Na última quinta-feira (31), a Folha de São Paulo publicou uma entrevista com James Macleod, diretor de Relações com os Comitês Olímpicos Nacionais e da Solidariedade Olímpica, e Paulo Wanderley, presidente do Comitê Olímpico do Brasil. No texto, Paulo Wanderley afirma que lutará contra a entrada dos videogames nas Olimpíadas.
De acordo com Macleod, é uma questão de tempo até que os esports estejam oficialmente nas Olimpíadas. "Uma coisa que o COI reconhece é que a indústria de games evolui constantemente. Olhamos para estes jogos que estão ligados a esportes e onde há atividade física. No ano passado, lançamos a Série Olímpica Virtual. Vela, ciclismo... Tudo apoiado por federações internacionais".
O que o diretor quer dizer é que o Comitê Olímpico Internacional gostaria que apenas jogos ligados a esportes tradicionais, e, nos quais há esforço físico apesar do meio virtual, fossem realmente levados em conta. No entanto, não descarta a entrada de games mais populares.
"Podemos ver os números e a demografia. Queremos encorajar que as pessoas pratiquem esports em vez de jogos como League of Legends. Mas também estamos atentos a isso".
No entanto, Paulo Wanderley disse à Folha que descarta a possibilidade de que os videogames sejam olímpicos um dia. Ele afirmou ainda que lutará contra essa ideia, caso ela surja com força entre as instituições olímpicas.
Vale lembrar que de acordo com a Agenda Olímpica 2020+5, o rejuvenescimento do programa olímpico deve ser levado em conta como um objetivo do COI. Esta medida quer fazer com que a lista de modalidades olímpicas ainda seja interessante e relevante para um público mais jovem.
Thomas Bach, presidente do COI, já disse no passado que "alguns jogos eletrônicos não são compatíveis com os valores olímpicos". Bach afirmou ainda que as Olimpíadas querem promover "a não discriminação, a não violência e a paz entre as pessoas. Isso não combina com os videogames, que são sobre violência, explosões e mortes. É preciso traçar um limite claro". Ele ressaltou também que o mercado dos esports "é impulsionado comercialmente, enquanto o movimento esportivo é baseado em valores [humanos, não comerciais]".
Vale lembrar que modalidades de esports já apareceram nas Olimpíadas de certa forma, por meio da edição de 2018 dos dos Jogos Olímpicos Asiáticos, nos quais já foram disputados jogos como LoL, PlayerUnknown's Battlegrounds, Hearthstone, Dota 2, entre outros. Em 2022, este feito se repetirá.
Com apoio do COI, a Intel, que é patrocinadora global das Olimpíadas, promoveu em 2018 competições de StarCraft 2 durante a IEM PyeongChang, que foi realizada como um evento pré Jogos Olímpicos de Inverno. O mesmo aconteceu antes da Olimpíadas de 2020 (realizada em 2021), quando a marca promoveu o Intel World Open, com jogos de Rocket League e Street Fighter V.