Um dos principais destaques da Team Liquid no Six Invitational 2021 e na vitória da Cavalaria sobre a Team Empire na manhã desta sexta-feira (21), André "Nesk" Oliveira considera que o Brasil se tornou uma região mais forte que a Europa no Rainbow Six Siege, e lista uma série de fatores que fizeram o país dominar a competição nos playoffs.
Em entrevista ao MGG Brasil após a vitória da Liquid sobre a equipe russa, Nesk ressaltou que evolução brasileira no FPS da Ubisoft já havia ocorrido ao longo de 2020, mas devido ao cancelamento dos torneios internacionais em função da pandemia de Covid-19, o mundo só pôde observar esse crescimento nesta edição do Invitational.
"Criamos um novo meta para o Brasil, e que acabou dando muito certo em cima deles. A gente tem certeza que se tivesse qualquer torneio internacional no ano passado (após o Invitational), os brasileiros iam ganhar, pela fase crescente que o cenário daqui estava vivendo. O Brasil sempre tem times que ganham dos favoritos, e é uma coisa que não se vê tanto nas outras regiões, que tem sempre os mesmos times, enquanto o nível da Série A aqui subiu muito e qualquer um pode ganhar de qualquer um. Isso foi um fator a mais para os times evoluírem em conjunto”, disse.
Nesk destaca ainda que os times brasileiros mudaram sua forma de jogar e se tornaram times mais completos. Se antes as equipes do páis, nas palavras do jogador, buscavam sempre resolver as partidas "na bala e na trocação", hoje há um leque muito mais amplo de jogadas em conjunto e conseguem se adaptar muito melhor durante as partidas. Para ele, o vice-campeonato da Ninjas in Pyjamas no Six Invitational 2020 foi o primeiro sinal desse crescimento
"Desde quando a NiP chegou à final do Invitational do ano passado, o que mais mudou foi a adaptação dos brasileiros no meio da partida. Acho que o meta brasileiro no Rainbow Six ultrapassou o europeu. Nós deixamos de ter um jogo tão baseado na bala e passamos a fazer mais jogadas em conjunto e com adaptações. Agora nós temos a bala, mas também conseguimos nos adaptar, jogando com mais tática, leitura e sabendo fazer as jogadas na hora certa, em vez de sermos os caras que só ganham na bala e na trocação”, resumiu.
Melhoria na comunicação
Enviada para a chave dos perdedores após ser derrotada pela MIBR em sua primeira partida nos playoffs do Six Invitational, a Team Liquid tem feito uma campanha de recuperação, com vitórias sobre Parabellum, do Canadá, e Empire. Para Nesk, a derrota para a Made in Brazil fez a Cavalaria corrigir os problemas de comunicação que, segundo ele, foram determinantes para as derrotas por 8 a 7 no mapa Chalé e 7 a 5 em Consulado.
"“Contra a MIBR, além de ter sido um jogo bem difícil, nós sabemos que rolaram vários erros de comunicação da nossa parte, e muitos dos rounds que perdidos foram porque nós esquecíamos de comunicar alguma coisa ou alguma jogada que alguém do time ia fazer individualmente. Não tirando o mérito da MIBR, mas nós sabemos no que erramos e no que não podemos errar mais. Melhoramos nossa comunicação e nossa atenção dentro do jogo muito rápido, e vamos tentar manter esse alto nível contra a Faze.”
Sobre o clássico contra a Faze Clan, um dos de maior rivalidade no cenário brasileiro, Nesk considera que o caminho para vitória passa pela capacidade de adaptação da Liquid dentro da partida. O campeão da Pro League de Atlantic City, em 2018, considera que "ficar nas mesmice" abriria caminho para a Faze punir as jogadas da Liquid, e por isso considera fundamental ter variações de jogadas na manga.
"“Nós temos que manter o ritmo da comunicação, porque isso vai permitir uma adaptação nossa no meio da partida se for necessário, tentar surpreender com alguma jogada ou trazer algo que eles não esperam. A Faze é um time muito forte, e se fizermos sempre as mesmas coisas, eles vão responder, porque sabem punir quem fica na mesmice. Por isso a comunicação vai ser fundamental, principalmente se precisarmos mudar alguma coisa no meio da partida”, frisa.
"“Confiança nós sempre vamos ter, porque todos aqui confiam uns nos outros e sabemos do nosso potencial. Mas a Faze é um time difícil, mas nós também somos. O que nós vamos fazer é manter a cabeça e os pés no chão, focados no jogo, um round por vez, um mapa por vez, e não deixar as emoções falarem mais alto que as ações. Vamos tentar manter o nosso padrão e obviamente vamos entrar bem confiantes, porque viemos de bons resultados. É clássico, então pode acontecer qualquer coisa”, conclui.