Raphael "cogu" Camargo foi mais um profissional que fez duras críticas aos diretores internacionais da MIBR. Visivelmente transtornado, o treinador de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) expôs diversas situações que viveu durante as negociações com a organização e afirma que se sentiu um "merda" e um "lixo", especialmente nos momentos em que falava com o Diretor Geral de Operações da IGC, Tomi "lurppis" Kovanen.
As insatisfações de cogu foram externadas durante uma transmissão de Alexandre "Gaules" Borba, que o chamou para conversar ao vivo. De acordo com o coach, o valor salarial oferecido a ele e ao time "foi pouco mais da metade" do noticiado no Globo Esporte (US$ 10 mil). Ele também disse que a alimentação diária da equipe durante estadia na Europa abaixaria para US$ 30 dólares, enquanto a line-up antiga recebia US$ 70. Ainda segundo ele, a base para que os brasileiros pudessem morar em Los Angeles - onde fica o gaming office da MIBR - sem o custeio de uma gaming house por parte do clube seria de US$ 15 mil, já que trata-se de um dos locais mais caros para se morar nos Estados Unidos.
O descontentamento do profissional no entanto não ficou apenas no campo dos valores. Cogu afirmou que enquanto as negociações eram com o também brasileiro Yuri "Fly" Uchiyama, havia uma conversa. Mas quando ela passou a ser com lurppis, tudo mudou drasticamente. Durante a live o treinador revelou supostos episódios que viveu com o Diretor, em situações completamente sem profissionalismo. Em uma delas ele contou que o finlandês ficou poucos minutos em uma reunião com ele e logo desligou a chamada na sua cara e em outra afirma que foi chamado de "criança" e por isso se sentiu como "lixo" e "merda".
No Twitter o próprio lurppis recebeu cobrança de torcedores e negou as acusações. Em um dos tuítes ele afirma que "nossa melhor oferta não era US$ 6 mil e eu nunca chamei cogu de criança". Ele também negou outras acusações como ter tratado mal o brasileiro.
Ainda ao vivo com Gaules, cogu diz que o sentimento que ficou nele é que a MIBR já tinha fechado com outra escalação e, por isso, conduziu as negociações de qualquer jeito e com extremo desinteresse. Fly por sua vez, que também estava por lá, garantiu que eles eram a prioridade e que só procurou novos atletas nos últimos momentos da negociação, quando viu que esta não teria um final feliz. Ainda de acordo com ele, as ofertas salariais e de alimentação não foram melhores por questões de saúde financeira da empresa, já que o time também teria que arcar com a compra dos jogadores Vinicius "vsm" Moreira da DETONA Gaming e Leonardo "leo_drk" Oliveira da Sharks - que tinha o buyout mais caro e significativo dos dois.
Cogu não foi o primeiro que criticou lurppis e a alta cúpula da MIBR. Antes dele o próprio Gaules já havia afirmado que aquela era uma "diretoria porca". Ao mesmo tempo, Fernando "fer" Alvarenga revelou que era tratado com distância e descaso pela organização - diferentemente dos outros clubes que passou como Luminosity Gaming e SK Gaming -, enquanto Epitácio "TACO" de Melo cravou que não teve uma saída saudável do clube.
Mais uma vez em meio à polêmicas, a MIBR segue em um novo plano de reestruturação da line-up, o qual deve ser revelado nas próximas semanas. Isso porque em 4 de fevereiro o time já tem seu primeiro compromisso oficial do ano, na BLAST Premier Spring Series 2021.