A indústria de games regularmente lança jogos em primeira pessoa e em terceira pessoa. Tenho certeza que você sabe do que se trata cada um, mas já considerou que existem outras possibilidades? Por exemplo, jogos em segunda e quarta pessoas. Você provavelmente já teve essa experiência, mas não tinha conhecimento disso.
Nós do MGG Brasil vamos explicar para você como funcionam os jogos em segunda e quarta pessoa e vamos dar alguns exemplos de títulos que contenham essas mecânicas. Confira abaixo:
Jogos em primeira pessoa
Um bom exemplo de jogos em primeira pessoa são os FPS, que significa First Personal Shooter ou Tiro em Primeira Pessoa. Como você pode ver acima, se trata de jogos no qual você assume a visão do próprio personagem. Geralmente é possível ver as mãos ou no mínimo os objetos que eles utilizam.
Entre os games do gênero podemos citar Overwatch, Valorant e CS:GO que são muito conhecidos no cenário de esports. Também existem grandes franquias como Call of Duty, Bioshock ou o famoso Cyberpunk 2077, além de Resident Evil 7 e Village.
Embora tenhamos citado games de tiro, de forma alguma os jogos em primeira pessoa são baseados só nisso. Alguns são de terror, como Outlast ou P.T. (Silent Hills), que não permitem que você utilize armas, mas apenas corra. Existem muitos gêneros, incluindo aventura, games sociais, games de puzzles, etc. Apenas tenha em mente que um jogo em primeira pessoa, não necessariamente será de tiro.
Jogo em terceira pessoa
Em um jogo em terceira pessoa você pode ver os personagens, como se houvesse uma câmera invisível atrás dos protagonistas. Diferente de um game em primeira pessoa, na qual você é limitado à visão do próprio personagem, aqui você tem bem mais controle de toda a situação, podendo enxergar nas costas no personagem, caso mova a câmera.
Basicamente a maioria dos jogos existentes são de terceira pessoa e podemos citar tantos títulos em tantos gêneros diferentes que seria desgastante, mas para você ter uma ideia, o famoso God of War Ragnarok é em terceira pessoa, assim como Resident Evil 4, todos os The Last of Us, os games da série Arkham, com Batman, Final Fantasy 7 Remake, Elden Ring, Assassin's Creed Valhalla, Red Dead Redemption, GTA 5 e muitos outros.
E um jogo em segunda pessoa?
Agora as coisas ficam complicadas. A perspectiva em segunda pessoa teria que colocar você no controle do seu protagonista, mas na visão de um outro personagem. Forbidden Siren é a explicação perfeita, já que você pode usar uma habilidade para ver o que os Shibitos estão vendo, mas você não os controla, de modo que caso você execute alguma ação, é seu personagem que se moverá.
Um exemplo perfeito disso são os RPGs de mesa ou games de escrita, que costumam ter frases do tipo "Você usou uma skill", "Você recebeu dano", Você causou dano". São jogos em segunda pessoa, mas vamos focar nos games eletrônicos (embora alguns games de escrita sejam eletrônicos).
Ou seja, a ideia é ter o controle de um personagem, mas sob a visão de outro alguém. Seja um aliado, inimigo, uma câmera de segurança, um helicóptero e tantos outros.
Nos jogos Manhunt 1 e 2, é possível nos ver por câmera de segurança em alguns momentos. Isso poderia se classificar como segunda pessoa. Em Driver: San Francisco nós temos que fugir de um perseguidor, mas nós assumimos a visão dos vilões, enquanto controlamos o protagonistas, ou seja, controlamos o carro da frente, enquanto o jogo nos coloca na perspectiva do carro de trás.
Pode-se dizer que são games em segunda pessoa, porque se aproximam muito da ideia de "Você", mas também é possível teorizar e chegar na conclusão de que ainda não existe um jogo eletrônico em segunda pessoa de verdade, mas apenas alguns títulos que se aproximaram da ideia.
Existe quem argumente que The Last of Us Part 2 é um game em segunda pessoa, pois você joga com a Ellie e Abbiy. Isso seria verdade se em alguma cena você estivesse na visão de Abby e controlasse Ellie ou vice-versa, mas simplesmente é algo que não ocorreu, ou seja: é um game em terceira pessoa.
Como é um jogo em quarta pessoa?
Aqui existem variações de ideias. Podemos deduzir que um game em 4ª pessoa vai cortar o senso de "eu" e trazer o "nós" ou ainda a ideia de um "não eu". Neste ponto de vista, você controlaria uma multidão e não um personagem individual. Dessa forma podemos citar Crowd City, jogo no qual controlamos uma multidão e não existe um protagonista e nem uma ideia de "Eu".
A outra noção de quarta pessoa é a de controlar o cenário. Um dos games mais famoso nessa proposta seria Pavillion, no qual você não controla o protagonista, mas sim o cenário. De modo que todo o marketing do jogo foi feito em cima da ideia de ser em quarta pessoa.
Seguindo essa ideia, já existem diversos outros games em que controlamos o cenário, como os famosos games de construção. Embora algum deles coloquem você no papel de "si mesmo" ou outro personagem, muitos simplesmente lhe dão um poder imenso de afetar aquele mundo, fazendo construções da maneira que achar melhor.
E o jogo com visão panorâmica?
Nestes games você tem uma "visão de águia" ou panorâmica, na qual tem uma perspectiva melhor dos cenários. No entanto, ele se encaixaria em terceira pessoa, pois você ainda controla os protagonistas como em um game de terceira pessoa, a única diferença é o posicionamento da câmera.
Vamos mais longe? Um game em quinta pessoa
A ideia de traduzir um game em quinta pessoa aos nossos sentidos simplesmente ainda não é alcançável. Podemos teorizar que a quinta pessoa seria os envolvidos na criação do game, indo além do próprio jogo, mas não existe uma base para isso.
Talvez um game em quinta pessoa interaja com a própria realidade? Se esse for o caso, nós já temos os games em realidade virtual e realidade aumentada. Se eles não são em quinta pessoa, em quais categorias podemos colocá-los?
Será que conseguimos ir ainda além e imaginar uma "sexta pessoa"? E como isso seria traduzido em um jogo eletrônico? A ideia é simplesmente difícil de conceber e vai além da nossa imaginação (pelo menos por enquanto).