Nesta quinta-feira (27) começa a disputa dos Playoffs do Wild Circuit BR: Game Changers, a primeira competição feminina oficial de Wild Rift organizada pela Riot Games. Após duas qualificatórias, foram definidas as oito equipes que farão parte desta etapa do campeonato e entre elas está a TBK Esports, cuja line-up era previamente conhecida como Arcanas. Vale lembrar que a grande final será disputada em 11 de novembro, de forma presencial em São Paulo, e que o torneio conta com premiação de R$ 80 mil.
Está é uma iniciativa muito importante e esperada pelo cenário feminino como um todo, que acolhe mulheres cis, trans, travestis e pessoas não-binárias. Desta forma, esta parte da comunidade pode acumular experiência competitiva em um cenário seguro e ganhar autonomia para que, no futuro, possa disputar também torneios mistos - como já fizeram como Harumi, Liz, Miss, Ari, entre outras no League of Legends. Confira abaixo tudo sobre a TBK Esports.
TBK Esports - Line-up
- Noelle (Baron Laner) - Ela/Dela
- Maestra (Jungle) - Ela/Dela
- myuk (Mid Laner) - Ela/Dela
- foxy (Dragon Laner) - Ela/Dela
- Kally (Support) - Ela/Dela
- Klarinha (6ª player/Dragon Laner) - Ela/Dela
- Técnico: carliTo - Ele/Dele
Em entrevista ao MGG Brasil, cada jogadora da TBK Esports respondeu uma pergunta enviada pela reportagem:
Como você começou a jogar Wild Rift?
Klarinha: "Comecei a jogar desde o início do beta do Wild Rift. Antes dele, eu jogava outro jogo, que era o Arena Of Valor, e desde lá já jogava competitivamente. Amo jogar desde pequena e é meu sonho ser uma jogadora profissional".
Como surgiu o interesse pelo cenário competitivo?
Kally: "Desde sempre tive muito interesse em MOBAS, principalmente no celular, já que era o que tinha no meu alcance. Enquanto eu estudava, acabei tendo problemas, e jogar virou um refúgio, me fazia esquecer dos problemas, sabe? Ano passado, foi quando tive o primeiro pontapé e larguei tudo para ir até São Paulo vivenciar uma GH em um time misto, foi uma experiência única e percebi que era realmente onde eu me encaixava. Como não terminei a escola, quis focar 100% no jogo e pensei que essa seria uma boa forma de ganhar dinheiro, que é o meu foco a princípio. Quero conciliar dinheiro com o Wild Rift e para isso vou ganhar tudo, nem que seja um mundial".
Como foi a experiência de passar pelas qualificatórias e chegar nos playoffs?
Noelle: "A minha experiência foi cheia de emoções, já que durante os qualifys tive que enfrentar problemas de ping (nunca tinha jogado com menos de 99ms antes de vir para a estrutura do time) em quase todos os jogos e isso me deixava muito insegura em afetar o desempenho do time no geral. No primeiro qualify, quando passamos para a final, simplesmente desabei de chorar, pois naquele momento eu não acreditava que mesmo com todos os problemas, tinha conseguido chegar ali. Quando nós nos consagramos campeãs a emoção foi a mesma: felicidade e orgulho de ter conseguido chegar tão longe. Com o resultado que tivemos no segundo qualify garantimos a vaga no Main Event, foi muito choro e felicidade, mas com o sentimento de que temos que trabalhar muito mais".
Quais são as expectativas de vocês para os times? Quais equipes acham mais fortes?
Maestra: "Não temos nenhuma expectativa com qualquer outro time. Sendo sincera, nos consideramos o melhor time dos Playoffs, por isso as outras equipes não importam muito para a gente. Só aceitamos o primeiro lugar, independente do esforço necessário. Esse é nosso foco: o primeiro lugar".
Esta é só a primeira edição do Game Changers de WR. Você sente uma espécie de pioneirismo no cenário? Como enxerga o futuro do cenário com a chegada desse campeonato?
Foxy: Acredito que há sim um certo pioneirismo, já que esse é o primeiro campeonato oficial depois de muito tempo de espera. Acho incrível essa oportunidade que nós finalmente estamos tendo. Para mim, por eu ser uma mulher preta, fico feliz por estar conseguindo ser referência para outras meninas, ainda mais por ser um cenário competitivo, o que já é algo complicado. Eu já estava prestes a desistir da minha carreira quando fui selecionada para as Arcanas e estou muito feliz com os nossos resultados até então, e muito confiante de que nós vamos ganhar. Acredito que o cenário com a chegada desse campeonato vai evoluir bastante, espero que venham mais presenciais pela frente e quem sabe algum mundial feminino, seria uma experiência legal de fazer parte".
Como está sendo a preparação do time para os playoffs?
myuk: "A nossa preparação sempre teve como pilares o foco e a disciplina, isso graças a vontade extrema do nosso time de vencer o campeonato e estabelecermos uma carreira profissional. Com o fim do Ravenão, tivemos a oportunidade da TBK acreditar no nosso projeto e nos estruturar com tudo o que foi necessário para que conseguíssemos dar o nosso 200%. Tivemos muitos problemas no 1° Qualify (ainda que tenhamos vencido) em relação a estrutura e problemas externos (ping alto, energia caindo, desfoque dentro de casa e etc). Somos muito agradecidas e vamos fazer valer a pena. Agora já não temos desculpas, nossa rotina está totalmente voltada para ganhar. Passamos praticamente o dia inteiro no office treinando qualquer coisa relacionada ao jogo, seja dentro ou fora dele. Nos levar a esse extremo tem nos ajudado a trabalhar muito bem nosso mental e isso vai ser um diferencial daqui pra frente".
Wild Circuit BR: Game Changers
Os Playoffs do torneio, que acontecem a partir das 17h, e a grande final, às 13h, terão transmissão oficial nos canais do Wild Tour Brasil na Twitch, YouTube e TikTok.