma partida entre KOI e Fnatic Team Queso, na qual o meio da organização fundada por Ibai Llanos e Gerard Piqué também fez uso da combinação proibida.
As coisas ficaram um pouco mais sérias após este caso e um texto foi adicionado à seção de incidentes da ata de arbitragem. "O jogador Baca utilizou a combinação não permitida pela lista de bugs oficial da Riot Games da runa Caminhas sobre as Águas junto com o campeão Ryze. O jogo será analisado posteriormente para revisar a conduta do jogador, podendo ser penalizado, com advertência no caso de não aproveitando o exploit, até a perda da partida e sua sanção em caso contrário".
Este tipo de situação vem se repetindo em múltiplas ocasiões e em diferentes ligas profissionais ao longo dos últimos anos - e cujos precedentes foram estabelecidos pela Riot, já que a desenvolvedora criou um regulamento, mas não o aplica, deixando a decisão de aplicar ou não uma punição nas mãos de juízes. Desta forma, era questão de tempo até estes casos se tornarem uma grande polêmica. Já houve situações nas quais bugs complicados aconteceram até mesmo no Mundial de LoL.