Se 2021 foi o primeiro ano do cenário competitivo internacional de VALORANT, 2022 marcou a consolidação do FPS da Riot Games e, ao mesmo tempo, estabeleceu um time brasileiro como uma potência global do jogo: a LOUD. A equipe formada por Sacy, Saadhak, Pancada, Aspas e Less já chegou ao cenário com status de melhor time do Brasil e provou isso dentro do servidor, mas não se limitou ao sucesso em solo nacional.
Dos três grandes eventos internacionais que disputou em 2022, a LOUD foi finalista em dois deles, VALORANT Masters Reykjavík, no qual foi vice-campeã, e VALORANT Champions, Mundial da modalidade conquistado pela equipe brasileira.
2022 também foi marcado pela aprovação do sistema de franquias do VALORANT, que a partir de 2023 será dividido em três grandes regiões, cada uma delas com 10 equipes: Américas, EMEA e Pacífico.
O ano de 2022 também foi marcado pelo primeiro Mundial feminino da modalidade: o VALORANT Game Changers Championship. O Brasil teve a Team Liquid como representante e a equipe de Naxy, Nat1, Drn, Daiki e Bstrdd terminou na 3ª posição.
O MGG Brasil preparou uma breve retrospectiva sobre a temporada competitiva do VALORANT, a alternância de forças nos grandes eventos internacionais e a coroação da LOUD como campeã mundial.
LOUD domina VCT BR, mas perde para OpTic na final do Masters Reykjavík
A primeira parte da temporada de VALORANT foi marcada pelo domínio completo da LOUD na 1ª etapa do VCT BR. Com uma campanha invicta de 7 vitórias em 7 jogos e apenas um mapa perdido em 17 disputados, a equipe de Aspas, Saadhak e companhia se sagrou campeã de forma absolutamente dominante, inclusive com dois 3 a 0 sobre a NIP na fase final do torneio, e se classificou para o primeiro grande evento internacional da temporada: o VALORANT Masters Reykjavík.
No primeiro grande evento internacional da temporada, a LOUD provou que era um dos melhores times do mundo e chegou à grande final, mas acabou derrotada pela OpTic Gaming por 3 a 0 na decisão, mas com parciais equilibradas nos três mapas.
FPX se sagra campeã no VALORANT Masters Berlim
Na segunda etapa do VCT BR 2022, a LOUD manteve o domínio da primeira edição e mais uma vez venceu o campeonato de forma invicta, com 7 vitórias em 7 jogos e 100% de aproveitamento nos 16 mapas jogados ao longo da competição, e mais uma vez com duas vitórias de 3 a 0 sobre a Ninjas in Pyajamas na fase final do campeonato.
No VALORANT Masters Berlin, porém, a LOUD pela primeira vez viveu um momento ruim desde a formação do time, caindo ainda na primeira fase da competição, com derrotas para KRU Esports e OpTic Gaming no chamado grupo da morte.
O Masters de Berlin acabou vencido pela europeia FunPlus Phoenix, que fez uma campanha de recuperação pela chave inferior após perder na 1ª rodada dos playoffs e sagrou campeã com vitórias em sequência sobre Guild Esports, DRX, Fnatic, OpTic Gaming e Paper Rex.
LOUD chega ao topo do mundo; franquias mudam ecossistema competitivo
Dominante nos dois splits do VCT BR 2022 e com um vice-campeonato de VALORANT Masters, a LOUD se classificou de forma direta para o VALORANT Champions, Mundial do FPS da Riot. E foi justamente no evento mais importante da temporada que a equipe brasileira apresentou seu melhor nível de jogo.
Na fase de grupos, a LOUD passou em segundo lugar no grupo B, com uma derrota para OpTic Gaming e duas vitórias sobre a ZETA Division, do Japão. Nos playoffs, a LOUD fez toda a campanha pela chave superior, vencendo Leviatán (2 a 0), DRX (2 a 0) e bateu a OpTic Gaming duas vezes em sequência: 2 a 0 na final da upper bracket e 3 a 1 na grande final, garantindo assim o título mundial de VALORANT.
O campeonato marcou também uma série de despedidas. O sistema aberto de disputas do VALORANT foi substituído pelas franquias, que a partir de 2023 terá três ligas principais com 10 times cada: VCT Américas, VCT EMEA e VCT Pacífico.
Equipes fora das franquias terão a chance de chegar à elite via classificatórios continentais no fim de cada temporada. As vagas conquistadas, no entanto, terão duração temporária de 2 anos para essas equipes não franqueadas. Até 2027, cada uma das 3 divisões continentais das franquias terá 14 equipes.
Já a LOUD passou por mudanças no elenco após o título mundial. Sacy e Saadhak não renovaram contrato e se transferiram para a Sentinels, enquanto o técnico Bzka assinou com o MIBR. Saadhak, Aspas e Less permaneceram na organização, e em 2023 jogarão ao lado de Cauanzin, ex-Ninjas in Pyjamas, e Tuyz, ex-TBK Esports.
Primeiro Mundial feminino de VALORANT termina com Team Liquid em 3º lugar e tem G2 Gozen como grande campeã
Após dominar o cenário brasileiro feminino de VALORANT ao longo de toda a temporada de 2022, com 9 títulos ao longo da temporada, incluindo as duas finais de circuito do Game Chagers Brazil Series, a Team Liquid se tornou a representante brasileira no VCT Game Changers Championship, primeiro Mundial Feminino de VALORANT da história.
A equipe de Naxy, Bstrdd, Daiki, DRN e Nat1 chegou à final da chave superior após vencer FENNEL por 2 a 1 e a Shopify Rebellion por 2 a 1. Na final da upper bracket, as brasileiras perderam por 2 a 0 para a G2 Gozen, e na final da chave inferior foram batidas por 2 a 0 pela mesma Shopify Rebellion que haviam vencido anteriormente. Com o resultado, a Liquid terminou o Game Changers Championship em 3º lugar e ficaram com o prêmio de US$ 80 mil.
Já o título do Mundial feminino foi vencido pela G2 Gozen, que venceu a Shopify Rebellion de virada por 3 a 2 na grande final e garantiu o prêmio de US$ 180 mil. O Game Changers Championship também se tornou o evento feminino de Esports mais assistido da história, com um pico de mais de 239 mil espectadores simultâneos e média de 114,9 mil espectadores ao longo de toda a competição, uma marca histórica para todo o cenário feminino de Esports e com audiência superior a de muitos grandes eventos dos esportes eletrônicos com participação total ou majoritariamente masculina.
Foto de capa: Colin Young-Wolff/Riot Games