A aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft ainda não foi aprovada pelos maiores órgãos regulatórios do mundo, e a Sony tem frequentemente argumentado que a aprovação do negócio seria prejudicial à indústria e criar um desequilíbrio no mercado de consoles, principalmente em função da enorme popularidade da franquia Call of Duty.
Além disso, em documento enviado recentemente ao CMA, órgão regulador do Reino Unido, a Sony adotou um tom especulativo e disse que a Microsoft poderia lançar versões "bugadas" de CoD nos consoles PlayStation. A informação foi revelada pelo jornalista Tom Warren, do site The Verge
"Microsoft pode lançar uma versão PlayStation de Call of Duty na qual bugs e erros surgem somente nos níveis finais ou após uma atualização realizada mais tarde. Mesmo que tais degradações possam ser detectadas rapidamente, qualquer remediação viria tarde demais”, disse a Sony no documento enviado ao CMA.
Na sequência, a fabricante do PlayStation afirma que, caso as versões de Call of Duty para PlayStation tenham performance inferior à dos consoles Xbox, isso poderia fazer a base de jogadores migrar para a plataforma da Microsoft.
"Se ficasse conhecido que o desempenho do game no PlayStation fosse pior que no Xbox, os jogadores de Call of Duty poderiam decidir mudar para o Xbox, por medo de jogar seu game favorito em um lugar de segunda classe ou menos competitivo”, prosseguiu.
Nas tentativas de tentar acelerar a aprovação da compra da Activision Blizzard, a Microsoft ofereceu à Sony um acordo no qual os jogos de Call of Duty seriam lançados por 10 anos nos consoles PlayStation, mas a companhia japonesa não aceita o acordo e continua trabalhando para impedir a transação.
Diretota de operações da Activision Blizzard, Lulu Cheng afirmou recentemente que o CEO da PlayStation, Jim Ryan, não tem interesse em um acordo por Call of Duty e que o único objetivo do executivo é "bloquear" a aquisição da publisher de franquias como Overwatch e Diablo.
"A Microsoft ofereceu à Sony (a líder dominante do console por mais de uma década, com 80% de participação no mercado) um contrato de 10 anos em termos muito melhores do que a Sony jamais obteria de nós.Também oferecemos à Sony acesso garantido de longo prazo ao Call of Duty. Mas eles continuam recusando", comentou Lulu Cheng, que na sequência acrescentou:
"Por que? O CEO da SIE (Sony Interactive Entertaiment) respondeu a essa pergunta em Bruxelas. Em suas palavras: Não quero um novo contrato de Call of Duty. Quero apenas bloquear sua fusão", disse Cheng, que na sequência pontuou que a declaração de Ryan teria sido dada em 21 de fevereiro deste ano.