O Apex Legends Global Series Championship, campeonato mundial de Apex Legends que será disputado em Raleigh, nos Estados Unidos, começa nesta quinta-feira (7 de julho), a partir das 14h do horário de Brasília, e será disputado até o próximo domingo, quando acontece a grande final, a partir das 18h. E é meio a essa disputa contra os melhores do mundo que os times brasileiros almejam uma campanha histórica. Ao todo serão quatro equipes representando o país: Team Singularity, GODFIRE, ODDIK e Fênix Team, enquanto a 1IQ, do Chile, será a quinta representante da América do Sul. O ALGS Championship terá premiação total de US$ 2 milhões (R$ 10,8 milhões), sendo US$ 500 (R$ 2,7 milhões) para o campeão.
Após a lineup da Elevate - que hoje defende a GODFIRE - ficar em 14º no Apex Legends Global Series Playoffs, o cenário competitivo battle royale da EA, que é um dos games mais assistidos do mundo na Twitch, ganhou, ainda que de forma tímida, mais visibilidade no Brasil, e o objetivo de jogadores e técnicos do país é fazer uma campanha ainda melhor em Raleigh para trazer e apoio à região, seja da comunidade brasileira, organizações de Esports ou da própria EA.
Em entrevista ao MGG Brasil, o jogador Lucas "ArtinN" Cafure, da Team Singularity, e o técnico Vinícius "Caffe" Coffoni, da GODFIRE, mostraram confiança para a disputa do Mundial, não descartam a chance de título e acreditam que uma nova campanha histórica do Brasil, aliada a uma melhor divulgação do cenário competitivo de Apex Legends na América do Sul, pode ser o passo definitivo para o battle royale alcançar no país uma visibilidade que não teve ao longo dos últimos anos.
Após desfalcar SNG na Suécia por testar positivo para Covid-19, ArtinN enaltece força da equipe em treinos antes do Mundial
Jogador mais vencedor do cenário sul-americano de Apex Legends ao lado do parceiro de equipe Hernandes "Besk9" dos Santos, ArtinN passou pela maior frustração da carreira durante o Apex Legends Global Series Playoffs de Estocolmo.
Às vésperas do evento, o jogador testou positivo para Covid-19, e a Singularity, que não tinha um jogador substituto, disputou o campeonato apenas com dois jogadores:Besk9 e o chileno Felipe "Elysium" Zapata. Desfalcada, a SNG, que vinha dominando o cenário sul-americano, ainda fez algumas boas partidas, mas terminou na 39ª colocação entre os 40 times participantes. Apesar da frustração por não poder participar do ALGS Playoffs, ArtinN disse que se sentiu ainda mais motivado para a disputa do Mundial, e elogia o desempenho da SNG no Mundial.
"Sinceramente, as nossas expectativas para esse campeonato são muito positivas, e acho que temos totais condições de brigar pelo menos por um top 5 no Mundial. O nosso desempenho nas scrims (treinos entre equipes profissionais) aqui nos Estados Unidos tem sido excelente. Estamos batendo de frente com todos os melhores times do mundo, ganhando partidas inclusive, e se repetirmos esse desempenho no Mundial, tenho certeza de que vamos brigar lá em cima", comenta.
"Depois que eu voltei do Mundial na Suécia para o Brasil, minha motivação só aumentou. Eu, o Besk e o Elysium passamos nos dedicar ainda mais aos treinos, pois sendo muito sincero, eu tenho certeza de que com o time completo nós teríamos feito uma excelente campanha no ALGS Playoffs. Nosso time estava muito bem nas scrims, estávamos num momento ótimo, mas infelizmente eu testei positivo para Covid e não pude jogar, mas nada vai parar o nosso time agora. Viemos para fazer o nosso jogo e sei que temos tudo para irmos bem", projeta
Em 2021, ArtinN e Besk dominaram o cenário sul-americano de Apex Legends ao lado de N3LAS, hoje jogador da GODFIRE. Juntos, os três faturaram o título da Apex Legends Pro League South America pela Paradox Esports, em junho, mas no fim de 2021 ArtinN e Besk9 decidiram se juntar a Elysium, enquanto N3LAS se transferiu para a Elevate. ArtinN explica que a decisão se deu pelo antigo desejo que ele e Besk9 tinham de jogar com o chileno, com quem já conquistaram, entre outros títulos, duas ALGS Pro League South America e um ALGS Playoffs South America.
"Fazia muito tempo que eu queria jogar com o Elysium, que na minha opinião é o melhor jogador do mundo na função de Controlador, e a gente já estava de olho nele mesmo antes de trazermos o N3LAS. Ele é um cara que tem um talento muito raro de se encontrar nessa posição, e quando vimos que ele não estava em nenhuma equipe, não pensamos duas vezes antes de chamá-lo para o nosso time. Nós já estávamos muito bem com o N3LAS, sem dúvidas, mas queríamos deixar nossa equipe ainda mais forte e achávamos que Elysium era a pessoa certa isso. Como ele já jogou com brasileiros antes, a comunicação não é um problema no time. Às vezes tem uma gíria ou outra que ele não entende, mas até calls em português ele faz", ressalta
ArtinN9 ressalta ainda que a campanha da Elevate na ALGS Playoffs foi fundamental não apenas para trazer mais visibilidade para o cenário brasileiro de Apex Legends dentro do país, mas também para mostrar que a América do Sul tem um cenário forte e que, mesmo com investimento bem menor do que regiões como América do Norte e Europa, pode bater de frente com os melhores times do mundo.
"Essa campanha da Elevate na Suécia foi importantíssima para o nosso cenário como um todo. Naquele mundial, quase todos os times brasileiros venceram pelo menos uma partida, e isso mostra o potencial que nós temos como região. Eu comentei aqui mesmo nos Estados Unidos que nós da América do Sul temos melhor mira do mundo, nós só precisamos acreditar mais nisso, pois mesmo sem o mesmo investimento que as regiões maiores, nós deixamos uma impressão muito boa em Estocolmo, e tenho certeza que nós, enquanto região, vamos jogar ainda melhor nesse Mundial."
Caffe fala em GODFIRE "apostar no próprio estilo de jogo" desde o início do Mundial e acredita que Brasil pode brigar pelo título
Técnico da GODFIRE, Caffe também era o treinador de Leandro "N3LAS" Domingos, Matheus "B1N" Ribeiro e Pedro "Sleep" Henrique quando os atletas alcançaram o top 14 mundial no Apex Legends Global Series Playoffs pela Elevate, e considera que a primeira experiência trouxe, além de experiência para a equipe, confiança e ambição para alçar voos ainda mais altos no Mundial de Apex Legends.
Durante a entrevista, Caffe enalteceu o desempenho da equipe no evento internacional na Suécia, mas acredita que o time teria alcançado resultados ainda melhores se não tivesse optado por fazer tantas mudanças para jogar no meta das principais regiões do Apex Legends Mundial.
"O que vivemos lá na Suécia foi uma experiência surreal, coisa que vai ficar marcada para a vida mesmo. Mesmo não tendo o nome oficial de Mundial, era o Mundial, pois todos os melhores times do mundo estavam lá, e chegar a uma final da forma que nós chegamos, vencendo a última partida e subindo da 20ª para a 9ª posição foi inesquecível. Mas, ao mesmo tempo, tiramos algumas lições daquele campeonato, pois poderíamos ter jogado melhor em algumas partidas e nos classificado à final de forma menos sofrida", avalia.
"Nós fomos para a Suécia muito preocupados com o meta estrangeiro e, especialmente nas primeiras partidas, deixamos muito de lado o nosso estilo de jogo, que é mais agressivo mesmo, de buscar as kills, que é o meta sul-americano. Justamente nas partida que apostamos em fazer o nosso estilo de jogo, de usar os personagens que estávamos mais acostumados, conseguimos nossos mellhores resultados., e nesse Mundial nós vamos jogar do nosso jeito desde o início, isso eu posso garantir."
Caffe reconhece que, hoje, a América do Sul é uma região mais fraca em comparação às demais, uma vez que América do Norte, EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e APAC (Ásia-Pacífico) conseguiram colocações melhores no ALGS Playoffs, mas ao mesmo tempo considera que as equipes brasileiras classificadas para a competição, especialmente GODFIRE e Singularity, têm chances reais de brigar pelo título.
"É claro que nós sabemos que é uma competição extremamente difícil, com várias equipes fortíssimas, mas considero que nosso time e a SNG, até com base nas scrims daqui, têm totais condições de mostrar um nível de jogo altíssimo e, por isso, podemos sim sonhar com uma ótima colocação e, quem sabe, até mesmo com o título. Sabemos que é uma competição duríssima, mas podemos brigar pelo título e vamos lutar por isso. Acho que a América do Sul como um todo tem um potencial enorme, e com mais visibilidade e investimento nos próximos anos, podemos bater de frente com qualquer região."
Caffe comemora o crescimento de popularidade do cenário competitivo de Apex Legends no Brasil e na América do Sul, mas considera que ainda há um longo camiho a ser percorrido em termos de divulgação. Para ele, houve, entre outros problemas, falha na forma de se divulgar o battle royale no Brasil quando ele foi lançado, o que afetou também o alcance do cenário de Esports.
"A EA investiu em divulgação do Apex no Brasil, mas na minha opinião investiu de forma errada, apostando em pessoas que não tinham nenhuma ligação ou interesse pelo jogo. Existem pessoas grandes da cena de Esports, algumas delas do próprio Apex, que poderiam ter sido as escolhidas para divulgar o jogo, mas isso não foi feito, e para piorar a pandemia prejudicou por 2 anos o calendário competitivo.", frisa Caffe.
"Agora, com a volta dos campeonatos internacionais, com eventos grandes nos próximos anos, acho que a cena de Apex no Brasil e na América do Sul vai crescer, especialmente se os times daqui forem bem lá fora. Se alguma equip brasileira, por exemplo, ganhar um Mundial ou pelo menos brigar pelo título, isso vai dar um boom na cena, e é disso que vamos em busca, tanto neste quanto nos próximos Mundiais", conclui.
Onde assistir (transmissões em português)
- BBLApex (Twitch)
- pOkiz Games (YouTube)
Transmissões em inglês
- PlayApex (Twitch)
- Apex Legends Global Series (YouTube)
Horários das transmissões
- Quinta-feira (07/07) - A partir das 14h (fase de grupos)
- Sexta-feira (08/07) - A partir das 14h ( fase de grupos e chaves superior e inferior)
- Sábado (09/07) - A partir das 14h (chaves superior e inferior)
- Domingo (10/07) A partir das 18h (grande final)