Após as diversas envolvendo a equipe da AKUMA na EPIC CIS League Spring 2021 de CS:GO, primeiro evento RMR da Comunidade dos Estados Independentes nesta temporada, a Comissão de Integridade nos Esports (ESIC, na sigla em inglês), parece ter descoberto as primeiras evidências de fraude no evento que conta pontos no ranking classificatório para o Major de Estocolmo. A ESIC, inclusive, já encaminhou esses indícios de potencial match-fixing (combinação de resultados) e apostas ilegais para análise da Valve, por se tratar de um evento com suporte da desenvolvedora.
Em comunicado publicado nesta, a ESIC diz que Oleksandr Shyshko, CEO da Project X e ex-chefe dos cinco jogadores do elenco atual da Akuma, teria feito uma série de apostas na vitória da Akuma sobre a Virtus Pro em partida válida pela semifinal da chave dos vencedores.
A Akuma era uma zebra na partida, enquanto a VP era apontada como uma das principais favoritas ao título da Epic League, ao lado de Gambit Esports, Natus Vincere e Team Spirit. Ainda assim, a Akuma venceu por 2 a 0, como já havia feito nas quartas de final da chave dos vencedores contra a NaVi. No fim da competição, 14 das 16 equipes participantes da EPIC League entraram com pedidos de investigação contra a Akuma, cuja postura durante os jogos foi considerada suspeita e rendeu acusações de trapaça durante as partidas.
De acordo com a investigação da ESIC, Oleksandr Shyshko já fazia apostas consideradas suspeitas na lineup da Akuma desde os tempos em que Alexandr "Psycho" Zlobin, Sergey "Sergiz" Atamanchuk, Dmitriy "SENSEi" Shvorak, Yevhenii "7oX1C" Motsevy e Igor "w0nderful" Zhdanov defendiam a Project X
Nas redes sociais, foram compartilhados pela comunidade diversos mostrando que os jogadores da Akuma estariam olhando para um suposto monitor extra que daria a eles informações importantes sobre seus adversários. Como a GOTV, plataforma usada nas transmissões oficiais, não tinha qualquer tipo de delay em relação ao que ocorria em tempo real durante os jogos, esse monitor mostraria, por exemplo, toda a movimentação, armamento e economia das equipes adversárias da Akuma durante a competição.
Além disso, a EPIC League não gravava a comunicação das equipes durante o torneio nem utilizava um anti-cheat próprio para diminuir o risco de trapaça, algo tido como padrão em toda grande competição oficial de CS:GO.
No fim, a Akuma terminou a competição em terceiro lugar, à frente de equipes como Team Spirit (4º) e Natus Vincere (5º), e as demais equipes participantes do torneio se uniram numa queixa conjunta, acusando a Akuma de usar "dados ao vivo de terceiros em aparelhos externos para ganhar uma vantagem injusta de ver a posição dos adversários no mapa a todo momento". Ainda assim, a Russian Esports Federation disse não ter encontrado evidências de uso de cheat durante o torneio, enquanto a Valve não se manifestou na época.
Todas as evidências foram coletadas pela ESIC via Suspicious Betting Alert Network, um serviço utilizado para identificação de apostas consideradas suspeitas, sejam elas relacionadas a grandes valores apostados numa equipe considerada zebra em um duelo ou placares extremamente elásticos, por exemplo.
Uma vez que a EPIC não é uma empresa parceira da ESIC, o que impede que a comissão aplique sanções contra a Akuma e outras equipes mesmo que o uso cheat ou match-fixing seja comprovado, a Comissão de Integridade nos Esports encaminhou todas as evidências coletadas à Valve, por se tratar de um evento RMR, e a outras organizadoras de torneio parceiras, como BLAST, DreamHack e ESL.
No comunicado, a EPIC recomenda ainda que essas empresas não aceitem a participação da Akuma, de qualquer que tenha três ou mais jogadores da lineup atual da Akuma ou qualquer time ligado a Oleksandr Shyshko.