Ao longo dos últimos anos, a indústria de games viveu uma verdadeira onda de remakes de clássicos atemporais. Em alguns casos, como em Final Fantasy VII Remake e Resident Evil 2 Remake, os estúdios fizeram uma reformulação completa em gráficos e gameplay e entregaram trabalhos extremamente elogiados por crítica e público. Em outros, como The Last of Us Parte 1, o grande questionamento foi sobre a real necessidade de fazer um remake de um jogo que foi lançado há menos de 10 anos, já tem uma versão remasterizada, envelheceu bem visualmente e não mudou em praticamente nada seu gameplay na nova versão.
Por isso, o MGG Brasil preparou uma lista com cinco clássicos dos games que, mesmo após mais de 20 anos do lançamento, não precisam de remake porque envelheceram muito bem e continuam oferecendo uma excelente experiência.
5º lugar - Tekken 3
Clássico absoluto dos fliperamas e jogo de luta 3D que marcou a explosão de popularidade do gênero, inclusive nos consoles, Tekken 3 envelheceu surpreendentemente bem. Ainda que os gráficos poligonais estejam obviamente abaixo do que a indústria pode proporcionar hoje, toda a parte de gameplay do terceiro episódio da franquia permanece fluida, responsiva e extremamente divertida.
Com claras melhorias visuais e de jogabilidade em relação aos seus antecessores, Tekken 3 também apresentou toda uma nova geração de personagens que permanecem entre os mais populares da franquia, com claro destaque para nomes como Jin Kazama, Hwoarang, Xiaoyu, Bryan Fury e Julia Chang.
O jogo também traz ums dos chefões mais icônicos da franquia, Ogre, um modo arcade com 10 estágios e com ótimo balanceamento entre desafio e diversão. Na port para PlayStation 1, foram trazidos ainda modos de jogos como o Team Battle, que permitia times de até 8 persnagens, Tekken Force, uma espécie de beat'em up e Tekken Ball, uma mistura de tênis e queimada no qual os jogadores precisam acabar com a vida do adversário golpeando uma bola para atingir os rivais.
O único ponto negativo é que Tekken 3 não ganhou ports para as gerações atuais, então é um jogo praticamente inacessível por vias legais nos dias de hoje, exceto para quem ainda tem um PlayStation 1 ou um arcade em casa. Além disso, a versão arcade de Tekken 3 está disponível dentro de Tekken 5, outro excelente jogo da série que não ganhou ports para gerações atuais.
4º lugar - The Legend of Zelda: Ocarina of Time
São raríssimos os casos de jogos 3D dos anos 1990 que envelheceram ao bem a ponto de não precisarem de uma atualização visual e de gameplay, e The Legend of Zelda: Ocarina of Time é o melhor exemplo disso. Ainda que Ocarina of Time 3D, port para Nintendo 3DS lançado em junho de 2011, traga pequenas atualizações gráficas e alguns ajustes sutis nos controles, o fato é que esse remaster foi o suficiente para fazer de um clássico atemporal perfeitamente jogável até os dias de hoje.
Diferentemente de Mario 64, que 26 anos após seu lançamento mostrou alguns sinais de desgaste nos controles e algumas sessões de plataforma, Ocarina of Time continua oferecendo uma excelente experiência em todos os aspectos, ainda que obviamente pareça um jogo 3D da década de 90.
Um remake completo do jogo poderia tornar a experiência ainda melhor, especialmente na parte visual? Sim, mas o fato é que o jogo continua excelente mesmo em sua versão original, seja em toda a exploração de Hyrule, puzzles, direção de arte, trilha sonora ou combate.
3º lugar - Super Mario World
Parece mentira, mas Super Mario World está prestes a completar 32 anos. Velho conhecido de quase todos que tiveram um Super Nintendo, a aventura 2D do mascote bigodudo da Big N não foi revolucionário como Super Mario Bros. e Super Mario Bros 3., mas pegou o que esses títulos tinham de melhor, refinou alguns elementos de gameplay e colocou tudo isso em lindos gráficos 2D proporcionados pelo hardware do Super Nintendo.
Tendo como grande novidade o dinossauro Yoshi - e suas variações azul, vermelha e azul - o jogo manteve o mapa detalhado implementado em Mario 3, trouxe fases recheadas de segredos e áreas opcionais a explorar e se transformou em um jogos de plataforma mais acalmados de todos os tempos.
Mesmo quase 32 anos após o lançamento, Super Mario World não precisa de qualquer tipo de atualização, seja visual ou de gameplay, e por isso dispensa completamente a necessidade de um remake.
2º lugar: Castlevania: Symphony of the Night
Clássico atemporal dos games, Castlevania: Symphonyf of the Night representa o auge da franquia da Konami e é aclamado até hoje como um dos melhores jogos de todos os tempos. Trazendo como protagonista Alucard, filho de Drácula com a humana Lisa, o jogo pegou a fórmula de mapa único interconectado da série Metroid e elevou ainda mais a barra de qualidade do subgênero Metroidvania. O termo criado para jogos de ação e aventura que trazem mapas 2D 100% interconectados e que exigem exploração constante para a liberação de novas áreas, e cuja fórmula se popularizou graças a títulos como Super Metroid e Castlevania: Symphony of the Night.
Com uma das melhores direções de arte de todos os tempos para os games, com cenários belíssimos e ricos em detalhes, uma trilha sonora espetacular e um combate que oferece uma gama extremamente diversa de armas e inimigos, Synphony of the Night permanece excelente em todos os aspectos, além de oferecer ao jogador uma das melhores e mais ricas explorações de cenário já feitas para um jogo.
Com chefes icônicos em termos de design, desafio na medida certa e um sistema de jogo que faz do jogo quase um RPG de ação antes mesmo de a expressão se popularizar na indústria, Castlevania: Symphonyf of the Night não pega o jogador pela mão em nenhum aspecto. Para descobrir os segredos do castelo (ou melhor, dos castelos), é preciso explorar com atenção, ler minuciosamente a função de cada item e estar atento a qualquer pista que as áreas do castelo nos dão ao longo da campanha. Caso contrário, as possibilidades do jogador são muito mais limitadas, e até mesmo a descoberta do verdadeiro final do jogo fica comprometida.
Hoje, Symphony só está disponível legalmente por meio da coletânia Castlevania Requiem, à venda somente na PlayStation Store, mas a Konami tem trabalhado em ports de jogos clássicos da franquia, não é impossível que em algum momento o título também esteja disponível para Xbox, PC e Nintendo Switch.
1º lugar - Chrono Trigger
Considerado por muitos o melhor RPG de turnos de todos os tempos, Chrono Trigger continua sendo um jogo espetacular em todos os aspectos mesmo 27 anos depois de seu lançamento. Título que ficou conhecido por reunir num mesmo time Hironobu Sakaguchi, criador de Final Fantasy, Yuji Horii, criador de Dragon Quest, e Akira Toriyama, criador de Dragon Ball, Chrono Trigger já era extremamente forte midiaticamente mesmo antes de seu lançamento, mas o resultado final justificou toda a expectativa criada.
Trabalhando de forma magistral e lúdica o tema viagem no tempo, Chrono Trigger se notabilizou por trazer um dos mais icônicos e carismáticos times de personagens jogáveis da história dos games, com Crono, Lucca, Marle, Frog, Robo e Ayla - além de Magus, caso você assim decida ao longo da campanha - dividindo momentos de protagonismo na história e sendo incrivelmente balanceados em força.
No lugar do grind longuíssimo que alguns Final Fantasies e Dragon Quests exigiam, em Chrono Trigger a progressão de nível é muito mais natural e fluida, e não é necessário ficar por horas numa mesma região do mapa subindo de nível para conseguir vencer lutas contra chefões. No título de 1995 da Square Soft, a estratégia de combate é o que realmente supera o sucesso do fracasso, mas o jogo em nenhum momento impõe barreiras de dificuldade absurdas ou injustas. Explore os golpes de cada personagem, fique atento às características de cada inimigo comum ou chefe e tenha a certeza de que a recompensa virá.
Atualmente, Chrono Trigger está disponível na Steam e na Play Store, mas não para consoles, o que limita o acesso ao jogo. Ainda assim, é possível que em algum momento a Square Enix lance o jogo para consoles das gerações mais recentes, assim como fez ao lançar recentemente Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition.