Com tantos personagens únicos em League of Legends, é normal que alguns deles sejam esquecidos. Este é o caso de Heimerdinger, que não é muito atrativo para os jogadores em partidas ranqueadas, modo de jogo no qual ele é selecionado em apenas 1% dos casos. No entanto, se quisermos falar sobre seu grande fracasso como campeão, sua baixa presença histórica no cenário competitivo é ainda mais marcante. Os pro players passam longe de escolher Heimer, que só apareceu em 70 partidas em jogos de elite - com os que aconteceram em Mundiais tendo uma porcentagem mínima dentro desse número, mas que ainda assim mudou a história do Worlds.
O lendário Heimerdinger da G2
Em 2018, a famosa G2 Esports não estava exatamente em sua formação mais poderosa da história. Depois de não conseguir vencer o 1º split da LEC e teve que se contentar com o 6º no 2º, o que ainda assim a levou até os playoffs. Após vencer a Splyce e o Schalke 04, a equipe conseguiu se classificar para o Mundial, mas a comunidade não estava esperando muita coisa do time. Mas os jogadores foram de candidatos a eliminação precoce a semifinalistas.
Muito do bom e do ruim que aconteceu com a G2 naquele ano foi por conta de Hjarnan e Wadid. Eles não foram os melhores companheiros que Wunder, Jankos e Perkz tiveram ao longo de suas carreiras e embora fossem grandes jogadores, o futuro deles deixou explícito que não estavam no mesmo nível de exigência da organização.
No entanto, após a decepcionante temporada da G2 e sua entrada milagrosa no Mundial, aconteceu algo que tornou esses dois jogadores em figuras dignas de culto entre os torcedores da organização. Tudo por causa de um Heimerdinger.
Hjarnan escolheu o campeão na posição de Atirador, tornando-se o primeiro jogador da história a selecionar Heimerdinger na fase final de um Mundial. Ele já havia usado o personagem nos playoffs da LEC, mas jogar contra a Splyce não era o mesmo que jogar diante da Afreeca Freecs, que era o segundo melhor time coreano da competição. Vale lembrar que em 2018, a Coreia do Sul havia vencido as últimas cinco edições consecutivas do Worlds e era a região mais temida do planeta.
Surpreendentemente, a G2 venceu a partida em que Heimer e Hjarnan se fundiram em um só. O atirador conseguiu causar 33% do dano de sua equipe, uma atuação que, somada aos poucos precedentes, resultou no banimento do campeão em 87% dos jogos disputados pelo time no Worlds. Além disso, ele só ficou disponível em outra única ocasião, contra a Flash Worlds, quando Hjarnan repetiu seu ótimo desempenho com o yordle icônico. Novamente, sem morrer durante toda a partida, ele foi responsável por 36% do dano da equipe.
Quando dizemos que Heimer mudou a história dos Worlds, não é só porque ele foi fundamental para que a G2 chegasse até os playoffs do campeonato, sendo protagonista em duas das quatro vitórias que o time precisava para chegar lá. Os inúmeros banimentos que o campeão recebeu permitiram que a equipe vencesse consistentemente as Fases de Seleção de Campeões e colocasse Wunder à frente em quase todos os jogos. Simplesmente não havia como os oponentes banirem Heimerdinger sem também entregar os melhores campeões do meta para Hjarnan.
Um dos exemplos mais óbvios veio nas quartas de final, quando a G2 enfrentou a RNG. Nesta querida série pela comunidade, a Royal baniu Heimerdinger em todos os cinco mapas, mas a G2 sempre dava um jeitinho de conseguir um campeão chave. Essa situação, aliada à seleção de campeões muito seguros na rota inferior, foi a receita perfeita para desabilitar Uzi, que era considerado um dos melhores atiradores do mundo.
Naquela temporada, em que a RNG era favorita por ter vencido o MSI do ano, a equipe chinesa manteve sua maldição do Mundial. No fim das contas, a G2 foi eliminada pela Invictus Gaming, mas deixou sua marca na competição. Depois do campeonato, Hjarnan saiu da organização, e nenhum outro jogador conseguiu ter sucesso com Heimer no torneio, que reapareceu em 2019 com uma vitória e três derrotas.