Vice-campeão do IEM Rio Major 2022 com a Heroic, derrotada pela Outsiders na final do Mundial de CS:GO, Rasmus "Sjuush" Beck lamentou não apenas o revés na decisão contra a equipe de Jame, FL1T e companhia, como o desempenho coletivo da equipe dinamarquesa na final do Major. Apesar da expectativa de uma final equilibrada entre as equipes, a Outsiders foi dominante na partida e venceu por 2 a 0 sem grandes dificuldades, com parciais de 16x12 no mapa Mirage e um contundente de 16x5 no mapa Overpass.
Em entrevista ao MGG Brasil logo após a derrota, Sjuush lamentou não apenas a derrota para a Outsiders, mas principalmente o desempenho coletivo do time, que na opinião do jogador foi "muito inferior" ao que a equipe apresentou em todo o restante da competição, inclusive na vitória de virada sobre a FURIA, na qual os dinamarqueses superaram não apenas os Panteras, mas também a barulhenta torcida brasileira presente na Jeunesse Arena.
"Acho que nossa campanha de modo geral foi muito boa. Nós acreditamos no título o tempo todo, confiamos no nosso trabalho e chegamos muito longe. Na final, porém, sofremos uma derrota muito dura, não apenas pela dor de perder uma final de Major, mas por sabermos que jogamos muito abaixo do que somos capazes e do que mostramos ao longo desse Major. Tivemos muita força mental contra a FURIA, especialmente quando eles salvaram aqueles 10 map points na Ancient, e infelizmente não mostramos isso contra a Outsider hoje" avaliou o jogador.
"Cometemos erros em tomadas de decisão na Mirage que nos custaram rounds muito importantes e que poderiam nos dar a vitória no primeiro mapa. Na Overpass, é difícil avaliar ainda, porque fomos completamente dominados, de um jeito que não poderia acontecer, pois é um dos nossos melhores mapas este ano. É uma derrota que dói, mas temos que tirar aprendizados disso para voltarmos mais fortes."
Embora a Heroic tenha sido um dos times estrangeiros mais queridos pelo público brasileiro ao longo de todo o Major, a decisão contra a Outsiders foi marcada por uma torcida dividida, com uma parcela apoiando os dinamarqueses, mas muitos outros torcedores vibrando a cada round vencido pela Outsiders, que acabou ganhando a simpatia de parte do público muito em função da popularidade de Jame. Sjuush elogiou a torcida brasileira pelo apoio que a Heroic recebeu ao longo do Major, mas acredita que a vitória sobre a FURIA na semifinal fez o time perder grande parte do apoio na grande final.
"Nossa experiência aqui no Brasil com a torcida foi extremamente positiva. Sentimos muito o carinho das pessoas desde o Legends Stage e esperamos muito estar aqui novamente no ano que vem. Porém, quando derrotamos a FURIA ontem, já esperávamos que teríamos uma parte grande da torcida apoiando a Outsiders, o que é compreensível. Qualquer equipe que vence o time da casa num jogo decisivo sofre com isso, mas mesmo assim senti que muitas pessoas torceram por nós na final, e sou grato a todos que nos apoiaram. Senti que a torcida estava meio a meio, o que significa muito para nós, especialmente considerando que vencemos o time da casa ontem.", frisou.
Sobre os planos da equipe para o resto do ano e, principalmente para a temporada de 2023, Sjuush ressaltou que embora o grande objetivo deste fim de ano fosse, naturalmente, o título do Major, a equipe irá focada para a disputa do BLAST Premier: Fall Finals, de 23 a 27 de novembro, especialmente por ser um torneio disputado na Dinamarca e dar vaga para BLAST Premier: World Final 2022, último grande evento da temporada.
"Obviamente, nosso grande objetivo do ano era o título do Major, mas em breve teremos um torneio da BLAST na Dinamarca e precisamos ir focados, pois será um torneio em casa e queremos levantar um grande troféu no nosso país e conquistar a vaga para a BLAST World Final. Depois, iremos descansar, pois foi uma longa temporada e logo no começo do ano já teremos a IEM Katowice, um dos eventos mais importantes de todos no CS e que todo time quer ser campeão pelo menos uma vez na vida, e o mesmo vale para a IEM Cologne, que acontece no meio do ano", enfatizou o Sjuush.
"Mesmo com a derrota na final, saímos muito fortalecidos deste Major e precisamos dar continuidade a este bom momento em 2023, pois teremos mais 2 Majors no ano que vem e temos que ir com a mesma fome que viemos para o Rio. Muitos times perderam em finais antes de serem finalmente campeões, e temos condições de fazer o mesmo."
Ao avaliar as principais qualidades apresentadas pela Heroic ao longo do Major, Sjuush enfatizou que o time, "com exceção da final", se mostrou capaz de lidar com situações de pressão e dar a volta por cima em momentos desfavoráveis. Por outro lado, ele pontuou que a equipe apresentou muitos erros na decisão contra a Heroic que precisarão ser revistos para torneios futuros.
"Nosso jogo coletivo evoluiu muito nos últimos meses. Vínhamos de um momento ruim após a IEM Cologne este ano e também fizemos campanhas muito abaixo do que esperávamos na ESL Pro League e na BLAST Fall Groups, mas fomos capazes de trazer o nosso melhor jogo para este Major, exceto na final, obviamente. Cometemos alguns erros contra a Outsiders, especialmente ao não seguirmos o que costumamos fazer em momentos importantes, mas ainda é muito cedo para apontar falhas mais específicas. Vamos sentar para estudar a fundo este jogo, ver o que deu errado e tirar um aprendizado disso tudo", concluiu o pro player dinamarquês.
Foto de abertura: Michal Konkol / Divulgação ESL*