Campeão do VCT Challengers Finals Brasil pela Team Vikings, o analista Washington "Thon" Araujo enxerga o cenário europeu de Valorant como o mais forte do mundo atualmente, mas considera que tanto a VKS, quanto a Sharks, representantes brasileiros no Masters Reykjavík, chegarão à Islândia com plenas condições de enfrentar de igual para igual os times das demais regiões.
Em entrevista coletiva após o título da Vikings, Thon ressaltou inclusive que o estilo de jogo da Sharks, adversária da VKS na decisão deste domingo, se assemelha muito ao Valorant jogado pelos melhores times da Europa, especialmente pela grande organização e disciplina tática.
"Eu acho que a gente chega muito forte para o Masters. Hoje eu vejo o cenário europeu como o mais forte, porque eles são muito disciplinados taticamente, eles estudam muito o jogo e sempre aprimoram o meta. Além disso, eles têm muita mira, e por isso são o cenário mais forte, mas eu vejo Vikings e a Sharks chegando muito bem nesse Masters", frisou.
"Eu nos vejo chegando para bater de frente com qualquer time. Os 10 times do Masters estão lá por mérito, e nos vejo chegando muito fortes. A Sharks, por exemplo, lembra muito as equipes europeias, porque eles estudam muito o game e são uma equipe muito disciplinada e taticamente muito forte."
E se a organização e disciplina tática estão entre os atributos mais enaltecidos por Thon ao se referir à cena europeia, o analista da Vikings ressalta, também, que sua equipe já tem estudado há muito tempo o meta das demais regiões. Thon salienta que esse é, na opinião dele, o grande diferencial para o sucesso da Vikings no Brasil.
"“Vejo como um diferencial nosso. A gente estuda muito não apenas o cenário brasileiro, mas também o cenário europeu, o NA (América do Norte) e o asiático. Vemos que o pessoal lá de fora se adapta muito ao tático juntamente ao personagem. Esse buff da Viper, por exemplo, veio nos ajudar muito. Já tínhamos pensado eu utilizá-la, mas ela não estava muito forte, só que depois desse buff nós vimos que dava para encaixá-la (no jogo do time), e a Skye também”, analisou.
Thon ressaltou ainda que a experiência dos jogadores da Vikings é um aspecto fundamental para o sucesso do time, principalmente quando a equipe precisa se recuperar após sair atrás num mapa ou série, como ocorreu na decisão deste domingo contra a Sharks, que foi a primeira equipe a bater a VKS no mapa Ascent.
"A gente começou não tão atento ao game. Nós reparamos nisso e conversamos depois do primeiro mapa. Eu falei: ‘rapazeada, a gente precisa ganhar aqui para chegar lá fora com mais moral, como campeões’, então vamos acordar e vamos para o jogo que o jogo é nosso’. E aí, no segundo mapa, deu tudo certo, o terceiro já foi mais pegado, mas deu tudo certo porque a gente soube conversar e colocar cabeça no lugar. Nós sabíamos o que queríamos nessa série e como queríamos sair do Brasil", pontuou.
Apesar da comemoração pela vaga na Islândia e o título do Challengers Finals, Thon criticou o fato de o Brasil ter sido, junto com a América Latina, a última região a ter suas vagas no Masters Reykjavík. Team Vikings e Sharks, por exemplo, terão, no mínimo, uma semana a menos de preparação específica para o Masters do que equipes da América Norte, Europa e Ásia.
"Nós queríamos que o formato fosse igual em todas as regiões, para todo mundo ter o mesmo tempo de preparação e treino. O tempo deveria ser igual para todo mundo, seria o justo, com todas as finais sendo no mesmo dia", ponderou o analista.
Sobre os comentários de que a Team Vikings estaria "copiando" o estilo de jogo de equipes de outras regiões, como Europa e América do Norte, Thon negou que isso seja verdade, mas também aproveitou a oportunidade para dar uma pequena alfinetada após mais um título da VKS no Brasil.
"A gente não copia ninguém. Chegaram a falar uma vez que a gente copiou o meta lá de fora etc. E se a gente copiou, deu muito certo, mas tá provado que a gente não copia ninguém, a gente se adapta, o que é bem diferente", concluiu.