Lançado em 2 de junho de 2020, Valorant surgiu como mais um shooter já criado com foco no competitivo, e o suporte da Riot Games se tornou um fator para atrair jogadores de diversas outras cenas, como CS:GO, Overwatch, Zula, Crossfire e Point Blank. Dada a trajetória vitoriosa do Brasil em jogos de tiro em primeira pessoa, a esperança de que o Brasil consiga mais grandes títulos internacionais em mais um jogo do gênero é natural.
No Brasil, duas equipes se destacaram nesses primeiros seis meses de competitivo: Gamelanders, campeã de sete títulos ao todo, e Vorax Fusion, apontada pelos próprios jogadores da GL como seus principais rivais nesse começo de vida do competitivo de Valorant.
A temporada também foi marcada pela realização do First Strike, primeiro evento oficial da Riot no Valorant, no começo de dezembro. O campeonato foi realizado em diversas regiões do mundo e mostra desde já um interesse do estúdio um cenário competitivo que contemple vários países, e o anúncio do Champions Tour 2021 reforça essa ideia. Confira, a seguir, como foi o primeiro ano do Valorant.
Gamelanders se consolida como melhor time brasileiro
O cenário de Valorant ainda está no seu começo de vida, mas no Brasil já há uma equipe a ser batida: a Gamelanders. Com enorme entrosamento e contato com alguns dos melhores jogadores do país em seu elenco, com destaque para nomes como Leonardo "mwzera" Serrati e Walney "Jonn" Reis, a GL foi dominante na maioria das competições que disputou.
Dos 10 campeonatos que disputou, a Gamelanders faturou impressionantes sete títulos, incluindo vários dos mais importantes do ano: Copa Rakin 1, Gamers Club Ultimate 1, AORUS League, EVOlution Open, Copa Rakin 2, Copa BrMalls e, finalmente, o First Strike, onde teve vitórias para lá de convincentes sobre INGAMING, B4 e Pain, perdendo apenas um mapa dos oito disputados, justamente para a Pain na grande decisão.
Para uma equipe que desde já mira estar no topo do mundo, a desempenho dominante no Brasil, especialmente no torneio mais importante do ano, é bastante animador. Ainda assim, a principal rival da Gamelanders, Vorax Fusion, não pôde partcipar do First Strike devido a dois casos de Covid-19 no elenco.
A ausência da Vorax Fusion, considerada a segunda melhor equipe do Brasil, foi lamentada inclusive por jogadores da Gamelanders, que gostariam de um primeiro duelo contra os rivais em lan. O status se justifica, uma vez que a equipe de Leonardo "fzk" Puertas e Hiago "delevingne" Baldi venceu torneios como a Fusion New Rivals, a OnFire Cup e a Esportsmaker Spike Series, além dos vices na AORUS League e da Gamers Club Ultimate 2.
Além de GL e Vorax, a Pain Gaming, cujo elenco atual venceu a segunda edição da Gamers Club Ultimate, após bater o atual elenco da Vorax Fusion (antiga Fusion Fraggers), também mostrou que pode se tornar uma grande força do Valorant no Brasil. Isso somado a chegada de cada vez mais jogadores de outros cenários, mostra que o país tem boas chances de se tornar uma grande força do FPS da Riot a nível internacional.
First Strike nos quatro cantos do mundo
Se o Brasil mostra equipes promissoras e acende as esperanças dos torcedores para boas participações em futuros campeonatos internacionais, o mesmo pode se dizer sobre diversas outras regiões do mundo onde o First Strike foi realizado.
Na América do Norte, o título da 100 Thieves de Nicholas "nitr0" Cannella, jogador multicampeão no CS:GO pela Team Liquid, mostrou que é uma das grandes forças de sua região ao faturar o título da First Strike, mas o equilíbrio na região em outras competições mostra que outras equipes, como TSM, Sentinels e Gen G também precisam ser observadas.
O cenário europeu, outro que desde o começo tem sido bastante observado pelo resto do mundo, principalmente pela força histórica da região no gênero FPS, também teve um torneio eletrizante, e com direito a uma pequena zebra: o título da Team Heretics, que desbancou a favorita G2 na semifinal.
A exemplo do que acontece no LoL, a G2 é considerada a melhor equipe europeia de Valorant, mas a performance da Heretics mostra que o nível da região está bastante elevado e que várias equipes precisam ser observadas.
Na Comunidade dos Estados Independentes (CIS, na sigla em inglês), Forze e Team Singularity também protagonizaram uma final eletrizante de altíssimo nível. Vista a força da região em games de tiro em primeira pessoa, vale a pena acompanhar de perto o que acontece por lá.
Entre as regiões que, ao menos a princípio, são consideradas periféricas no Valorant, é preciso ficar de olho em equipes como a BBL Esports, que teve um desempenho absolutamente dominante na Turquia, Vision Strikers, que venceu absolutamente todos os torneios que disputou na Coreia do Sul, e EXO Clan, equipe australiana que atropelou todos os seus rivais no First Strike da Oceania.
No Japão, a Absolute Jupiter é a equipe a ser batida, mas a derrota por 2 a 0 para a Vision Strikers na A.W Extreme Masters, torneio que reuniu as melhores equipes japonesas e sul-coreanas de Valorant, mostra que o time nipônico ainda está um degrau abaixo da maior força do pais praticamente vizinho.
Champions Tour e expectativas para 2021
Após a realização do First Strike e uma série de outros eventos organizados por outras empresas que movimentaram o calendário competitivo de Valorant em 2020, a Riot já está com todos os seus planos traçados para 2021, com a Valorant Champions Tour.
Devido à pandemia de Covid-19, que ainda será uma realidade a ser enfrentada em todo o mundo ao longo de 2021, empresa decidiu manter a maior parte de seu circuito competitivo dividido de forma regionalizada. Os Challengers serão os eventos de entrada do Valorant,
Essa categoria de torneios contará com três splits ao longo do ano e terá qualificatórias abertas para todos eles. Oito times estarão na disputa do evento principal de cada um destes três torneios - que terão uma duração total de seis semanas cada. As melhores equipes dos Challengers terão a chance de disputar os Valorant Masters, que serão realizados nos meses de março, junho e setembro, reunindo somente as melhores equipes de cada região.
Por fim, ao término dos três Masters, as melhores equipes de cada região garantem vaga para o Valorant Champions, campeonato mundial da modalidade que será disputado em dezembro de 2021. O Brasil contará com duas vagas diretas para o Mundial, mas ainda haverá a chance de conquistar uma terceira vaga por meio de evento qualificatório que acontecerá em outubro e também reunirá outras equipes da América do Sul.
Essas classificatórias regionais também ocorrerão em outras partes do mundo, coma uma equipe vinda da Europa, Oriente Médio ou Norte da África, uma do qualificatório da América do Norte e uma outra que virá do Japão, Coreia do Sul ou Sudeste Asiático.
Com isso, o Valorant Champions terá 16 equipes ao todo: 12 saídas dos Valorant Masters e outras quatro originárias de classificatórias finais regionais. A partir de 2022, há a expectiva de que os Valorant Masters se tornem eventos de porte internacional, mas a Riot ainda não revelou como será o sistema de classificação para esses torneios.