A Pain Gaming anunciou nesta quinta-feira (22) o desligamento da jogadora Alessandra "Flower" Ribeiro da organização. A dispensa ocorreu seis dias após o vazamento de conversas íntimas de Flower com uma adolescente e a pro player ser acusada de trocar mensagens de teor sexual com a menor de idade, que segundo a pessoa responsável pelo vazamento teria 14 anos na época em que a conversa com Flower ocorreu. Em um trecho da conversa com a adolescente, Flower dizia gostar de "crianças mais crescidas".
Campeã da Ignis Cup - primeiro campeonato oficial feminino e inclusivo de League of Legends no Brasil - e eleita melhor jogadora do país no Prêmio CBLOL 2022, Flower já havia anunciado seu afastamento do cenário competitivo de LoL após a revelação do teor das conversas dela com a adolescente e a repercussão negativa do caso, mas ainda tinha vínculo formal de contrato com a Pain Gaming, que nesta quinta confirmou oficialmente o fim vínculo com a pro player.
"Comunicamos o desligamento da atleta Alessandra "Flower" Ribeiro de quaisquer atividades esportivas ou relacionadas aos patrocinadores da paiN Gaming", disse a organização em seu perfil oficial no Twitter.
Na semana passada, Flower se pronunciou publicamente sobre o caso, e embora não tenha negado a veracidade da conversa com a adolescente, disse que a troca de mensagens com teor sexual foi tirada de contexto. Também na semana passada, a jovem em questão se pronunciou sobre o caso e pediu que a pessoa responsável pelo vazamento das conversas entre a adolescente e Flower deletasse os prints (capturas de tela) da troca de mensagens. Flower, por sua vez, se defendeu e disse que a conversa com a adolescente foi vazada de "má fé".
"Diante das acusações que foram levantadas contra mim, tive que vir a público esclarecer algumas coisas. As conversas que foram printadas de má-fé tentam sustentar um estereótipo que frequentemente relaciona a pedofilia à comunidade trans", disse Flower sobre o episódio.
Procurada pela repórter Maria Eduarda Cury, do MGG Brasil, logo após o vazamento das conversas de Flower com a adolescente, a Pain Gaming disse inicialmente que não se pronunciaria sobre o episódio, acrescentando ainda que o comunicado de Flower seria o único da pro player sobre o episódio.
Ainda sobre o vazamento das conversas e trocas de mensagens com teor sexual com a adolescente, Flower não negou a veracidade do material, mas ressaltou que as mensagens "tiradas de contexto abriram brecha para várias reações transfóbicas e violentas", acrescentando ainda que tomaria medidas contra os ataques que sofreu após o episódio.
"As conversas foram vazadas sem o consentimento de nenhuma das pessoas envolvidas para me acusarem de um crime que não aconteceu, pois ambas tínhamos idade e discernimento das conversas que tivemos e as acusações são baseadas em recortes maldosos. Refleti sobre o impacto dessa situação no cenário feminino e como isso afeta também as minhas companheiras de equipe e, pelo bem delas, estou pedindo meu afastamento do competitivo e da paiN enquanto lido com a situação", disse a pro player na ocasião.
Após o desligamento oficial da Pain, Flower ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da organização.