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LoL: Após vencerem a 1ª Ignis Cup, Luma e Sarkis explicam trajetória da paiN Gaming até o título

LoL: Após vencerem a 1ª Ignis Cup, Luma e Sarkis explicam trajetória da paiN Gaming até o título
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Com o primeiro título da Ignis Cup, torneio inclusivo de League of Legends, a jogadora Luma e o técnico Sarkis explicam trajetória da paiN Gaming - desde a formação da equipe até o troféu

LoL: Após vencerem a 1ª Ignis Cup, Luma e Sarkis explicam trajetória da paiN Gaming até o título

Após mais de dez anos de cenário competitivo de League of Legends no Brasil, o primeiro campeonato inclusivo do MOBA da Riot Games finalmente aconteceu no palco oficial da desenvolvedora em São Paulo - e com plateia presencial.

Com oito equipes classificadas, as representantes das partidas da final foram as jogadoras da paiN Gaming e da Raizen E-sports. Em uma série que encerrou em 3x0 para a paiN, a organização levantou o primeiro título da Ignis Cup.

A equipe, formada pelas players Flower, Luma "luma", Ana Julia "cuteness", Tainá "Yatsu", Giovana "Lunardelli" e o técnico Matheus "Sarkis", se manteve estável durante toda a série, mostrando um ótimo controle de jogo.

Com uma formação recente, a equipe passou por duas semanas intensas de treinos diários e noturnos. Em entrevista ao MGG, a jogadora Luma e o técnico Sarkis comentaram sobre o caminho da equipe até a vitória e as expectativas para o cenário feminino.

Diferentes peças do quebra-cabeça

De acordo com Sarkis, a intenção inicial era montar uma equipe com diferentes peças. Ele citou a player Flower como a jogadora indicada para ser 'a voz' da equipe, dada a sua experiência com a função de 'shotcaller' ao liderar a comunicação.

Já Luma, que estava encaminhada para ser influencer da organização e auxiliou a entrada de Sarkis no cenário feminino, foi escolhida pelo seu potencial de desenvolvimento individual. De acordo com o técnico, tanto a caçadora como cuteness, que joga pela rota do meio, foram pensadas como peças de desenvolvimento.

Especialmente pelo fato de que Luma, ao aceitar o convite, aceitou treinar e jogar em uma lane na qual não estava acostumada - ainda mais profissionalmente -, a dedicação seria maior.

As duas últimas peças do quebra-cabeça, de acordo com Sarkis, precisavam atuar como as 'pedras' da equipe - ou seja, a rota mais sólida da composição. Para isso, a organização optou pelas jogadoras Lunardelli e Yatsu, que já possuíam alguma experiência competitiva.

Enquanto Luna já havia passado pelo Gilette ULT, reality show para aspirantes a jogadores profissionais de LoL, Yatsu já acumulava a experiência de ter participado do CBLOL Academy pela equipe INTZ. Sarkis reforçou que ambas as jogadoras possuem noção de rotas em um cenário competitivo em um nível que as permitiria segurar, com mais facilidade, o avanço das players rivais.

Do casual para o competitivo

Ainda que Sarkis, que já havia liderado a vitória da paiN no CBLOL Academy, tenha assumido a responsabilidade de coordenar essa nova equipe competitiva, era preciso treinar o mental das players para um ambiente mais rotineiro - com foco especial nas jogadoras que ainda não tinham passado por tal experiência.

A jogadora Luma, por exemplo, era uma delas. A player, que estava com a cabeça no universo dos influencers e passava grande parte de seu tempo encarando o jogo como entretenimento - especialmente por fazer parte da equipe de streamers Garotas Mágicas -, teve que enfrentar uma mudança de rotina brusca.

Mesmo jogando LoL desde os seus 13 anos de idade e se considerando uma pessoa competitiva, o senso de disputa só apareceu para Luma após as primeiras partidas que jogou no Inhouse Jinx, servidor de partidas personalizadas com comunicação dedicado exclusivamente para jogadoras mulheres e não-binárias.

Nunca fui de levar o jogo tão a sério, até que saiu o Inhouse Jinx e eu tive a oportunidade de jogar LoL com comunicação. Logo depois da primeira partida, eu me percebi consumindo o servidor. Eu já cheguei a ter um certo nível de interesse no competitivo anteriormente, mas sabia que as chances eram mínimas.
Luma

Por já ter uma certa experiência com transmissões ao vivo, Luma já possuía noção de como lidar com a comunidade do jogo, e isso a preparou para a inserção na organização.

A jogadora, que auxiliou o projeto inclusivo da paiN desde o início, comentou que a organização ficou testando jogadoras por semanas, até estabelecerem qual seria a formação oficial para o torneio.

Durante esse período, Luma foi uma peça importante para que Sarkis tivesse acesso aos nomes relevantes do Inhouse Jinx. O técnico comentou que precisava ser ágil para formar a equipe, e que as recomendações feitas por Luma e outras jogadoras que consumiam o servidor diariamente foram o ponto chave.

Antes do título

Após a escolha de Flower, Yatsu, cuteness e Lunardelli para se unirem a Luma, a equipe passou por duas semanas intensas de treino. De acordo com Sarkis, a parte da tarde era ocupada por jogos ranqueados, já que a grande maioria dos times de mesmo nível só estavam disponíveis durante a noite.

Era, portanto, uma rotina intensa. O técnico afirmou que, em sua visão, este não é o modelo ideal; sua intenção era replicar o modelo da equipe Academy, que focava em treinos por partidas personalizadas desde o começo da tarde e análises coletivas e individuais pela noite.

Isto, porém, acabou não sendo possível dada a disponibilidade dos times de mesmo nível, durante a tarde, para scrims. Ainda assim, foi possível preparar as jogadoras em um modelo um pouco mais profissional dada a convivência no complexo da paiN.

Com possibilidades de troca de experiência com a equipe Academy, a equipe pôde intensificar seus treinamentos com mais rapidez. A agilidade era um ponto relevante para o técnico, que conseguiu fazer com que as players se entendessem a ponto de treinarem contra equipes de tiers mais altos nos últimos dias que antecederam o Ignis.

Para Sarkis, era de extrema relevância que as jogadoras acompanhassem o seu estilo de ensino metódico e aprendessem a ser proativas tanto coletivamente como individualmente.

A carência de atenção para com o cenário inclusivo

Ainda que a paiN tenha tido sucesso em montar uma equipe e, com menos de duas semanas, levantar o título da primeira Ignis Cup, o torneio inclusivo presencial demonstrou que as demais organizações da franquia do CBLOL - com exceção da Netshoes Miners, que terminou em quarto lugar -, não tiveram o mesmo interesse.

Na visão de Sarkis, a ausência das demais organizações tradicionais do cenário de LoL nacional se deu devido a diversos motivos.

Entre eles, estão a falta de preparo e conhecimento das jogadoras do cenário inclusivo e, também, a 'falta de fé' que o campeonato possa vingar e se tornar algo estável. Ainda que os eventos inclusivos da Riot Games - como os de VALORANT, por exemplo - estejam se tornando mais presentes, o futuro do LoL inclusivo ainda é incerto.

Ainda assim, Sarkis afirma que a intenção da paiN não é somente participar de eventos especiais. "O intuito da paiN é que a line-up inclusiva possa ser exatamente igual ao Academy. A divisão de salas do novo complexo da organização inclui a equipe como um dos times fixos, de modo que a paiN espera que a Ignis Cup tenha, ao menos, duas edições por ano para que o trabalho possa ser focado", finalizou o técnico.

Investimento em projetos paralelos

Embora a Riot Games ainda não tenha um calendário fixo para o cenário inclusivo de League of Legends, a companhia auxilia financeiramente o projeto Inhouse Jinx e fez parceria com a iniciativa ReveLAH Casters.

Tais parcerias indicam, portanto, que a produtora possui planos de longo prazo. Dada a trajetória vitoriosa da paiN Gaming na primeira edição e com a possível renovação da Ignis Cup, é esperado que mais organizações tradicionais formem line-ups femininas e inclusivas.

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Maria Eduarda Cury
Maria Eduarda Cury  - Redatora

Jornalista, apaixonada pelo estudo da cultura digital, jogos competitivos e filmes de terror. 

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