Vice-campeã do Six Invitational 2021 e atual campeã brasileira, a Team Liquid é uma das favoritas ao título da edição de 2022 do Mundial de Rainbow Six Siege. Após a eliminação para a Team One nas semifinais do Six Major México, em agosto do ano passado, a Cavalaria passou por duas mudanças na lineup, com as chegadas dos jovens Gabriel "Ask" e Pablo "Resetz" nos lugares Thiago "S3xyCake" e João "Muringa". Após um período de adaptação, com a Cavalaria não conseguindo vaga no Six Major Suécia, a equipe fechou a temporada em alta, com o título do Brasileirão após vitória sobre a NIP na grande final.
Ainda assim, o grande objetivo da Team Liquid com as mudanças na formação era chegar com a equipe fortalecida para a disputa do Six Invitational 2022, competição mais importante do Rainbow Six. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, André "Nesk" destacou que o time precisava passar por essas mudanças para evoluir e chegar fortalecida para o Invi.
“Tudo começou depois do Major do México. Nós optamos por mudar a lineup, porque chegamos num ponto em que estagnamos por muito tempo. Como já estávamos classificados para o Invitational, sentimos que era o momento para testar algumas mudanças e tínhamos esses dois jogadores em mente: o Ask e o Resetz. Tivemos tempo para nos adaptar. Acabamos não nos classificando para o Major da Suécia, mas sabíamos que era normal não nos classificarmos devido ao pouco tempo da lineup", destacou.
"Nosso foco era totalmente para o Invitational, mas nesse período acabamos ganhando o Brasileirão. Nós tivemos uma preparação mais específica contra a NIP, mas o foco sempre foi o Invi. Sabíamos que tínhamos bastante tempo, e que se havia uma hora para fazer mudanças no time, era depois do Major do México, pois teríamos mais de 6 meses par nos prepararmos para o maior campeonato do R6."
Paluh alerta para adaptação de equipes estrangeiras
Eleito o melhor jogador de Rainbow Six do mundo em 2021, Luccas "Paluh" ainda considera o cenário brasileiro o mais forte do FPS da Ubisoft, mas alerta para o fato de que as equipes estrangeiras têm se adaptado e considera que elas podem ser ameaças reais na busca do Brasil pelo título do Six Invitational 2022, especialmente pelo fato de outras regiões estarem, em alguns aspectos, "copiando" o estilo de jogo dos braisleiros.
"Eu acho que os times brasileiros não estão jogando mal e continuam num nível muito alto, mas os times de outras regiões também melhoraram muito, com vários times inclusive copiando coisas das equipes brasileiras, tentando replicar e chegando muito fortes. A DAMWON é um grande exemplo disso, tendo despontado ali no Major do México e hoje sendo uma das grandes favoritas ao título. Quando você é a melhor região, todos os outros times tendem a ver o que você faz e, de certa forma, copiar. Demorou para isso acontecer, mas uma hora chega", opinou.
Tanto no Six Invitational 2021, quanto no Six Major México, a Team Liquid teve nas equipes brasileiras uma pedra no sapato. No Invi, a equipe foi enviada à chave inferior dos playoffs pelo MIBR, e derrotada na final pela Ninjas in Pyjamas. No Major, a eliminação veio numa derrota nas semifinais para a Team One. Capitão da Cavalaria, Ask reconhece que os times brasileiros são hoje os adversários mais duros para a Liquid, mas considera que várias equipes estrangeiras também estão no páreo da briga pelo título.
"Acredito que os times brasileiros sejam sim uma pedra no sapato, até porque a gente convive todo dia no nosso cenário, então tem muito jogo contra, com as mesmas táticas sendo estudadas, sendo counterado (contra-atacado), então é sempre um jogo muito difícil de se ganhar. Mas também acredito que times como DAMWON, BDS, Spacestation e Empire são times que podem atrapalhar o caminho dos brasileiros, pois são equipes muito fortes do cenário internacional, e acho que é uma briga constante de adaptação, e quem errar menos, ganha", frisa.
Por fim, Paluh destacou a grande renovação de talentos no cenário brasileiro de Rainbow Six, algo que o jogador observa menos em regiões como a América do Norte, por exemplo. Para o jogador da Liquid, este é um diferencial dos times brasileiros, que não costumam ter medo de arriscar na busca por novos talentos.
"Eu não sei como é (a renovação de jogadores) nas outras regiões, mas o NA (América do Norte), por exemplo, tende a sempre buscas os mesmos jogadores, você não vê uma renovação tão grande. Talvez seja isso que deixe o cenário deles um pouco estagnado, porque são sempre os mesmos nomes que eles tentam buscar", destaca.
"Não é que eles sejam jogadores ruins, mas a gente não vê eles buscarem um novo jogador, apostarem numa promessa, alguém que se destaca numa ranked, e no Brasil já não é assim. Talvez porque a gente tem muito contato como pessoal no TS (servidor TeamSpeak), então a gente acaba criando essa relação e vendo quando um jogador é realmente bom, e eu não sei se isso existe tanto nas outras regiões. Acho que esse é o nosso diferencial, pois realmente acabamos buscando jogadores que estão ali se destacando nas rankeds."