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CBLOL: Frosty revela trâmite com LOUD após rescisão de contrato; "achei que tinham se planejado"

CBLOL: Frosty revela trâmite com LOUD após rescisão de contrato; "achei que tinham se planejado"
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Jogador reiterou que a organização estava ciente do caso de injúria racial cometido contra fNb em 2020

CBLOL: Frosty revela trâmite com LOUD após rescisão de contrato; 'achei que tinham se planejado'

Pouco mais de um mês atrás a comunidade de League of Legends foi surpreendida por uma nova polêmica. A situação em questão era com o novo suporte contratado pela LOUD para o CBLOL Academy, Frosty. Segundo apontado pela comunidade, o jogador havia cometido injúria racial contra fNb, quando ainda usava o nome de jelp nas filas ranqueadas. Após grande repercussão do caso, a organização resolveu desligar o atleta menos de 10 horas após o anúncio oficial do novo elenco para a divisão de base.

O MGG Brasil conversou com Frosty, que abriu o jogo sobre tudo o que aconteceu no processo de sua demissão e os desdobramentos do caso.

Jogador explica como se deu sua contratação

Segundo ele, todo o processo de sua entrada para a LOUD começou com um projeto para encontrar e lapidar novos nomes no cenário de LoL criado por Markin, um dos membros da comissão técnica da organização. De imediato, Frosty foi alertado que havia uma possibilidade de ser contratado, pois as chances de Vahvel, atual suporte da line-up Academy, ser promovido ao elenco principal eram altas.

‘’Ele [Markin] falou com o manager muito antes de tudo e explicou toda a situação entre eu e o fNb e que já estava tudo resolvido. Eu tinha feito várias postagens, pedido desculpas várias vezes e essa pessoa [o manager] disse que, até então, estava tranquilo eu participar desse projeto’’, explicou Frosty.

Logo de cara, Frosty se destacou nas partidas que foram realizadas contra outros jogadores de nível Academy ou similar. Por conta disso, o jogador recebeu um convite de Samy, treinador da LOUD Academy, que já o havia treinado em algum momento da sua carreira anteriormente.

''Depois de já termos conversado bastante, fiz o tryout para a LOUD. O teste foi contra a Miss e também o Vahvel. Eu passei e me disseram para ir pra São Paulo no dia 8, o projeto foi em abril e em maio já era para eu estar lá no office. A organização, por parte do manager, não acho que tenha sido bem feita. Eu só fui conhecer ele quando cheguei em São Paulo, porque a minha contratação até então quem tinha conversado comigo foi o Samy. Ele tinha passado para o manager, que somente aceitou, mas não chegou a falar comigo. Meus pais nem sabiam da existência dele, só tinham contato com o Samy. Tudo foi feito com ele, provavelmente por ter sido designado para isso”, relata o jogador.

Durante a conversa, Frosty frisa que sim, a LOUD, pelo menos no âmbito do LoL, sabia de todo o histórico do ocorrido com o caso envolvendo fNb. ‘’Eles estavam cientes de tudo. O Jean, PH e essas pessoas mais acima provavelmente não sabiam de nada mesmo’’.

Sobre ter medo do caso vir à tona, como aconteceu, Frosty diz que sempre foi muito tranquilo com relação ao seu mental e entendia que as pessoas na internet não mediriam palavras.

‘’Eu aprendi desde muito cedo, então com relação sobre o caso ser revivido, não me abalaria na minha parte pessoal. Claro que eu perderia propostas, só que eu continuei conversando várias vezes com o fNb, na sua época de Vorax Liberty, e até então ele disse que poderia me ajudar publicamente, caso eu encontrasse algum time. Porém, quando ele entrou para a FURIA, os patrocinadores não deixam ele se envolver em nenhum tipo de polêmica. Quando eu falei com ele que entrei em um time, ele falou que tentaria me ajudar o máximo’’, revela o jogador.

Brance subiu da LOUD Academy para a principal nesta etapa. Reprodução: Riot Games/Bruno Alvares - League of Legends
Brance subiu da LOUD Academy para a principal nesta etapa. Reprodução: Riot Games/Bruno Alvares

Relação com fNb e melhora de postura

Na época, o topo da FURIA comentou que estava jogando junto com o suporte JoJo e, depois de algumas tentativas de jogadas darem errado, foi alvo de injúria racial por um jogador com o nick de consensualclown. Posteriormente, o atleta descobriu que se tratava de Frosty, que atendia por jelp na época.

Também no twitter, Frosty publicou imagens nas quais falou sobre o caso pouco mais de um ano dele ter ocorrido, alegando que estava ‘’arcando com todas as consequências’’ de suas atitudes e que mantinha contato com fNb regularmente, afirmando que ele havia o perdoado.

Após ser demitido da LOUD, o suporte publicou na íntegra algumas conversas com o topo da FURIA.

Expectativa sobre organização da LOUD

Frosty diz que, por aparentemente estar tudo claro em relação ao que poderia acontecer, esperava um plano da organização para lidar com postagens que resgatassem o caso.

‘’Achei que eles tinham planejado, porque para mim não fazia sentido me contratarem sabendo das coisas e acharem que nada pudesse acontecer. Quando tudo rolou, o meu manager falou que ia tentar conversar com o fNb e ver se ele ajudava em algo. Isso me indicou que realmente eles não tinham nada em mente. Só me contrataram e tanto faz o resto’’, declara.

Todo o processo de demissão foi bem rápido, segundo o jogador. Ele já estava no apartamento cedido pela LOUD e recebeu uma ligação do manager de LoL, que comunicou sobre como a situação estava. Frosty ainda relata sequer ter chegado a conversar com Jean ou PlayHard, donos da organização.

‘’Ele [manager] me ligou e disse que as coisas não estavam nada legais. Me disse exatamente essas palavras: ‘a gente não vai poder continuar contigo, você está desligado e amanhã nem precisa vir para o office’. Ele falou só isso e mais nada. Quando falei com os meus pais, eles ficaram perplexos com a situação. Falei para eles que [a LOUD] era a melhor organização do Brasil e aconteceu tudo isso’’, explica.

Sobre a possibilidade de falar com um dos donos da LOUD, Frosty diz que sequer pensou nisso na hora. O jogador tece críticas ferrenhas para a comunicação da organização entre o manager, que em sua visão deveria passar todas essas informações para a diretoria composta por Jean e PlayHard.

‘’Eu imaginava o que tinha acontecido, porque o problema de comunicação não era de hoje. Acredito que os dois donos nem sabiam de nada, mas o ponto é que era a função do head manager de LoL repassar isso para eles. Antes, na LOUD, quem fazia as contratações era a diretoria, mas depois de um tempo essa função ficou exclusivamente com o head manager de LoL. A partir do momento que ele não passa isso para os superiores, acho que eles [a diretoria] não tinham muito o que fazer. Até acho que fizeram o certo em me demitir, porque a organização estava recebendo muitas críticas e a imagem ficou um pouco abalada. Como eles me contrataram achando que eu era só mais um jogador, tomaram a melhor decisão em vista da proporção que tudo tomou’’, comenta.

Frosty afirma que ainda tem vontade de ser jogador profissional, mas não acredita muito em um ‘’alto prospecto’’. Ele revela que recebeu uma proposta para ser suporte da Rensga no CBLOL, após a saída de Mocha, mas recusou a oferta por “ter conhecimento de como as coisas funcionavam por lá” e não estar ‘’mentalmente preparado’ para jogar o CBLOL sem antes passar pelo Academy.

Outro caso semelhante pouco tempo depois

Alguns dias depois do caso com Frosty o astro da LOUD, Thurzin, também se envolveu em um caso de injúria racial nas redes sociais. Na ocasião, o jogador assimilou o mascote Babuíno do Free Fire com Moreno, um de seus adversários na partida em questão.

Para Frosty, a organização agiu com dois pesos e duas medidas, muito por conta da influência que Thurzin tem dentro da LOUD.

‘’Ele [PH] basicamente deu a entender que eu e ele fizemos coisas parecidas, mas com intenções diferentes. Só que eu acho que as intenções não valem muito nesse contexto, porque ele atingiu e ofendeu tantas pessoas como eu ofendi e teve uma chance que eu não tive. Faz sentido por ele ser quem ele é na organização, mas, sinceramente, acho que erraram muito nessa questão’’, desabafa.

Perguntado sobre a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a LOUD, Frosty diz não ter interesse em levar o caso adiante.

‘’O máximo que eu poderia ganhar é dinheiro, para ressarcir todos os custos mentais e em relação ao que fizeram comigo, mas sinceramente acho que dinheiro nenhum vai me trazer a felicidade de poder jogar e competir de novo. Acho também que se os processasse , talvez eu não pudesse ter mais nada no cenário porque nenhuma organização gosta de jogadores que, além da questão da minha imagem, processam elas’’, finaliza.

League of Legends

O que diz a LOUD?

Procuramos a LOUD e a organização emitiu o seguinte comunicado referente aos questionamentos enviados pela reportagem:

''A LOUD informa que lamenta o ocorrido com o atleta de League of Legends José “Frosty” Eduardo. A forma como foi realizado o recrutamento e demissão fogem aos padrões da ORG, que é sempre de respeito, transparência e com todo o suporte necessário. Dado isso, à época do fato, as normas internas não foram seguidas e muito menos informadas para as lideranças, RH e psicólogos da empresa, embora seja de conhecimento da comunidade de LoL o acontecimento passado.

Quando a contratação se tornou pública e a comunidade reagiu, todas as partes citadas acima foram surpreendidas pela gravidade da falha de comunicação. No desligamento do atleta, não houve suporte do RH e psicólogos - outro padrão da casa - e conversado internamente com todas as partes envolvidas, foi compreendido que sim, houve ruídos com o então manager da LOUD.

É importante ressaltar que, dado os recentes acontecimentos, o time de Esports da LOUD foi reestruturado de forma estratégica para a melhor experiência de colaboradores, atletas e a comunidade. A LOUD trabalha diariamente para profissionalizar o mercado de Esports brasileiro e o manager em questão não faz mais parte da organização.''

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Luis Santana
Showtana  - Redator

Estudante de jornalismo com paixão em contar histórias. Amante do cenário competitivo de League of Legends e assíduo comentarista de coisas que não sou pago para fazer.

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