Se assumir como transgênero ainda é um desafio em muitos lugares, especialmente quando se diz respeito a pessoas que estão na mídia, como é o caso de flappy, jogadora profissional de Valorant que assumiu sua identidade de gênero como mulher trans e recebeu uma série de comentários negativos do público. Entenda mais sobre o caso abaixo.
ZETA DIVISION e o caso de Flappy
Tudo começou em 27 de julho, quando a organização japonesa ZETA DIVISION anunciou que entraria no cenário feminino de Valorant com uma mudança na line-up. Flappy, no caso, estava listada como jogadora feminina. Na imagem, é possível ver que o nome Flappy acompanha a imagem de uma personagem feminina, Fade.
Após isso, internautas começaram a questionar o gênero de Flappy. A equipe divulgou a identidade de gênero da jogadora, com a permissão dela, e ainda informou que ela estaria fazendo um tratamento hormonal adequado para que seu corpo se ajuste ao seu gênero, sem contar que estão cuidando de tudo para não quebrar qualquer regra da Riot.
Infelizmente a recepção por parte do público não foi muito amigável, mas a ZETA DIVISION não apenas apoiou a jogadora, como a defendeu se posicionando firmemente. Alguns comentários de internautas insinuavam que ela não poderia participar enquanto mulher ou que a equipe seria desclassificada. Alguns fãs deram seu apoio e afirmaram que estavam ansiosos para ver o desempenho da equipe.
A ZETA DIVISION fez seu comunicado diante dos comentários negativos, afirmando que Flappy era uma mulher trans, que estava recebendo auxílio médico e todo o apoio, além de que já estavam cuidando de tudo para se encaixarem nos regulamentos da Riot Games para participarem de tudo. A equipe não divulgou isso antes pelo fato de a jogadora ser menor de idade e eles optarem por preservar sua imagem e segurança.
Por fim, a equipe também publicou uma nota pedindo respeito por parte do público, que não estava tendo tato algum em seus comentários. Assim como o fato de exigirem que Flappy se assumisse de alguma forma se mostrou uma atitude bastante indelicada. Felizmente a jogadora está recebendo apoio da equipe e da Riot.
Outros casos de pessoas trans em Valorant
Temos a jogadora Jelly, no Brasil, que também joga Valorant e recentemente entrou para um time profissional, a Lusa. Ela deixa claro que defende a inclusão e o cenário feminino. Sabemos que é complicado para qualquer jogadora feminina conquistar respeito no cenário, e isso é ainda mais complicado quando se trata de pessoas transfemininas.
C9 Annie Dro
A jogadora da Cloud9 Annie Dro também teve problemas ao se assumir trans, tendo que lidar com comentários transfóbicos diariamente. Ela já teve episódios em que respondeu a esses comentários e gerou ainda mais polêmica. A pro player de Valorant conquista notoriedade para sua carreira cada vez mais.
A situação das pessoas trans no cenário gamer
Nós temos a Olga que é bastante conhecida no cenário de CS:GO, uma jogadora que recebe muito apoio dos fãs. Atualmente está aliada à FURIA Esports e foi a primeira técnica trans no cenário do jogo. Podemos citar também algumas streamers como Lu Croft, Travety e mais recentemente Wanessa Wolf que se assumiu e afirmou estar começando o tratamento hormonal.
Ainda assim o cenário gamer é recheado de intolerância contra pessoas LGBTQIA+ e não raro existem comentários odiosos direcionados para essas pessoas. É um mercado que está se abrindo lentamente para esse grupo, que ainda tem muito o que conquistar.