O próximo mundial de Call of Duty: Mobile, clássica série de FPS da Activision, já tem data para começar: 3 de junho de 2021. A nova edição do torneio chegará com mudanças importantes em relação ao campeonato de 2020, que contou com etapas regionais, mas cuja final presencial foi cancelada em função da pandemia de Covid-19, como a participação de mais territórios e maior investimento da publisher. Com premiação mínima de US$ 2 milhões (R$ 11,44 milhões), o novo Call of Duty: Mobile World Championship chega com um formato totalmente aberto para equipes que desejam disputar as classificatórias de suas respectivas regiões.
Em entrevista ao MGG Brasil, Matt Lewis, vice-presidente de mobile da Activision, ressaltou como o caráter global do circuito competitivo de CoD Mobile será visto na prática. Uma vez que nunca houve a oportunidade de times de diferentes continentes medirem forças, o executivo compara o evento à primeira edição da Copa do Mundo de futebol, disputada em 1930, no Uruguai. Além disso, ele acredita que o Brasil tem condições de ser uma das grandes potências do jogo, principalmente por sua força em games de tiro em primeira pessoa, gênero no qual o país tem várias de suas principais conquistas nos esports.
"Nós temos uma ideia de quais são os melhores times de cada região, mas estamos numa situação como era a do futebol 80 anos atrás, na qual não havia competições entre times de diferentes países. E esta é uma das coisas mais legais do Mundial deste ano, pois ainda não temos ideia de como os melhores times da América Latina se sairão contra os melhores do Japão, da China, da América do Norte ou da Europa. Vai ser como a primeira Copa do Mundo. O Brasil tem uma grande tradição em FPS, então acredito que será uma região muito forte", avalia.
Equilíbrio entre qualidade gráfica e acessibilidade
Embora a Activision já tenha anunciado que a fase final do CoD Mobile: World Championship será disputada com todas as equipes utilizando o mesmo aparelho, o Sony Xperia 1 III, que promete chegar à taxa de 120 quadros por segundo, uma das principais preocupações da empresa, segundo Lewis, é criar um equilíbrio entre a qualidade gráfica pela qual CoD ficou conhecido e a acessibilidade para jogadores que não dispõem de um aparelho de ponta e ainda assim desejam entrar no competitivo.
“Acessibilidade é uma questão extremamente importante para nós. Nossa grande preocupação sempre é: ‘Como oferecer a qualidade gráfica que os fãs conhecem e esperam de um Call of Duty e, ao mesmo tempo, torná-lo o mais acessível possível? Como fazer com que o maior número possível de usuários joguem?’. O nosso trabalho é constantemente achar o equilíbrio entre esses dois pontos", frisa Lewis.
“De modo geral, sentimos que a qualidade do jogo está onde deveria estar neste momento, e a cada atualização que lançamos procuramos torná-lo mais e mais acessível, pois sentimos que ainda há um espaço para melhorarmos neste aspecto. Não acho que estamos numa posição ruim neste momento, mas ainda queremos melhorar."
Para Lewis, um dos trabalhos mais importantes para aumentar a base de jogadores passa justamente por tornar sempre CoD Mobile o mais otimizado possível. No caso de países como o Brasil, essa acessibilidade também passa pela instalação de data centers que diminuam a latência do game em partidas online.
"Há um esforço muito grande que fazemos para nos assegurarmos que vamos oferecer a melhor experiência de Call of Duty em todo o mundo, estabelecendo parcerias locais em algumas regiões. Nos preocupamos sobre quais são as principais barreiras em certos países e regiões. Nos últimos meses, fizemos várias melhorias na latência do jogo no Brasil especificamente, colocando mais data centers para que o ping seja o melhor possível. Sabemos que há algumas barreiras técnicas, e por isso procuramos eliminá-las ao máximo para que os jogadores possam se divertir", detalha.
Formato totalmente aberto
Diferentemente do que ocorre na Call of Duty League, que desde 2020 conta com um sistema de 12 franquias fixadas nos Estados Unidos e chegou para substituir a antiga Call of Duty World League, disputada entre 2013 e 2019, o CoD Mobile: World Championship terá um formato totalmente aberto. Isso significa que basta as equipes interessadas se inscreverem em suas respectivas regiões para entrar na disputa por uma vaga na fase principal do mundial. De acordo com Lewis, a ideia é massificar o número de jogadores.
"Não queríamos alienar esses jogadores que são o cerne da nossa comunidade. Por isso temos o modo ranqueado no jogo, pois à medida que você joga, está cada vez mais inserido em nossa cena competitiva e pode participar do Mundial. E isso é realmente muito importante para nós, pois queremos diminuir a barreira de entrada. Quando falamos sobre acessibilidade, falamos sobre o maior número possível de jogadores jogando, de milhões ao redor do mundo. Queremos massificar, fazer algo global, com todo mundo jogando."
Em 2020, o Mundial de Call of Duty Mobile seria disputado em dezembro, em Los Angeles, e contaria com sete times de diferentes regiões: América Latina, América do Norte, Europa Ocidental, Europa Oriental/Resto da Ásia, Coreia do Sul, Japão e Sudeste Asiático/Taiwan. Com o cancelamento do evento, Lewis disse que a Activision decidiu expandir o torneio, contemplando regiões que não puderam entrar na disputa da edição cancelada do mundial e aumentando a premiação em dinheiro paga pela publisher.
"Quando chegamos a 2021, decidimos realmente fazer algumas coisas de forma diferente. Havia alguns países e regiões que não podiam participar, e agora todos vão poder. É como uma grande fase classificatória. tínhamos US$ 1 milhão de premiação fixa em 2020 e uma parte fruto da venda de itens cosméticos, e este ano vamos dobrar nossa premiação para US$ 2 milhões. Será um evento maior e melhor. Teremos um campeonato em cinco etapas: as três primeiras disputadas regionalmente e em formato online, e queremos que os dois estágios finais sejam disputados offline. Ao mesmo tempo, já temos em mente alguns lugares que podem conduzir o campeonato de forma online como uma alternativa, se necessário. Temos muitas possibilidades já planejadas.”
Lewis conta ainda que o modelo de disputa para as temporadas seguintes ainda não está definido e que a avaliação da Activision sobre o cenário competitivo de CoD: Mobile será feita ano a ano. "Gostamos sempre de pensar um ano de cada vez, pois o mercado mobile muda muito rápido, mas em 2021 certamente será um sistema no qual qualquer equipe pode disputar nossos eventos”, reforça.
Além da diferença no formato de disputa em relação à Call of Duty League, Lewis também pontuou outra distinção importante no competitivo de CoD Mobile: o mesmo jogo será utilizado a cada nova temporada. O vice-presidente de mobile da Activision enfatiza que o título para celulares passará por constantes atualizações de conteúdo, mas que não passará por reformulações completas em seus mapas e armamentos a cada ano, como ocorre na CDL, que todos os anos adota o lançamento mais recente da franquia para seus campeonatos.
"Nós certamente manteremos o jogo atualizado, sempre trazendo conteúdos novos, mas não serão atualizações tão grandes quanto as de consoles e PCs, em que todos os anos o jogo muda e temos mapas totalmente novos, armas totalmente novas. Traremos constantemente mudanças relacionadas ao balanceamento das armas, com atualizações regulares a cada seis meses. Sobre os mapas, nós também os atualizaremos constantemente, mas serão mudanças menores do que as que vemos no console e PC”, conclui.