League of Legends ainda está vivíssimo há mais de dez anos após seu lançamento por vários motivos: seja por ser um jogo free to play que não requer o mais potente dos PCs gamers, pelas atualizações constantes ou pelos conteúdos externos como as animações, HQs ou músicas. No entanto, há um elemento bem importante que norteia o MOBA da Riot Games, conquistando uma legião de fãs fiéis: o cenário competitivo.
Mesmo os grandes campeonatos (como nosso queridíssimo CBLOL) sendo elementos primordiais no universo do LoL, tudo tem seus prós e contras; a existência do competitivo é capaz de gerar bastante dor de cabeça para a desenvolvedora, sendo literalmente uma relação de amor e ódio.
Pro players tornam o balanceamento do League of Legends mais complexo
Tanto as organizações quanto seus jogadores profissionais deram muito ao League of Legends. Entretanto, eles também dificultam a vida dos desenvolvedores da Riot Games. E é uma situação que fica evidente quando observamos as diferenças no desempenho dos campeões com base nos elos, mas Riot August, o líder de design da Riot, aprofundou mais um pouco. August é um dos maiores responsáveis em termos de produção de campeões, e muitas vezes tem que lidar com as incógnitas e contradições gerados pelos players do competitivo.
Além do fato de que nos níveis mais altos do competitivo existe um metagame diferente, Riot August quis explicar como os profissionais nem sempre "escolhem os melhores campeões". Primeiro se concentrou no fato de que um jogador profissional dedica uma grande quantidade de horas de prática em um determinado personagem, e mesmo fazendo nerfs significativos não faz uma diferença grande, significa que eles precisam “equilibrar o jogo pensando na mentalidade dos players” em vez de apenas “focar em um balanceamento objetivo”.
“Houve um patch em que Caitlyn não aparecia em nenhuma partida profissional, mas naquele momento pensávamos que ela era OP e que os profissionais a escolheriam. Demos um pequeno buff voltado apenas para o competitivo - ela foi de 0 a 100% de pickrate durante a noite. Então tivemos que diminuir seu poder, ainda mais do que havíamos aumentado, para que ela não ficasse nessa situação. Houve um ponto nesse processo em que os profissionais não estavam escolhendo o campeão 'certo'. (...) Ela deveria ter sido escolhida em seu estado original, antes de todo nerf e buff. O que mudou não foi o poder de Caitlyn - que foi apenas ligeiramente alterado -" o que mudou foi a percepção sobre ela”, explicou August.
Por que os times competitivos não usam mais campeões?
Além dessa dificuldade, ele acredita que existem outros elementos do LoL e da forma como funciona o competitivo que também são emblemáticos. De certa forma, os jogadores não podem ser acusados de estarem errados de forma tão massiva como acontece. "Não importa se um campeão é 5% melhor que outro se você já praticou com ele em mais de 200 jogos (...). Mesmo quando nerfamos os campeões, eles ainda são melhores que os outros porque já se acostumaram com eles”, explicou August.
Além dessas situações, August aponta que muitas equipes profissionais de League of Legends encontram problemas adicionais ao quebrar o padrão: “Os pro players não querem treinar contra comps fora do meta. Digamos que sua equipe desenvolva uma estratégia alternativa e tente usá-la no treinamento. Os adversários podem ficar com raiva e dizer algo como 'Por que você está trollando? Você está atrapalhando os treinos. Você deveria estar com os picks normais para otimizar o tempo.' Assim, como você consegue praticar com outros campeões? (…) É um ciclo vicioso".
Em um mundo perfeito, August acredita que poderíamos chegar ao ponto em que o número de mudanças feitas com o cenário competitivo em mente fosse reduzido. Assim como outros funcionários da Riot Games, ele acha que o Worlds é a melhor parte do circuito competitivo, permitindo que as equipes tenham dezenas de partidas em um metagame fechado que evolui naturalmente. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para que League of Legends atinja um ponto de equilíbrio perfeito, se é que é possível.