Marvel Snap foi lançado mundialmente em 18 de outubro para celulares e PC - e faz muito tempo desde que um card game original nos intrigou tanto. Jogos rápidos e densos que duram entre três e cinco minutos, mecânica de "dobro ou nada" que atiça os entusiastas do poker, polvilhado com o universo Marvel e suas muitas camadas. E ainda por cima, o game se orgulha de ser um jogo grátis para jogar. Mas será que é isso mesmo?
Vasculhamos a loja, o passe de batalha, o método de obtenção de cartas e, francamente, parece que a nova produção de Ben Brode e companhia realmente parece ser uma joia free to play em um mar de muitos games com elementos que flertam muito com o pay to win no meio mobile.
Pacotes e crafting ficaram para trás
Esta é uma das primeiras coisas que surpreende quando você começa a jogar Marvel Snap. Aqui não há boosters, pacotes, trocas de cartas ou crafting. As cartas são adquiridas uma a uma, graças a um curso de "nível de coleção".
Conforme você joga mais partidas progride nesta linha de coleção, desbloqueando carta por carta de modo aleatório. Há diferentes coleções que são liberadas conforme você aumenta o nível. Para ficar mais fácil de entender, digamos que do primeiro nível até o centésimo você tem acesso ao grupo de cartas A, e vai liberando todas elas aleatoriamente até acabar. Depois disso, começa a liberar as cartas do grupo B, e assim por diante.
Realmente olhamos a fundo e não há uma pegadinha aqui, quem joga mais ganha mais cartas. Mas, como todo jogo precisa lucrar de alguma maneira, se você investir dinheiro pode aumentar a sua coleção mais rapidamente.
Sem versões mais poderosas de uma mesma carta
O Marvel Snap não caiu na armadilha das cartas de nível no estilo Clash Royale. Quando você pegar uma carta ela terá o mesmo potencial sempre, ou seja, um oponente que use a mesma carta, mas que tenha mais de mil horas de jogo não tem vantagem sobre você. O máximo que pode acontecer é que ao enfrentar inimigos veteranos você o veja usando cartas as quais você ainda não tem acesso, pela questão do nível de coleção que constatamos acima.
O passe de batalha talvez seja o calcanhar de Aquiles
Temos que admitir que ficamos ressabidos ao analisar o passe de batalha de Marvel Snap, que vem em três tipos:
- Um passe de batalha grátis
- Um passe de batalha premium
- Um passe de batalha premium+
Logo de cara já pensamos que seria aqui que o jogo tentaria tirar o máximo de dinheiro possível dos jogadores, mas na verdade não encontramos nada surpreendentemente indecente, com uma ressalva.
O passe de batalha gratuito para jogar contém recompensas úteis e relevantes, enquanto as variantes premium apenas aceleram o progresso no curso "nível de coleção", além de fornecer cartas exclusivas. E aqui encontramos o problema, que ainda que seja um problema, não é - pelo menos por enquanto - um dos grandes.
Preços do passe de batalha de Marvel Snap
- Passe de batalha premium: R$ 54,90
- Passe de batalha premium+: R$ 84,90
Até o momento as recompensas exclusivas do passe premium incluem três cartas: Homem-Aranha Miles Morales, Carnificina e Mulher-Aranha. Esse aspecto sozinho mancha o aspecto gratuito de Marvel Snap, não tem como negar. Mas vale apontar que as cartas exclusivas de um passe são adicionadas à coleção normal gratuita oito semanas depois de estar no passe, então eventualmente os jogadores que não pagam pelo passe premium também vão desbloquear essas cartas.
Se futuros passes incluírem cartas que acabem se tornando fortes demais ou definam muito o meta, aí começaremos a ter mais problemas e poder classificar Marvel Snap como um jogo "pay to win", mas por enquanto é cedo para isso.
Marvel Snap está se saindo muito honrosamente neste primeiro teste de free to play ou play to win. Sem gastar um centavo, jogar lhe renderá um fluxo constante de cartas. Além disso, se trata de um jogo eminentemente estratégico, no qual se você for bom, poderá atropelar jogadores com coleções mais amplas que a sua.
A única área cinza são as cartas exclusivos do passe de batalha premium. Se no futuro estes forem decisivos no meta, o jogo poderá mudar para pay to win. Mas este não é o caso no momento e podemos nos deliciar com essa monetização branda em um momento em que a maioria dos jogos para celular segue uma lógica predatória mal disfarçada.
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