FIFA 23 será o último jogo da franquia da EA Sports que leva o nome federação internacional organizadora de campeonatos como a Copa do Mundo e o Mundial de Clubes, mas isso não significa que o estúdio deixará de fazer simuladores de futebol, que são uma máquina de fazer dinheiro tanto pelas vendas dos jogos, quanto pelas microtansações do Ultimate Team, modo de jogo mais popular da série há, pelo menos, 8 anos.
E ainda que FIFA 23, que trará uma série de mudanças na série, marque de fato o fim de uma era e encerre uma parceria iniciada em FIFA International Soccer (também conhecido popularmente como FIFA 94), lançado em julho de 1993, o simulador de futebol da EA não irá efetivamente acabar, apenas não se chamará mais FIFA, que irá de fato deixar de existir com este nome.
No segundo semestre de 2023, muito provavelmente entre o fim de setembro e começo de outubro (janela de lançamento tradicional de FIFA há quase 20 anos), será lançado o game que substituirá FIFA: EA Sports FC, que de acordo com a própria EA manterá todos os modos de jogo mais populares de seu predecessor, incluindo o Ultimate Team, o Modo Carreira, o Temporadas Online e a UEFA Champions League, além do licenciamento de centenas de times.
A pedida bilionária que marcou o fim da parceria
O fim da parceria de 30 anos entre Electronic Arts e FIFA tem um motivo principal: a pedida bilionária da entidade máxima do futebol à EA. Uma reportagem publicada pelo New York Times em outubro de 2021 revelou que a FIFA teria pedido nada menos que US$ 1 bilhão para renovar a licença da marca por um período de quatro anos.
Em linhas gerais, o valor pedido pela federação internacional de futebol para a renovação do contrato era mais que o dobro do valor pago anteriormente pela Electronic Arts pelo período de quatro anos. Além disso, a FIFA teria colocado uma cláusula na qual acordo de exclusividade ficaria restrito ao uso da licença em games, ao passo que a EA gostaria de explorar sua mais lucrativa franquia em outros meios, inclusive no mercado de NFTs.
Domínio do mercado trouxe segurança para a EA
Ao longo dos últimos 10 anos, a disputa pela liderança entre os simuladores de futebol foi marcada pelo amplo domínio de FIFA sobre Pro Evolution Soccer (atual eFootball), da Konami. Com a péssima recepção de PES 2014 entre os fãs da franquia e o enorme sucesso de FIFA 14, ambos lançados justamente num período de transição de de consoloses (do Xbox 360 para Xbox One e do PlayStation 3 para PlayStation 4), a Electronic Arts disparou na vantagem em preferência do público.
Para piorar, a histórica vantagem de FIFA sobre PES no quesito licenciamento de clubes só aumentou ao longo da última década, e o cenário se agravou ainda mais a partir de 2018, quando a EA assinou um acordo de exclusividade com a UEFA Chamions League, competição que por quase 10 anos foi exclusiva de Pro Evolution Soccer.
Ainda assim, a Konami ainda conseguia manter o controle de uma fatia do mercado, especialmente pelo grande número de equipes sul-americanas 100% licenciadas. Contudo, quando houve a mudança da franquia de Pro Evolution Soccer para eFootball, que adotou um modelo de jogo gratuito com microtransações, porém com pouquíssimos modos de jogo e clubes licenciados, a distância de popularidade em relação a FIFA se tornou um abismo.
Com o fiasco de seu principal concorrente e sem nenhum outro simulador de futebol de peso no mercado, pelo menos enquanto UFL não se mostrar um nome de peso, especialmente em consoles e PCs, a EA se sentiu ainda mais segura para não assinar a renovação de contrato bilionária proposta pela FIFA e apostar em EA Sports FC como o futuro de sua mais popular e lucrativa franquia dentre os simuladores de esportes.
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