Equipe que dominou o CS:GO mundial em 2021, faturando inclusive quase R$ 24 milhões somente em premiações, a NAVI vive uma temporada bem menos vencedora e mais conturbada em 2022. A organização ucraniana, que conta com três jogadores nativos do país (S1mple, B1t e Sdy) e dois russos (Electronic e Perfecto) foi naturalmente abalada pela guerra da Ucrânia, marcada pela invasão ao país por tropas da Rússia, e ainda viu o antigo capitão do time, Boombl4, ser dispensado por "riscos à reputação da clube", em uma polêmica na qual a hoje ex-mulher do pro player teria apoiado a invasão russa.
Este ano, a Natus Vincere conquistou apenas um grande título, a BLAST Premier: Spring Finals, foi vice-campeã do PGL Major Antwerp e da IEM Cologne e semifinalista da IEM Katowice. O retrospecto, que representaria uma excelente temporada para maioria das equipes do cenário, porém, é pouco para um time que em 2021 conquistou 7 títulos do tier 1 mundial, incluindo o PGL Major Antwerp, a IEM Cologne, a ESL Pro League Season 14 e a BLAST Premier: World Final 2021.
No IEM Rio Major 2022, a NAVI mais uma vez oscilou e chegou a estar uma derrota da eliminação ainda no Legends Stage, mas se recuperou com boas vitórias sobre Bad News Eagles e BIG e avançou aos playoffs do Mundial de CS:GO. Nas quartas de final do campeonato, a Natus Vincere encara a FURIA, que passou invicta pelo Legends, mas o jogador Valerii "B1t" Vakhovskyi acredita que sua equipe mostrará por que ficou conhecida por crescer em momentos decisivos.
Em entrevista ao MGG Brasil, B1t disse que o time vem oscilando ao longo da temporada e também no Major do Rio, mas ressaltou que o time, assim como ele próprio, tem totais condições de mostrar seu melhor nível de jogo no Champions Stage.
"Para vencermos este Major, sabemos que precisamos jogar nosso melhor CS, o que ainda não aconteceu até o momento. Contudo, temos a experiência de jogar e vencer muitos jogos decisivos, gostamos desses grandes momentos e devemos usar isso a nosso favor nesses playoffs. Nossa maior força é crescer nos grandes jogos, nos momentos decisivos, e temos totais condições de repetir isso aqui no Brasil", cravou.
A respeito do duelo contra a FURIA, B1t ressaltou que a NAVI está preparada para ter a torcida contra "o tempo inteiro", visto que o time de Art e KSCERATO joga em casa e naturalmente terá apoio massivo do público. Ainda assim, o jogador elogiou a atmosfera criada pela torcida durante o Challengers e Legends Stage, classificando-a como "elétrica".
"Os torcedores brasileiros são elétricos, pudemos sentir isso no Legends Stage mesmo não enfrentando nenhum time brasileiro. Eles fizeram uma festa muito bonita, e sei que não teremos apoio no jogo contra FURIA, mas estou empolgado para este jogo", destacou.
Sobre o duelo dentro do servidor contra a FURIA, B1t elogiou o desempenho recente do time brasileiro. Para o jogador, os Panteras estão apresentando seu melhor nível de jogo neste tipo de evento, e acredita que a força da torcida fez a equipe de Art, KSCERATO e companhia atingir "um nível diferente", que torna os brasileiros "mais perigosos".
"A FURIA tem sido um dos times mais regulares dos últimos Majors, por isso mais uma vez está nos playoffs, mas aqui no Brasil está jogando melhor do que nos campeonatos anteriores. A força da torcida parece realmente ter fortalecido eles, que estão usando essa energia em favor próprio. Acho que será um jogo difícil, talvez o mais difícil que já tivemos contra a FURIA, mas acredito totalmente no meu time e sei que todos os meus companheiros pensam da mesma forma", resumiu.
Sobre a possibilidade de o Brasil se tornar um destino regular de grandes eventos no CS:GO, B1t classifica o IEM Major Rio como uma "prova de força" do público brasileiro, e por isso acreditava que o país passará a receber campeonatos de grande porte regularmente.
"Não apenas Majors, mas outros eventos também. A festa que fizeram desde os primeiros dias foi realmente muito bonita. A torcida apoia os times brasileiros o tempo todo, é extremamente empolgada, e acho que as empresas também viram isso. Espero voltar aqui mais vezes e, quem sabe, ter a torcida do nosso lado quando não enfrentarmos times brasileiros", concluiu o jogador da NAVI.
Foto de abertura: Stephanie Lindgren / Divulgação ESL*