A eliminação da FURIA nas quartas de final da IEM Rio 2023 adiou, mais uma vez, o sonho do Brasil em conquistar um grande título internacional de Counter-Strike jogando em casa. Após uma partida acirradíssima do início ao fim, os Panteras acabaram superados por 2 a 1 pela Heroic, mas o jogador André "Drop" Abreu elogiou a recente evolução da equipe após um começo de temporada muito ruim e considera que a equipe tem construído uma nova forma de jogar para finalmente a FURIA conquistar o primeiro grande título internacional da organização no CS.
Em entrevista ao MGG Brasil um dia após a derrota para a Heroic, Drop enfatizou que o time brasileiro iniciou uma série de mudanças na forma de jogar após resultados abaixo das expectativas no começo do ano. Muitas dessas mudanças começaram a ser implementadas no RMR Américas e continuaram em curso durante a IEM Rio, e apesar da frustração pela eliminação, o pro player brasileiro considera que a equipe está no caminho certo para conquistar grandes títulos num futuro próximo.
"Ainda é um momento de construção de como queremos jogar, de como exercer as funções dentro do servidor. É a construção de um momento bom, acredito eu, pois jogamos um CS bom no RMR e muito melhor aqui. Infelizmente, na arena não mostramos o que gostaríamos, mas os jogos anteriores foram muito bons, mesmo com a derrota para a Cloud9. Então acredito que seja a construção de um momento para a gente criar confiança, criar uma casca e construir a nossa nova maneira de enxergar o jogo", frisou o jogador.
Meio de round foi o ponto mais trabalhado
Sobre as principais mudanças implementadas na FURIA para a equipe construir uma nova forma de jogar, Drop enfatizou que os Panteras trabalharam em novas formas de jogar o meio de round e comunicação nessa fase do jogo. O pro player destacou que esse ainda é um processo que está em andamento, e que por isso erros ainda podem aparecer com uma frequência maior que desejada, mas enxerga que a melhor equipe brasileira no cenário internacional desde o segundo semestre de 2019 está no caminho certo.
"O nosso mid round foi um ponto que nós precisamos trabalhar bastante, a nossa comunicação e por que nós tomávamos certas decisões que as vezes não eram tão inteligentes, acho que esses foram os pontos principais. Nós nos concentramos em ter uma preparação um pouco diferente, e em vez de focar no jogo dos caras, focamos mais no nosso, para conseguirmos aperfeiçoar as ferramentas que tínhamos para o jogo, e acho que esses foram, e serão, os pontos principais que vamos trabalhar para os próximos campeonatos", argumentou.
O Major "mais importante" depois da IEM Rio 2022
Em fase final de preparação para o BLAST TV Paris Major 2023, o último Major de CS:GO da história antes da chegada definitiva do Counter-Strike 2, a FURIA não é listada entre as principais favoritas ao título, mas é a única equipe brasileira hoje apontada entre as candidatas a surpreender na competição disputada na capital francesa. Para Drop, o fator de o Major marcar a despedida do Counter-Strike: Global Offensive torna o evento o mais especial depois da IEM Rio Major 2022, no qual os Panteras caíram nas semifinais. O pro player ainda aponta três equipes como principais favoritas ao título.
"Jogar um Major é sempre especial, e este, por ser o último, tem um gostinho a mais, só perde para o Major no Brasil na minha opinião. Então, estamos nos preparando da melhor forma possível, vamos fazer um bootcamp (período de treinos intensivos) na Europa, tentar minimizar os nossos erros para que eles não ocorram de novo, para que não tenhamos perdas individuais em momentos cruciais do jogo. Sobre os favoritos (ao título do Major), acredito que a experiência conta muito, então eu listaria três times: NAVI, FaZe e G2", cravou o pro player.
Relação com Cadian
No IEM Rio Major 2022, após a vitória da Heroic sobre a FURIA na semifinal, o capitão da equipe dinamarquesa, Cadian, consolou Drop, que chorou após a eliminação. No reencontro pela IEM Rio 2023, o in-game Leader da Heroic novamente abraçou o brasileiro após um duelo acirrado até as últimas rodadas, e Drop falou sobre a aproximação com IGL dinamarquês desde o primeiro Major que ambos disputaram: o PGL Estocolmo 2021.
"Eu conheci o Cadian no meu primeiro Major, em Estocolmo. Foi o primeiro que disputei e consegui alcançar os playoffs, e embora ele tivesse jogado o primeiro Major da história, ele nunca tinha jogado os playoffs, e naquele campeonato nós chegamos juntos. Eu cheguei nele para conversar, sugar um pouco da experiência dele, que era absurdamente maior do que a minha, e construir uma amizade", explica o jogador, que revela um apreço por vários jogadores a Heroic.
"A gente não é absurdamente "brother", de sair, jantar e coisas do tipo, mas a gente sempre conversa e troca uma ideia bacana. No Major ele falou para eu não me abalar, continuar no foco e não abaixar minha cabeça, porque a minha hora ia chegar. Depois ele perdeu no dia seguinte, na final, e a gente saiu, se divertiu, então a nossa relação é muito boa, não só com ele, mas com os outros meninos também. Eu gosto muito do Jabbi, do Teses, então eles são meio que o meu time favorito de me relacionar fora de jogo", conclui Drop.
A Intel Extreme Masters Rio 2023 será disputada até este domingo, 23 de abril, e tem premiação total de US$ 250 mil, sendo US$ 100 mil para o campeão do torneio. O campeonato reúne 16 equipes, abre a Temporada 5 do Intel Grand Slam e é um dos principais eventos do calendário competitivo do CS mundial este ano.