Os playoffs do Brasileirão Rainbow Six começam neste sábado (27), com os duelos de quartas de final entre Team One x MIBR, às 13h, e FURIA x Ninjas in Pyjamas. Equipes com as duas melhores campanhas na primeira fase do BR6, Team Liquid e FaZe Clan se classificaram de forma direta nas semifinais, e estreiam na fase final do torneio neste domingo (28). A Liquid encara, às 13h, o vencedor do duelo entre Team One e FURIA, enquanto a FaZe enfrenta, às 16h, o vencedor do confronto entre FURIA e NIP. A grande final acontece no dia 4 de dezembro, a partir das 15h, e será disputada de forma presencial e com presença de público
Analista do Rainbow Six Esports Brasil, Ique Monclair disse em entrevista ao MGG Brasil que projeta confrontos extremamente equilibrados nesta fase final do BR6, que encerra uma temporada marca pelo total domínio das equipes brasileiras nos grandes eventos internacionais, com a NIP vencendo o Six Invitational, a Team One faturando o Six Major México e a FaZe Clan sagrando-se campeã do Six Major Suécia. Ique, no entanto, considera que mesmo equipes como Liquid, FURIA e MIBR, que não venceram nenhum campeonato mundial, podem surpreender na briga pelo título. Confira
1 - Os playoffs do Brasileirão deste ano conta com três equipes que venceram os principais campeonatos mundiais da temporada. Isso faz, necessariamente, NIP, FaZe e Team One serem as principais favoritas ao título?
Ique: De relance pode acreditar-se que sim, mas olhando mais de perto pode ser que não seja essa a realidade. Devemos lembrar que times brasileiros sabem jogar no seu melhor contra times brasileiros. Conhecem-se muito bem e estão acostumados com o tipo de pressão e estilo de jogo de cada um deles. Acredito que a única coisa que de fato faz a FaZe já sair com mais chances de vencer, é o fato dela já estar classificada para a Semifinal por ter terminado em segundo lugar da tabela do BR6.
2 - Entre Team Liquid, FURIA e MIBR, qual delas tem hoje mais condições de surpreender e faturar o título brasileiro?
Ique: Acredito que pela fase atual, a FURIA vem com mais condições; Acho que muita gente ficou surpresa com eles não terem conseguido passar da fase de grupos no Major da Suécia, mas eles estavam justamente no "grupo da morte" da competição. Dentre essas três equipes, acredito também que a FURIA esteja na melhor constante de trabalho. Liquid passou por mudanças super recentes e o MIBR teve algumas surpresas negativas no seu caminho, como a performance abaixo do esperado na Elite Six.
3 - Ao longo da temporada de 2020, houve uma grande alternância de campeões nos torneios disputados no Brasil, com a NIP levando o Major regional de agosto, a Liquid vencendo o regional de novembro e a MIBR, com a lineup que hoje compõe a base da FaZe, vencendo o Brasileirão. Você acredita que essa alternância se repetindo em 2021, agora nos eventos internacionais, é uma prova da evolução do Brasil enquanto região, dificultando inclusive que equipes de fora consigam estudar nosso cenário como um todo?
Ique: Com certeza é uma prova de evolução do Brasil, mas não acho que isso dificulte o estudo sobre nosso cenário com o um todo. Não acho que times estudem dessa maneira, a ideia é que você estude sempre o adversário em específico que vai enfrentar e não "a região" como um todo da qual ele faz parte, por exemplo, no BR6 temos times que vão de um gameplay bastante metódico como Liquid e FURIA até times super adaptativos como NiP e Team One.
4 - De certa forma, as equipes que já foram campeãs mundiais este ano chegam menos pressionadas a ganhar o Brasileirão. Você acredita que isso pode fazer esses times "relaxarem" e jogarem num nível abaixo do que apresentaram no restante do ano?
Ique: Abaixo não. Acredito que é da vontade de todo jogador brasileiro levantar a taça do BR6, que já tem uma tradição enorme no nosso cenário. Vários dos jogadores que estão agora disputando essas finais passaram sua adolescência assistindo a essa competição. O que realmente acho é que as partidas terão um nível altíssimo, especialmente por ser a última competição do ano.
5 - O Brasileirão fecha uma temporada que, competitivamente, foi a melhor do Brasil no cenário internacional de R6, e é também a última grande competição antes do Six Invitational 2022. Você acredita que este é um momento em que as equipes já começarão a testar algumas táticas de olho no próximo Invi, especialmente as cinco que já estão classificadas para o Mundial?
Ique: Sempre é uma possibilidade, mas acho que de verdade não. Testar por testar muitas vezes pode significar um round perdido, e ninguém quer isso nessa etapa. Outra coisa é que até o Invitational temos mais de dois meses, estes que vão trazer mudanças de balanceamento e também a introdução da nova operadora, a Osa. Ou seja, pode ser que a realidade seja bem diferente lá no Invitational, portanto, eu imagino, e espero, que as finais do BR6 serão jogadas pra valer com o mínimo de testes nas partidas. O que torço também é para que vejamos algo verdadeiramente novo com o intuito de surpreender o adversário, como píxeis ou técnicas novas. Esse tipo de coisa, quando utilizada, sinaliza muito que o time está jogando pra levar tudo.