O primeiro campeonato feminino de League of Legends já está ocorrendo. A Ignis Cup é um marco na história da comunidade, especialmente para a comunidade feminina e LGBTQIAP+, já que os torneios acolhem pessoas trans, travestis e não-binários. Entre as equipes classificadas está a Triunfo Kai (ou Triunfo Esports) que, recentemente, se classificou para as semifinais.
Lembrando que a final do campeonato será disputada em 12 de novembro, em São Paulo, e a equipe vencedora leva o prêmio de R$ 80 mil.
Line-up da Triunfo Kai
- Topo: Priscila "Minhau" Sanches (Ela/Dela)
- Topo: Yamila "Historia" Veron (Ela/Dela)
- Jungle: Alice ''Lice'' Gabriella (Ela/Dela)
- Jungle: Isabela "Kirisa" Caetano (Ela/Dela)
- Mid: Gabrielle "Ajin" Almeida (Ela/Dela)
- Adc: Ana "Chapeleira" Kuga (Ela/Dela)
- Suporte: Heily "Heily" Dorer (Ela/Dela)
- Head Coach: Guilherme "Lion" Viana (Ele/Dele)
- Assistant Coach: Arthur "Sano" Castro (Ele/Dele)
- Strategic Coach: Bianca 'Talonzinha' Campolongo (Ela/Dela)
- Analyst: Thamili "tnndark" Itimore (Ela/Dela)
A Triunfo Kai mudou seu nome (antes era Time Líquido) e, pelo visto, vieram para competir, já que se classificaram para as semifinais e enfrentarão a Raizen em 4 de novembro. Nós do MGG Brasil entrevistamos as integrantes da equipe e você pode conferir o resultado abaixo:
Como surgiu seu interesse pelo cenário competitivo de LoL? Há quanto tempo participam de torneios?
Heily: "Meu interesse pelo cenário competitivo começou no ano de 2019, quando, pela primeira vez, peguei Challenger e me mantive no elo a season inteira. No mesmo ano participei do meu primeiro Qualify pela base da CNB.".
Como foi o processo de montar o time (try out, as pessoas já se conheciam/eram amigas, outras opções)?
Chapeleira: "Bem, o try out da nossa equipe foi de uma semana e contou com a participação de cerca de 15 jogadoras. Basicamente todo dia rolava cerca de uns 4 jogos em que ficávamos rotacionando os times. Já conhecia a maioria das jogadoras devido ao Inhouse Jinx e a outros campeonatos, mas só possuía intimidade com algumas delas por já termos trabalhado juntas em equipes anteriores".
Como foi a experiência de passar pelas qualificatórias e chegar nos playoffs?
Chapeleira: "Até agora, foi uma experiência peculiar, eu diria, pois da preparação para o primeiro qualify, por exemplo, tivemos apenas 3 dias em que fizemos um mega intensivo para corrigir o mais rápido possível os nossos pontos mais fracos. Ainda assim, conseguimos bater de frente com times maiores, com mais tempo de treino e pegamos uma posição alta na tabela".
Quais são as expectativas de vocês para os times? Quais equipes acham mais fortes?
Minhau: "Eu espero que os times estejam bem fortes e preparados para esse campeonato. As equipes que eu imagino que terão um maior impacto são a Pain, devido a todo o histórico com ótimas jogadores e partidas onde mostram total domínio, e a Rise, já que elas estão treinando juntas há muito tempo e essa convivência influencia bastante na hora do jogo".
O cenário competitivo feminino de LoL já teve outros momentos importantes antes, mas esta é a primeira vez que a própria Riot Games organiza algo oficial. Como você enxerga esse momento do cenário?
- Minhau: "Eu enxergo esse momento como um marco para nós do cenário feminino, pois agora é nítido que a riot está investindo na gente e mostraremos que o que eles estão fazendo valerá a pena".
- Isa: "Assim como eu, muitas meninas e pessoas NB, estão a muito tempo nesse cenário. Sempre percebi que, mesmo com muito esforço, não tínhamos um objetivo claro, não sabíamos onde isso nos levaria, se levaria para algo, por conta disso era sempre difícil achar algo mais profissional e consistente. Porém, nesse momento atual percebo uma melhora significativa. Muitos projetos abriram suas portas para que seja possível evoluirmos e mostrar nosso jogo, mostrar que também somos capazes de formar um cenário profissional. Este está sendo o momento que tanto queríamos, para crescer com reconhecimento e segurança".
- Lice: "É um primeiro grande passo. Sempre foi meu sonho fazer parte disso e enxergo muito futuro. Que a gente consiga ser vista, e até viver disso. E só deve evoluir cada vez mais quando a iniciativa vem da própria Riot, desenvolvedora do jogo".
- Chapeleira: "Vejo esse momento como o grande salto inicial que nosso cenário precisa para ser visto com seriedade".
- Heily: "Atualmente estamos vivendo algo que sempre sonhamos. Uma oportunidade de mostrar para os nossos familiares que podemos viver do jogo que tanto amamos. A Riot está abrindo uma oportunidade gigantesca, deixando sonhos que antes eram inalcançáveis cada vez mais perto. Além de tudo, a inclusão deste campeonato está sendo algo incrível".
Como foi a preparação do time para os playoffs?
Ajin: "Foi difícil, a equipe estava em um momento complicado, jogadores sem internet, com horário limitado e tivemos que treinar muito. Mas após o bom resultado da primeira qualificatória sinto que só depende de nós mesmas. Continuamos treinando muito e nos esforçando ao máximo para que possamos apresentar bons jogos na Ignis".