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Apenas paiN e Rensga ainda mantém o Academy de forma remota

Apenas paiN e Rensga ainda mantém o Academy de forma remota
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Na contramão do restante das equipes, apenas as duas organizações não trabalham presencialmente com os atletas da categoria de base

A pandemia do novo coronavírus influenciou diretamente o cotidiano dos times profissionais de League of Legends. Assim como outras profissões, os jogadores profissionais de esports também passaram a trabalhar remotamente e nada mudou de forma drástica. Afinal, era bem simples disputar todos os campeonatos de forma online. Porém, com as chegadas das vacinas e flexibilização das medidas de segurança com a queda dos casos de Covid no Brasil, a rotina retornou ao normal aos poucos nos esports.

No CBLOL, por exemplo, todas as organizações estão trabalhando presencialmente com os seus jogadores, embora o campeonato em si ainda não esteja sendo disputado do novo estúdio. Já no Academy, duas equipes ainda mantém os seus jogadores de casa - paiN Gaming e Rensga - enquanto o restante já trouxe seus atletas para São Paulo e trabalha de forma presencial.

O novo estúdio do CBLOL. Reprodução: Riot Games/Bruno Alvares - League of Legends
O novo estúdio do CBLOL. Reprodução: Riot Games/Bruno Alvares

Atuar remotamente pode funcionar bem, mas também trazer diversos problemas durante a semana de treinos e até mesmo nos dias de competição. Este aparenta ser o caso da paiN, que tem jogadores sofrendo com falta de internet onde moram. Em pelo menos duas vezes os Tradicionais escalaram o atirador Griff e o meio Qats, supostamente devido a problemas de conexão envolvendo Juliera e Blacky. O caso dos atiradores é mais emblemático, visto que Juliera vinha de uma ótima fase e a equipe precisou colocar o substituto para que a partida ocorresse. Recentemente, o jogador revelou o problema em sua conta pessoal. Além dele, outros dois jogadores do time demonstraram insatisfação com os problemas de conexão que vinham passando e informaram que não fariam mais lives por conta deste motivo.

Além das substituições emergenciais, problemas de pausas durante os jogos oficiais também são recorrentes. Um outro ponto a se abordar é sobre a semana de treinos, que também é bastante prejudicada com cancelamentos e diversos atrasos, conforme relatos ouvidos pela reportagem. Ou seja, a situação afeta diretamente a preparação para o Academy, e vem, potencialmente, influenciando o desempenho ao longo das semanas. Além disso, no futuro, isso pode custar caro em uma possível disputa para classificação aos playoffs da competição.

Procuramos a Rensga, que respondeu as nossas perguntas através do Head Coach do Academy, Usui. Ele diz que ‘’desde sempre o projeto da Rensga foi desenvolvido para ser remoto’’. O treinador ainda frisa que com isso a organização consegue dar oportunidades para que jogadores das diversas partes do Brasil consigam ter uma projeção de se tornaram profissionais. Ainda não há uma previsão ou intenção de tornar o trabalho presencial.

‘’A principal dificuldade é uma questão de infraestrutura; estamos sujeitos aos serviços de internet fornecidos na residência de cada um dos jogadores. Outro ponto é a ausência de um contato presencial mais frequente, visto que temos jogadores em diversas partes do Brasil’, destaca Usui, sobre as complicações que enfrentam dia a dia por estarem atuando de forma remota. 

Por fim, Usui comenta que a rotina trabalhando dessa forma é diferente da habitual, mas é ‘’tranquila e gerenciável’’. Segundo ele, por ser remoto a rotina exige um acompanhamento mais intenso e uma cobrança mais constante dos jogadores.

Procuramos a paiN Gaming que diz não atuar presencialmente em detrimento da pandemia de COVID-19. 

Os pros e contras do modelo remoto em relação ao presencial

Para Júlia “Zaz” Medeiros, diretora de performance na FURIA, é muito importante os atletas estarem tendo uma rotina de maneira presencial. Segundo ela, esse cotidiano impulsiona muito mais as habilidades profissionais.

‘’Presencialmente a gente reduz tempo de muitas coisas. Tanto de aprendizado, relacionamento em equipe. Esse trabalho tem um impacto muito maior e a gente consegue reduzir esse processo de evolução por estar ali em conjunto. E eu acho que as relações interpessoais ajudam e afetam diretamente o desempenho dos atletas. Por exemplo, se acontece alguma coisa, você consegue resolver na hora. Fora uma assistência melhor de toda a staff que a FURIA proporciona com fisioterapeutas, psicólogos e personal trainers. É uma qualidade de trabalho bem melhor comparado com o que é feito remotamente’’, explica.

Sobre as diferenças do trabalho remoto para o presencial, Zaz diz que ’’a sensação de pertencimento de estar trabalhando na FURIA, na empresa que for e de estar trabalhando com diversas pessoas de setores diferentes e vê que todos ali estão trabalhando pelo mesmo propósito é a grande chave’’. Além disso, para ela, o grau de profissionalismo e de comprometimento é muito maior quando se está trabalhando presencialmente.

‘’Ele sabe que a cobrança é maior e que muitas coisas dependem dele para funcionar direito. Fora os riscos que a gente evita, como queda de internet e problemas no computador. Aqui [na FURIA] a gente tem tudo perto do Office’’, complementa Júlia

Ela também aponta que trabalhar de forma remota não atrapalha, desde que o comprometimento e a dedicação sejam os mesmos. ‘’Desta forma, o desenvolvimento depende muito mais do atleta, do que da organização em si. Nosso equipe de CS:GO Academy e a Feminina operam remotamente, mas o sucesso segue sendo o mesmo. Este último, nunca trabalhou presencial - exceto em bootcamp, mas tem quase 100% de aproveitamento’’, conta a diretora que complementa dizendo que o mais importante é ter compromisso e uma boa rotina definida todos os dias.

‘’A nossa rotina é feita por mim, pelo manager e o técnico. É muito importante ter o treinador neste trabalho, porque ele é a principal peça que sabe os recursos que ele precisa para o time. Então, quando a gente precisa de alguma coisa, ele sempre sinaliza’’, explica Julia.

Uma das partes mais importantes desse processo de estar presencial, é a estadia. Principalmente para jogadores da divisão Academy, que geralmente recebem menos, são jovens e precisam de uma atenção muito maior do que os demais jogadores profissionais mais estabelecidos nos diversos cenários.

‘’No nosso caso, a gente tem uma ajuda de custos para os atletas alugarem os próprios apartamentos e ter o conforto deles da maneira que eles queiram. O LoL Academy joga do Office, já os jogadores de Free Fire têm as atividades inteiramente através de uma gaming house. No office eles também tem almoço e janta, além de todo o suporte com infraestrutura que precisam para darem o seu melhor’’, finaliza.

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Luis Santana
Showtana  - Redator

Estudante de jornalismo com paixão em contar histórias. Amante do cenário competitivo de League of Legends e assíduo comentarista de coisas que não sou pago para fazer.

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