Após a Team One eliminar a Spacetation Gaming, atual campeã mundial de Rainbow Six, no Six Invitaional 2021, Lorenzo "Lagonis" Volpi, capitão dos Golden Boys, não poupou elogios aos seus companheiros de time. Em entrevista ao MGG Brasil depois da partida, Lagonis ressaltou que uma das chaves para a vitória do time brasileiro foi a capacidade de todos os jogadores do time resolverem rounds apertados com suas habilidades individuais.
O IGL da T1 lembrou que em diversos momentos o time brasileiro se encontrava em situações de pressão ou desvantagem numérica e conseguiu sair vitorioso porque um jogador da equipe "puxou a responsabilidade" e resolveu a rodada, e considera este um dos principais diferenciais de sua equipe neste Six Invitational.
"Todos no time conseguem resolver o jogo em momentos críticos, e acho que esse é um dos principais diferenciais da nossa equipe. Do cara mais agressivo do ao mais recuado, todos têm a habilidade de ganhar um round sozinho se for necessário, e essa é uma das nossas maiores forças. Em jogos grandes, os rounds muitas vezes são decididos no detalhe, e quem tem essa habilidade a mais vai mais longe, principalmente quando você precisa trazer um round em que seu time está na desvantagem”, frisou.
Após ser dominada no mapa Clube e perder de 7 a 1, a Team One conseguiu se recuperar em Chalé e Oregon e saiu com a vitória. Lagonis disse que mesmo com a derrota inicial, a equipe brasileira conseguiu apagar o mau resultado da cabeça para se concentrar nos mapas seguintes e por isso saiu vitoriosa contra os atuais campeões mundiais.
"Quando fizemos a mudança para o segundo mapa, resetamos tudo e procuramos fazer o nosso jogo nos outros dois mapas, até porque era um mapa que a SSG não tinha jogado muito na liga NA e, por iso, não tínhamos muita informação deles. Fizemos o nosso jogo e tudo fluiu muito melhor.”
Sobre a montagem da equipe, que rapidamente mostrou um bom entrosamento e tem apresentado resultados expressivos no cenário brasileiro e internacional de Rainbow Six, Lagonis disse que a seleção dos jogadores levou em consideração a busca por perfis que se completassem dentro do jogo, e por isso acredita que a equipe venha em franca ascensão.
"“Lá nas raízes desse time, as escolhas foram bem feitas, porque procuramos pessoas cujos perfis combinassem um com o outro, e isso foi extremamente importante. Já havia uma sintonia mesmo antes de nos conhecermos dentro do jogo, eu não conhecia todos os jogadores, mas nós sabíamos que os perfis se encaixariam", salientou.
Como a Team One não ficou no G4 do grupo A, precisará fazer toda a sua jornada nos playoffs pela chave inferior se quiser chegar à grande final. Isso significa não poder perder nenhuma partida e ainda disputar uma eventual decisão com um mapa de desvantagem. Ainda assim, Lagonis se mostra confiante na continuidade da boa campanha dos Golden Boys.
"Se tivéssemos vencido aquele overtime contra a FaZe, teríamos passado para o mata-mata pela chave de cima. Mas nossa mentalidade é ir jogo a jogo pela chave inferior. Não temos tanta pressão, pois somos um time muito novo, recém-formado, e quando formos jogar contra a Empire, a pressão de ganhar vai ser deles, e temos que usar o status de underdog (azarão) a nosso favor. A jornada pela lower bracket é mais longa, é mais difícil e se perder você está fora, mas faz parte. Se você quer ser campeão, precisa passar por altos e baixos. A NiP ano passado remou pela chave inferior e por muito pouco não foi campeã mundial, e isso é um exemplo para o nosso time.”
Lagonis falou ainda sobre o bom desempenho do Brasil no Six Inivtational. Na opinião do capitão dos Golden Boys, os times brasileiros ainda carecem de algumas qualidades presentes, por exemplo, em times europeus, mas considera o cenário do país o mais forte do mundo hoje, especialmente pela agressividade associada à eficiência, o que tem se refletido nos playoffs do mundial de Rainbow Six.
"Treinando contra os time aqui da Europa, eu vejo que faltam alguns pontos para o cenário brasileiro e que eles já têm aqui, mas, por outro lado, temos outros pontos que eles não têm. Mas o nosso meta agressivo, de tentar sempre se impor no jogo, aqui eu já não vejo tanto, e nisso, que para mim é o aspecto do jogo mais difícil de desenvolver, nós estamos à frente do meta europeu, que é um pouco mais focado no ganho de informação. Estamos num melhor momento e os resultados estão mostrando isso”, concluiu.