Classificado para a final da chave dos vencedores do Six Inivtational 2021, Tassus "Reduct" Issi, capitão da MIBR, considera que um dos aspectos mais importantes para evolução do cenário brasileiro, que este ano faz a melhor participação de sua história no mundial de Rainbow Six Siege, foi a saída da "velha guarda" do cenário e a chegada de novos talentos que ajudaram a renovar e elevar o nível do país no FPS tático. Pela primeira vez na história, o Brasil tem duas equipes protagonizando a final dos vencedores, MIBR e Ninjas in Pyjamas, o que garante, na pior das hipóteses, dois times brasileiros no top 3 do campeonato mundial.
Em entrevista ao MGG Brasil após a vitória sobre da MIBR sobre Oxygen, Reduct frisou que a abertura para jogadores até então não recebiam oportunidades da elite é um dos principais fatores para a elevação do nível do R6 brasiliro, que conta com quatro equipes no top 8 do Six Invitational: MIBR, NiP, Faze Clan e Team Liquid.
"O que mais mudou foi a velha guarda saindo aos poucos. Quando eu falo de velha guarda, são aqueles jogadores que ficavam no top 4 daqui e ficavam satisfeitos quando iam para um mundial, sem ninguém no Brasil cutucar eles. Agora, a gente tem times como FURIA, Team One, INTZ, que já estão começando a tirar mapa e incomodar os grandes para chegar ao topo", pontuou.
"“Quando esses times começam a incomodar, contratando jogadores novos, as equipes lá de cima saem da zona de conforto. Isso veio com a chegada de gente como o Alem4o e os outros jogadores da Team One, a galera da FURIA etc. Quando esses caras chegam e começam a incomodar, quem está no topo precisa começar a se mexer. Essa final (da chave dos vencedores) não é mérito só dos dois times, é também de todo o cenário brasileiro.”
Em relação à evolução da lineup da MIBR, que em 2020 se destacou com a camisa da Team One, Reduct salienta que a mudança de organização foi fundamental para ele, Faallz, Rappz, LuKid e FelipX passassem a ser vistos e tratados como um "time grande", nas palavras do próprio jogador, e diz que o suporte dado pela organização foi preponderante para que o quinteto pudesse se concentrar apenas no jogo.
"“Querendo ou não, quando estávamos na Team One, nós éramos o ‘time da magia’, que estava ali no top 4 do Brasil. Na MIBR, somos um time que chega para ser campeão, por causa do tratamento que recebemos da org. A MIBR nos trata como campeões, não somos mais vistos como underdogs (azarões), e sim um time que todo tem que ficar de olho. Eu não acho que mudou muita coisa no nosso jogo, o que mudou foi a nossa cabeça, e tudo isso tem a ver com o trabalho que o MIBR tem feito com a gente. Temos todos os recursos para que a nossa única preocupação seja entrar no servidor e jogar, com psicólogo, estrutura de GH, somos realmente tratados como um time grande, e no servidor também estamos mostrando isso”, resume.
A respeito da vitória sobre a Oxygen que garantiu a MIBR no mínimo no top 3 Six Invitational, Reduct elogia a calma que toda a equipe teve mesmo em momento de adversidade. Para ele, o fato de todos os jogadores terem mantido seu plano de jogo mesmo fez toda a diferença, e enaltece o fato de nenhum jogador do time ter tentado "bancar o herói" durante o duelo contra os atuais líderes da Liga Norte-Americana.
"O principal foi ninguém ficar nervoso quando as coisas estavam dando errado. A gente estava perdendo de 3 a 0 no Villa, um mapa que é totalmente para a defesa, mas a gente sabia tudo que os caras podiam fazer e o que a gente precisava para contra-atacar. Eu falei: ‘vamos com calma, sem afobação, que esse mapa é nosso’. Isso é algo que tem sido muito bom em todos os nossos jogos, porque quando estamos em desvantagem e está dando tudo errado, todo mundo tem calma para tomar a melhor decisão possível. Ninguém aqui tem interesse de bancar o herói, a gente vai junto, dá a mão um ao outro e toma a decisão em conjunto. É um diferencial para nós ganharmos muitos rounds que, em teoria, estão perdidos”, conclui o capitão da MIBR.