O tempo para a Miners trocar de patrocínio está quase se esgotando. A primeira etapa do CBLOL 2022 marcou a última aparição da Netshoes estampada no nome da equipe durante a competição. Por uma decisão tomada pela Riot Games, a organização mineira terá de trocar seu naming rights e não poderá ser patrocinada pela companhia porque a Kabum, outra equipe presente no ecossistema do CBLOL, foi comprada pela Magalu, o que gera um conflito de interesses, já que ambas as equipes estariam nas mãos de um único dono.
Portanto, a Miners, gerida pela E-flix, está analisando novas parcerias ou até mesmo uma possível venda da vaga. Segundo fontes próximas ao MGG Brasil, o Fluxo, organização sensação no Free Fire, procurou a organização mineira para uma parceria na próxima etapa do CBLOL. Entretanto, as conversas não avançaram e um acordo não foi selado entre as equipes. A organização não descarta trabalhar com um investimento mais baixo devido à saída da verba da Netshoes e em caso de não fechar uma parceria tão forte quanto a anterior.
De acordo com uma fonte ouvida pela reportagem, a questão dos naming rights foi um dos tópicos mais discutidos na negociação. O nome Miners Fluxo era uma das opções, mas a organização de Nobru não gostou muito da ideia. A intenção era manter apenas Fluxo, mas ainda com a Miners por trás das operações no League of Legends. Apesar de ser um impedimento, o nome não foi o único entrave. Vários pontos ainda precisavam passar por validação antes de um possível acerto entre as duas organizações.
Outro receio da E-flix, segundo uma fonte interna, é a possibilidade de serem ‘’engolidos’’ por uma organização maior, como o Fluxo. Os mineiros criaram uma boa base de comunidade em vários jogos, além de estarem tendo sucesso em vários deles. No Wild Rift, por exemplo, estão classificados para a fase final do Wild Tour, que acontecerá em Belo Horizonte, de forma presencial. Já no Free Fire, quase foram rebaixados na última LBFF. Além disso, a Miners detém um dos jogadores mais badalados do cenário, Nativa, este que rendeu um vídeo especial de renovação por parte da organização e uma multa que gira em torno de US$1 milhão, cerca de R$ 5 milhões na cotação atual do dólar. É a maior multa já divulgada na história do esporte eletrônico.
O Fluxo, por sua vez, mira uma investida no cenário de League of Legends há um tempo. A organização recebeu uma consulta da Simplicity, acerca da vaga do Flamengo, mas o valor pedido e talvez uma possível parceria com a organização norte-americana não agradaram.
Entramos em contato com o Fluxo, que declarou:
‘’O Fluxo está sempre avaliando todos os cenários competitivos, e o LOL é um deles, onde atualmente, exploramos todas as possibilidades disponíveis. Para cada opção, verificamos não somente os requisitos gerais como valores de investimento, infraestrutura necessária e potencial de crescimento dentro da modalidade, como também questões que irão possibilitar a viabilização da negociação, como compra direta da vaga, investimento e disponibilidade de atletas, como potenciais parcerias envolvendo ou não a questão de naming rights. Todas estas negociações acontecem sob sigilo, respeitando os envolvidos e os termos discutidos, e mesmo que elas não se concretizem, não podemos apontar um único motivo como específico. Mas seguimos buscando o que for melhor para nossa organização e nossos torcedores.’’
Sobre a procura do Fluxo, a Netshoes Miners respondeu que ‘’foram procurados pelo Fluxo a respeito da vaga do CBLOL”, mas não avançaram concretamente a ponto de afirmar que "o acordo só não foi selado por divergências em relação ao naming rights". Outros pontos ainda precisavam ser melhores discutidos.’’
Já acerca do patrocínio da Netshoes, a organização disse ‘’seguir com o patrocinador e a parceria forte e vigente dos últimos cinco anos em relação a todas as demais lines (FIFA, Free Fire, Free Fire emulador e recentemente o sucesso no Wild Rift). Em relação ao LOL, ainda estamos analisando possibilidades e propostas’.’
O regulamento da temporada de 2021 do CBLOL proíbe veementemente qualquer tipo de relação entre duas equipes da competição, conforme apontado no artigo 3.5.1 do documento:
"Nenhum dono de time, gerente ou afiliado de um dono pode controlar, direta ou indiretamente, ou ter interesse financeiro direto (ex.: ser dono) ou indireto (ex.: um acordo contratual), ou ser um funcionário ou membro de mais de uma organização participante de uma liga profissional de League of Legends. Qualquer cláusula ou garantia de recompra, prioridade de compra, ou interesse similar em uma equipe será tratado como controle em tal equipe para os propósitos desta regra.