O primeiro campeonato feminino de League of Legends organizado pela Riot Games teve início nesta terça-feira, 1 de novembro, e foi transmitido em todos os canais oficiais do CBLOL. A Ignis Cup é a realização de um antigo sonho do cenário feminino e tem como plano de fundo o esforço de inúmeras mulheres. Pensando nisso, o MGG Brasil entrevistou Maria Julia Junqueira, mais conhecida como Fogueta, que é uma das peças chaves para a consolidação desse cenário feminino. A conversa, que aconteceu nos corredores da Brasil Game Show de 2022, revelou um pouco sobre como a competição foi criada e mais do que isso: tratou sobre a vida de Maria Fogueta no universo da Riot Games.
Além de Fogueta, a equipe de casters é formada por Lahgolas, idealizadora do ReveLAH Casters, Ravena Dutra, caster e criadora do Ravenão – o campeonato feminino de Wild Rift –, Tabata, Anyazita e Babii. A Ignis Cup acontece entre 1 e 12 de novembro e tem premiação total de R$110 mil, o guia completo do torneio pode ser acessado aqui.
Ignis Cup: O início de tudo
Durante a entrevista – realizada no meio da caótica correria que foi a BGS – a sempre engraçadíssima e aberta Fogueta contou como os primeiros passos para a existência da Ignis Cup foram dados. Ela deixou claro que a competição é um resultado de tudo que deu certo no cenário feminino – que teve seu começo após 10 anos de League of Legends no Brasil e só depois do Game Changers de Valorant, o jovem FPS da Riot, ter sido um grande sucesso:
"Eu acho que toda mina que trabalha no League of Legends esperava sempre o momento em que o cenário feminino teria um espaço. Um momento em que a gente teria a oportunidade de criar alguma coisa, e que esse cenário feminino fosse realmente valorizado pela própria Riot. Começamos a ter alguns projetos como o ReveLAH Casters, que é meu projeto com a Lahgolas para revelar novas casters, e a Gamers Club que também continua realizando alguns campeonatos femininos, tivemos também o Inhouse Jinx que estava fomentando e movimentando muitas coisas, muitas pessoas estavam se destacando por causa disso."
Maria Fogueta contou como tudo começou com uma conversa: "No começo deste ano, mais ou menos em maio, o Caco Antunes, um dos principais diretores da Riot, me chamou para conversar e falou 'Fogueta, o Game Changers Valorant deu muito certo, e a gente vai fazer o de LoL dar certo também, e para isso eu preciso de você'. E aí em uma bela tarde de terça-feira pré-CBLOL Academy a gente sentou e ele pegou um caderninho, um sketchbook, e falou assim: 'Cara, tu vai me falar tudo que aconteceu nesses anos todos, o que deu certo, o que deu errado, o que funcionou e o que não funcionou e a gente vai construir isso juntos'. A Ignis Cup é só a conclusão de uma iniciativa feminina criada por mim e pela Riot Games englobando todas os projetos femininos que deram certo e que culminaram em um campeonato feminino que a gente quer que cresça cada vez mais e que tenha um split, dois splits, e que sirva de vitrine para a gente mostrar essas meninas, mostrar esses talentos e torcer para que elas cheguem no CBLOL também."
Fogueta: Caster de League of Legends
A conversa seguiu falando da profissão e atuação de Fogueta no cenário competitivo e suas atuais aspirações. Ela garantiu que por enquanto não pretende ir para um outro cenário e também deu dicas para as pessoas que querem, assim como ela, se tornarem casters de LoL:
Você é uma pessoa que está no cenário de League of Legends há algum tempo, pretende ir para outro cenário?
"Eu não sei, é muito cedo. Eu cheguei faz pouco tempo no League of Legends e tenho muita coisa para conquistar. Já conquistei bastante coisa e consegui construir um cenário feminino que ainda tem muito para crescer, então ainda é muito cedo."
Me conta um pouco como é sua vida como caster de LoL?
"Cara, eu acho que tenho uma questão um pouco diferente por eu ser caster e também ter muito contato com as mídias sociais, sempre estar muito próxima do publico. É muita coisa que é pedida de mim, é muita presença minha pedida ali. Então acaba que eu tenho que me dedicar demais e passar muito tempo, se normalmente as pessoas passam quatro ou cinco dias na Riot, ou vou seis. Então, assim, eu acabo me dedicando muito, mas eu acho que é isso, acho que é dedicação, é correria, é você se entregar, é muito estudo envolvido. Então eu acho que é mais ou menos isso."
Que dicas você daria para quem está começando agora?
"Tenha comprometimento com o jogo que você escolheu estudar, que você escolheu crescer, trabalhar. Seja um único jogo, sejam dois, sejam três – se dedique a ele. Se você amar e for apaixonada por esse jogo vai facilitar muito mais a sua vida, porque você tem que se dedicar muito pra ele. Cara, sempre se imponha muito, faça com que as pessoas te respeitem, peça esse respeito, peça esse respeito para comunidade e para as pessoas que te acompanham também. Porque todo mundo que te acompanha, acompanha teu trabalho, quer ver você sendo valorizada. Exija respeito dos outros e exija que esses outros respeitem terceiros: assim tudo vai ficar mais fácil e você terá uma galera incrível para acompanhar e torcer por você.
Atualmente Fogueta está concorrendo na categoria de Melhor Caster no Prêmio eSports Brasil, que já está com votações abertas ao público.
Imagem de capa de Bruno Alvares, fotógrafo oficial da Riot Games Brasil